terça-feira, maio 07, 2024

 

Quiroga - 5807

 PROVIDÊNCIA DIVINA

Segurança, conforto, estabilidade, domínio, previdência, garantia, consolidação dos interesses e pretensões; investimos tempo e recursos em busca dessas condições que estimamos ser legítimas e que nos servem para, temporariamente, nos convencermos de que na eventualidade de acontecerem desgraças estaremos, de alguma maneira, protegidos, porque nós nos armamos para isso.

Assim, nós vamos pela vida afora e dentro nos esforçando para construir uma cápsula existencial na tentativa de nos esquecer do que tememos, da insegurança, desconforto, instabilidade, dependência, negligência, incerteza e desagregação de nossos interesses e pretensões.

Somos, sim, humanos de pouca fé, não confiamos na Divina Providência, ao contrário, trabalhamos com a certeza de que se não cuidarmos de nós mesmos, nos aparelhando com sistemas de segurança, a Vida não o fará e, talvez, nos castigue por sermos imprevidentes.

Nossa relação com a Vida é ambígua, a veneramos e a tememos simultaneamente.

Mesmo assim, além de nossos temores e pudores há Vida mais abundante para viver, uma que se descortina às almas que elevam a mira e, em vez de continuar focadas na ciranda das contradições, confiam na Providência Divina e se atiram à aventura de viver. 

Difícil saber se é pior não haver nenhuma oportunidade ou oportunidades em excesso, porque ambas as situações impõem seus constrangimentos. A dificuldade reside em ter de afiar a capacidade de escolha.




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