segunda-feira, abril 30, 2007

 

Eliminação de Toxinas pela Pele


Durante todas as 24 horas do dia, nosso corpo está permanentemente eliminando toxinas através de nossa pele. Nosso corpo tem dois tipos de pele: a pele externa, normalmente chamada simplesmente de pele (cútis), e a pele interna, normalmente chamada de mucosa. Ambas essas peles são permeáveis, permitindo o trânsito de substâncias para dentro e para fora do nosso corpo.

A nossa pele externa funciona como um pulmão secundário, permitindo a saída de toxinas do corpo e a entrada de oxigênio do ar ambiente. Há muitos anos atrás, uma pessoa aqui no Brasil morreu durante um baile de carnaval. Feita a autópsia, verificou-se que ela havia morrido intoxicada devido à falta de oxigênio no sangue. Esta falta de oxigênio ocorreu, neste caso, porque o folião tinha todo o seu corpo coberto por uma tinta impermeável, que impedia a entrada de oxigênio para o interior do corpo através de sua pele. Os pulmões, com suas trocas gasosas em suas mucosas, não foram suficientes para fazer a oxigenação sangüínea adequada neste caso. A cobertura de nosso corpo com muita roupa também atrapalha as trocas de substâncias entre o nosso corpo e o ambiente.

Toxinas são o que o pesquisador alemão Louis Kuhne [1] chama de "substâncias estranhas". Estas são substâncias que não deveriam estar presentes em nosso corpo, mas que adentram nosso corpo por duas vias principais: o nariz e a boca. Estes dois órgãos do corpo possuem sentinelas para evitar a entrada de substâncias estranhas: o olfato, no nariz, e o paladar na língua dentro da boca. Mas esses dois sentinelas acabam, com o tempo, sendo subornados e passam a permitir a entrada das substâncias tóxicas para o interior do corpo [um fumante acostuma-se com a fumaça do cigarro e a quase totalidade da população se acostuma a comer comida morta, isto é, comida cozida]. O acúmulo das substâncias estranhas que não conseguem ser eliminadas, acaba por deformar a forma ideal do corpo humano [origem da feiura].

Quando aquecemos suficientemente o nosso corpo, através de exercícios, forte agasalhamento (com o uso de cobertores, por exemplo), banhos de vapor (sauna) e banhos de sol, ele transpira suor por toda a pele (órgão mais extenso do nosso corpo). Junto com esse suor são eliminadas toxinas/substâncias estranhas presentes no nosso corpo. No entanto, uma certa quantidade de substâncias estranhas fica sedimentada próxima à parte externa da pele, congestionando/bloqueando nossos poros. Esta parte das toxinas pode ser eliminada pelo uso de longos banhos mornos. Se este banho morno for feito em uma banheira, podemos observar estas toxinas expulsas na linha da banheira que separa a água do ar ambiente: uma mancha escura (de toxinas) irá se formar neste local da banheira. Uma outra forma de eliminar essas toxinas armazenadas na superfície da pele, é usando as unhas durante banhos de vapor: se coçarmos a pele com as unhas, elas ficarão cheias de uma seborréia, presente desde o topo da cabeça até os dedos dos pés. A caspa, por exemplo, é a eliminação dessa seborréia através do couro cabeludo. Nunca me esqueço da informação dada por Leonard Orr [2] sobre o poder curativo do contato íntimo com a água: seu amigo Igor Tscharkovsky curou-se de todas suas doenças e tornou-se um gênio ficando de molho numa piscina 24 horas por dia durante 30 dias.

As substâncias estranhas expulsas pelas mucosas de nosso corpo costumam receber o nome de muco. Na mucosa em contato com o globo ocular, o corpo costuma expelir um muco chamado remela. Na mucosa do nariz é expelido um catarro, normalmente conhecido como ranho. Na mucosa bucal, a excreção de substâncias estranhas costuma se concentrar na separação entre a mucosa gengival e os dentes; se não eliminada, via escovação, estas substâncias se compactam formando o que é conhecido como tártaro. Na mucosa da uretra, durante crises agudas de doenças sexuais (como a gonorréia), é comum a expulsão de um muco tipo pus.

Em uma postagem anterior neste blog, vimos que as mulheres vivem, em média, sempre mais que os homens em todos os países deste planeta. Uma das razões para isso é que as mulheres expulsam mensalmente substâncias estranhas através da mucosa uterina (junto com o seu fluxo menstrual) durante todo o seu período fértil. O homem não dispõe deste canal de expulsão de toxinas.

Aparentemente, uma série de substâncias vegetais e minerais são particularmente úteis para atrair as toxinas para fora do nosso corpo, quando são colocadas em contato íntimo com nossa pele e nossas mucosas. O contato direto da sola de nossos pés com o solo parece favorecer esta limpeza orgânica, já que a campeã de longevidade no Brasil (Maria do Carmo Jerônimo, 129 anos) sempre andou com os pés descalços. Muitos casos de curas milagrosas são atribuídas, também, aos banhos de lama especial (como os de Araxá - MG). Nesta mesma linha de raciocínio, você pode encontrar à venda, na internet, umas almofadinhas para os pés ("foot pads"), recheadas com determinadas substâncias vegetais e minerais, projetadas para você dormir com elas grudadas às solas de seus pés. Ao acordar, pela manhã, essas almofadinhas, que eram brancas na noite anterior, amanhecem pretas com as toxinas expulsas pelo corpo através das solas dos pés (algo semelhante ao que ocorre durante o banho de banheira, citado acima). Antigamente, existia aqui no Brasil uns emplastos (uma marca, que me lembro, era o Emplasto Sabiá) para serem colados à pele, visando eliminar a dor dos lugares emplastados, devido a extração local das toxinas ali acumuladas, causadoras da dor.

Outro exemplo de extração de toxinas corporais, através da mucosa bucal, é o caso do bochecho com óleo de gergelim (ou de girassol) na boca, conforme minha postagem anterior mostrada abaixo ["Terapia pela Técnica de Extração com Óleo - "Oil Pulling"]. As mucosas são geralmente mais permeáveis do que a pele e, portanto, são os locais mais apropriadas para se conseguir a extração das toxinas presentes no interior do corpo.

Um grande abraço, Rui.


Referências:
[1] Louis Kuhne, Cura pela Água: A Nova Ciência de Curar, Sétima Edição, Hemus, 1996.
[2] Leonard Orr, Manual de Sanación, Editorial Las Acácias, Argentina, 2005.

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quinta-feira, abril 26, 2007

 

Terapia pela Técnica de Extração com Óleo ["Oil Pulling"]


Esta é uma técnica bem natural e suave, que pode curar inúmeros problemas de saúde, como pode ser observado na literatura: vide http://www.oilpulling.com/ e http://www.earthclinic.com/Remedies/oil_pulling.html , por exemplo.

Técnica: Bochechar uma colher de sopa de óleo de gergelim ("sesame") ou girassol, durante 15 a 20 minutos, até o óleo ficar bem diluiído na saliva e com cor branca [se o óleo ainda estiver amarelado, você não o bochechou suficiente], com o estômago vazio [antes do café da manhã, ou antes das 3 refeições diárias]. Lavar a boca com água após cuspir fora o óleo. Não engolir o óleo, que estará cheio de parasitas e bactérias, após o bochecho. Os óleos devem, de preferência serem não-refinados ("cold pressed"), mas os dois citados acima também funcionam quando refinados (facilmente encontrado em supermercados). Não se deve gargarejar o óleo, apenas o movimentar na boca lentamente. Remova pontes e dentaduras antes de começar o gargarejo. Após o gargarejo pode-se comer logo em seguida, sem necessidade de se esperar um certo intervalo de tempo. Apenas os dois tipos de óleo citados [gergelim e girassol] têm dado consistentemente bons resultados.

Como funciona: O óleo extrai os mucos, bactérias e toxinas de seu corpo utilizando sua saliva. De acordo com a Medicina Ayurvédica, o muco é um veneno que deve ser removido de seu corpo.

Comentários: Esta parece ser também uma técnica de cura muito popular na Rússia [Dr. F. Karach]. Como qualquer técnica curativa, pode surgir um certo agravamento de sintomas [crise curativa] antes da cura completa da doença aguda ou crônica. Muitos problemas orgânicos têm sido sanados com esta técnica, tais como: mau hálito, limpeza e clareamento dos dentes, eliminação de inflamações na gengiva (gengivite e periodontite), refixação de dentes moles (com mobilidade), eliminação de febres, gripes e resfriados, artrite, doenças femininas (regularização da menstruação e distúrbios hormonais), redução de varizes (veias saltadas) nas pernas, melhoria na visão, bons resultados nos casos de câncer e aids, etc.

Minha experiência: Em vista da simplicidade do método acima, resolvi colocá-lo em execução ontem mesmo (hoje é 27.abril.2007). Após dois dias, com quatro bochechadas de cerca de 20 minutos (duas pela manhã e duas à noite), já consigo perceber um nítido clareamento dos dentes. O primeiro bochecho foi com azeite de oliva extra-virgem, os dois seguintes com óleo de girassol de supermercado (refinado) e o último bochecho foi com óleo de gergelim extraído a frio. Após os bochechos com óleo, faço um rápido bochecho com água oxigenada (10 volumes) e, em seguida, lavo a boca repetidas vezes com água comum da torneira. Vou continuar a experiência e relatarei os resultados aqui. Se alguém também fizer esta experiência, solicitaria que nos comunicasse neste espaço (para benefício dos demais leitores destas postagens). Abraço, Rui.

Mais informações:
1. http://www.ahau.org/oleogirassol.0.html
2. http://www.florais.com.br/si/site/0917?idioma=portugues

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terça-feira, abril 24, 2007

 

Chuang Tzu: O Valor do que é Inútil


A vida é dialética, e porisso não é lógica. A lógica significa que o oposto é realmente oposto, e a vida sempre implica o oposto em si mesmo. Na vida, o oposto não é realmente oposto, mas complementar. Sem ele, nada é possível. Por exemplo, a vida existe por causa da morte. Se não houvesse morte, não poderia haver vida. A morte não é o fim e não é inimiga; pelo contrário, por causa da morte, a vida se torna possível. Assim, a morte não está em algum lugar no final; ela está presente aqui e agora. Cada momento tem sua vida e sua morte; senão, a vida seria impossível.

Hui Tzu disse a Chuang Tzu: "Todo o seu ensinamento está centrado no que não tem utilidade".

Chuang Tzu replicou: "Se você não apreciar o que não tem utilidade, não poderá começar a falar sobre o que pode ser usado. Por exemplo, a terra é ampla e vasta, mas, apesar de toda sua extensão, uma pessoa só usa alguns centímetros por vez, sobre os quais fica.

"Agora, suponha que de repente você tire tudo o que essa pessoa não esteja usando nesse momento, de tal modo que, por toda a volta de seus pés, abra-se um enorme abismo e ela fique rodeada pelo vazio, sem nada sólido em lugar nenhum, exceto sob cada um de seus pés. Por quanto tempo ela será capaz de usar o que está usando?"

Hui Tzu respondeu: "Esse espaço deixaria de servir a qualquer propósito".

Chuang Tzu concluiu: "Isso mostra a absoluta necessidade do que supostamente não tem nenhuma utilidade".

Existe a luz, existe a escuridão. Para a lógica, elas são opostas, e a lógica dirá: se houver luz, não poderá haver escuridão; se houver o escuro, não poderá haver luz. Mas a vida diz justamente o contrário; ela diz: se existe escuridão, é porque existe luz; se existe luz, é porque existe escuridão.

Existe silêncio por causa do som; se não houvesse som, você poderia ser silencioso? O oposto é necessário como um pano de fundo. Os que seguem a lógica sempre erram o caminho, porque suas vidas ficam desequilibradas. Eles pensam na luz, e então começam a negar a escuridão; eles pensam na vida, então começam a lutar contra a morte.

Há uma tradição que diz que Deus é luz, e há uma outra que diz que Deus é escuridão. Ambas estão erradas, porque ambas são lógicas, elas negam o oposto. E a vida é tão imensa que ela carrega o oposto em si. O oposto não é negado, mas incluído.

Apenas mentes pequenas são coerentes e, quanto mais estreita for a mente, mais coerente ela é... Quando a mente é vasta, tudo está presente: a luz existe, a escuridão existe, Deus existe e o demônio também existe em toda a sua glória.

Se você entender esse misterioso processo da vida, que avança por meio dos opostos, que é dialético - os opostos ajudam, dão equilíbrio, dão o tom, servem como pano de fundo -, só então você poderá entender Chuang Tzu, porque toda a visão taoísta está baseada na complementariedade dos opostos.

Eles usam duas palavras, yin e yang, que são opostas: masculino e feminino. Pense em um mundo que seja totalmente masculino ou em um mundo que seja totalmente feminino; ele estaria morto.

O oposto é necessário porque o oposto atrai, torna-se um íma, puxa (movimenta) você; o oposto leva você para fora de si mesmo, quebra a sua prisão, deixa você grande. Sempre que o oposto for negado, haverá dificuldade, e é isso que temos feito (negar o feminino); daí haver tantos problemas no mundo.

O ser humano atual tentou criar uma sociedade basicamente masculina, e é porisso que há tantos problemas; a mulher foi negada, foi expulsa. Nos séculos passados, a mulher nunca era vista em lugar nenhum; ela era escondida em aposentos, no fundo da casa, sem nem sequer ter permissão para ficar na sala de estar. Ela não era vista nas ruas, nas lojas... Ela não fazia parte da vida, e o mundo ficou feio, pois como se pode negar o oposto? O mundo ficou desequilibrado, todo o equilíbrio foi perdido; o mundo enloqueceu.

Em muitas culturas, a mulher ainda não tem permissão para participar totalmente da vida; ela ainda não é realmente uma parte, uma parte vital da vida. Os homens participam de grupos voltados para os homens, como clubes exclusivamente masculinos: o mundo dos negócios, a política, grupos científicos... e em todos esses agrupamentos há desequilíbrio. O homem domina, e é porisso que há tanta infelicidade. E, quando um dos pólos opostos domina, há infelicidade porque o outro fica magoado e se vinga. Assim, toda mulher se vinga em casa.

Ao negar o oposto, você cria problemas; e o mesmo acontece em todos os caminhos, em todos os níveis, em todas as dimensões.

Chuang Tzu diz que, se você negar o inútil, então não haverá utilidade no mundo. Se você negar o inútil, a brincadeira, a diversão, não poderá haver nenhum trabalho, nenhuma obrigação. Isso é muito difícil de entender, pois toda a nossa ênfase recai sobre o que é útil.

Se alguém perguntar do que é feita uma casa, você dirá que ela é feita de paredes. E Chuang Tzu diria, assim como seu mestre Lao Tzu, que uma casa não é feita de paredes, mas de portas e janelas. A ênfase deles está na outra parte; eles dizem que as paredes são úteis, mas que o seu uso depende do espaço inútil que fica atrás das paredes. Um cômodo é espaço e não paredes. É claro, o espaço é de graça e as paredes precisam ser compradas. Quando você compra uma casa, o que você compra? As paredes, o material, o visível. Mas você pode viver dentro do material? Você pode viver dentro das paredes? Você terá de viver no quarto, no espaço vazio. Você compra um barco, mas precisa navegar no vazio.

Assim, o que é realmente uma casa? Ela é um vazio cercado por paredes. E o que é uma porta? Não é nada; "porta" significa que não existe nada, nenhuma parede, apenas vazio. Mas você não pode entrar na casa se não houver portas; se não houver nenhuma janela, o sol não entrará, nenhuma brisa soprará. Você estará morto e a sua casa se tornará um túmulo.

Chuang Tzu diz para nos lembrarmos de que a casa é feita de duas coisas: as paredes, o material, o vendável, o que é útil, e o vazio cercado pelas paredes, o que não é útil, o que não pode ser comprado, não pode ser vendido, o que não tem valor econômico. Como você pode vender o vazio? Mas você precisa viver no vazio; se uma pessoa tentar viver apenas nas paredes, ela enlouquecerá, pois isso é impossível. Mas tentamos sempre fazer o impossível; na vida, escolhemos apenas o que é útil.

Você é realmente você mesmo quando está fazendo algo inútil - fazendo uma pintura não para vender, mas apenas para se divertir; cuidando do jardim apenas para se divertir; deitado na praia sem fazer nada, apenas para se divertir; sentado no silêncio ao lado de um amigo, sem fazer nada, apenas por gostar de estar ali.

Muito poderia ser feito nesses momentos, você poderia ir ao shopping, poderia ganhar dinheiro, poderia trocar tempo por dinheiro, poderia aumentar sua conta bancária, pois esses momentos não voltarão e os tolos dizem que tempo é dinheiro. Eles conhecem apenas uma utilidade para o tempo: convertê-lo em mais e mais dinheiro. No final, você morre com uma grande conta bancária, mas por dentro está totalmente pobre, pois a riqueza interior só aparece quando você pode desfrutar o inútil.

O que é meditação? As pessoas perguntam: "Qual é a utilidade da meditação? O que ganhamos com ela? Qual é o seu benefício?" Meditação... e você pergunta sobre seu benefício (utilidade)? Você não pode entendê-la porque a meditação é simplesmente inútil. No momento em que digo "inútil", você se sente pouco à vontade, pois a mente toda se tornou tão utiliária, tão voltada para a comodidade que você sempre espera um resultado. Você não pode acreditar que algo possa ser apenas um prazer em si mesmo.

Inútil significa que você faz a coisa por prazer, sem pensar nos benefícios que ela traz.

Existem dois tipos de pessoas no mundo: os utilitaristas, que se tornam cientistas, engenheiros, médicos; e um outro ramo, o tipo complementar, dos poetas, dos vagabundos - os inúteis, que nada fazem de útil. Mas ambos propiciam o equilíbrio, dão graça ao mundo. Pense em um mundo cheio de cientistas e sem nenhum poeta; ele seria absolutamente feio e não valeria a pena viver nele. Pense em um mundo com todos nas lojas, nos escritórios, nas fábricas, sem nenhum vagabundo; seria o inferno. O vagabundo confere beleza ao mundo.

Dois vagabundos foram presos e o juiz perguntou ao primeiro: "Onde você mora?". O homem respondeu: "O mundo inteiro é o meu lar, o céu é o meu abrigo; vou a todos os lugares e não existem barreiras para mim. Sou uma pessoa livre". E o juiz perguntou ao outro: "E você, onde mora?". O segundo vagabundo disse: "Sou vizinho dele".

Essas pessoas dão beleza ao mundo, trazem uma fragrância. Um Buda é um grande vagabundo, um Mahavira é um vagabundo.

Quando o mundo se torna utilitário demais, você cria muitas coisas, possui muitas coisas, torna-se obcecado por coisas, mas o seu interior se perde, pois o interior só pode florescer quando não existem tensões externas, quando você não está indo a lugar nenhum e está apenas descansando. Então o interior floresce; o mais elevado sempre acontece quando você não está fazendo nada, só o trivial acontece quando você está fazendo alguma coisa.

O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard disse: "Quando comecei a rezar, ia à igreja e falava com Deus. Então, de repente, percebi que falar era inútil. Como posso falar com Deus? A pessoa precisa ficar em silêncio, pois o que eu vou dizer? E o que eu posso dizer que ajudará Deus a saber mais? Ele é onipotente, onipresente e onisciente, então qual é o propósito de contar para ele? Conversei com ele durante anos, então, de repente, percebi que isso era tolice. Então parei de falar e fiquei em silêncio, e depois de muitos anos percebi que até mesmo o silêncio não tinha sentido. Então dei o terceiro passo: passei a ouvir. Primeiro eu falava, depois parei de falar e depois comecei a ouvir".

Ouvir é diferente de apenas ficar em silêncio, pois só ficar silencioso é algo negativo; ouvir é algo positivo. Apenas ficar em silêncio é algo passivo e o ouvir é uma passividade alerta, que espera algo sem nada dizer, mas espera com todo o ser. Ele tem uma intensidade, e Kierkegaard disse: "Quando esse ouvir aconteceu, então pela primeira vez a prece aconteceu".

Mas parece que ouvir é absolutamente inútil, especialmente ouvir o desconhecido; você não sabe onde ele está. O silêncio é inútil, falar parece útil; algo pode ser feito quando se fala, pois falando você faz muitas coisas no mundo. Assim, você acha que, se quiser ser religioso, também terá de fazer alguma coisa.

Mas Chuang Tzu disse: A religião só começa quando você entender a futilidade de todo o fazer e quando tiver mudado para o pólo oposto, o do não fazer, da inatividade, do ficar passivo e tornar-se inútil (para a sociedade).

Chuang Tzu e seu mestre Lao Tzu sempre falavam do inútil e até mesmo louvavam as pessoas inúteis. Chuang Tzu falou sobre um homem, um corcunda. Todos os jovens da cidade foram forçados a entrar no exército porque eram úteis. Apenas um homem, o corcunda, foi deixado para trás por ser inútil. Chuang Tzu disse: Sejam como o corcunda, tão inúteis que não serão massacrados na guerra.

Esses mestres louvam o inútil porque dizem que o útil sempre estará em dificuldades. O mundo usará você, todos estão dispostos a usá-lo, a manipulá-lo, a controlá-l. Se você for inútil, ninguém olhará para você, as pessoas se esquecerão de você, elas o deixarão quieto e em paz, não se importarão com você, não ficarão cientes de que você existe (para aceitar isso, seu ego tem que cair para zero).

Chuang Tzu dizia: Esteja alerta e não seja muito útil, senão as pessoas vão explorar você. Então elas começarão a manipulá-lo e você ficará em dificuldades. E, se você puder produzir coisas, elas o forçarão a produzir por toda a sua vida. Se você puder fazer uma certa coisa, se você for habilidoso, então não poderá ser desperdiçado.

Ele diz que a inutilidade tem a sua própria utilidade intrínseca. Se você puder ser útil para os outros, então terá de viver para os outros. Inútil, ninguém olha para você, ninguém lhe presta atenção, ninguém se importa com o seu ser e você é deixado em paz. Você pode viver no mercado como se estivesse vivendo sozinho no Himalais, e nessa solitude você cresce e toda a sua energia pode se voltar para dentro de você.

Chuang Tzu diz: "Se você não apreciar o que não tem utilidade, não poderá começar a falar sobre o que pode ser usado". O inútil é o outro aspecto do útil. Você só pode falar sobre o útil por causa do inútil; essa é uma parte vital; e se você a abandonar completamente, então nada será útil. As coisas são úteis porque existem coisas inúteis.

A pessoa precisa ir ao pólo oposto, e só então ela rejuvenesce. Durante todo o dia você está acordado e, à noite, adormece. Qual é a utilidade do sono? O sono é uma perda de tempo, e não é pouco tempo. Se você viver até os noventa anos de idade, trinta anos da sua vida terão se passado dormindo, oito horas todos os dias, um terço de cada dia. Qual é a utilidade disso? Mas ao final de todo o dia de trabalho, quando você adormece, você sai do útil e entra no inútil, e é porisso qeu, pela manhã, você se sente tão rejuvenescido, tão vivo, tão aliviado; suas pernas podem dançar, sua mente pode cantar, seu coração pode de novo sentir. Toda a poeira do trabalho foi jogada fora e o espelho está novamente limpo; pela manhã você tem clareza. Como isso acontece? Isso acontece por meio do inútil.

É porisso que a meditação pode lhe dar os maiores vislumbres, porque ela é a coisa mais inútil do mundo. Você não faz coisa nenhuma e simplesmente penetra no silêncio. Ela é mais grandiosa do que o sono, pois no sono você está inconsciente, e tudo o que acontece, acontece inconscientemente. Você pode estar no paraíso, mas não o reconhece. Na meditação você se move conscientemente, e então fica ciente do caminho: como ir do mundo útil do exterior para o mundo inútil do interior. E uma vez conhecido o caminho, a qualquer momento você poderá simplesmente ir para dentro. Sentado num ônibus, você não precisa fazer nada e está simplesmente sentado; viajando de carro, de trem ou de avião, você não está fazendo nada, pois tudo está sendo feito pelos outros; você pode fechar os olhos e entrar no inútil, no interior. E de repente tudo fica em silêncio, tudo fica fresco e você está na fonte de toda a vida.

Mas isso não tem qualquer valor no mundo dos negócios, você não pode vender esse estado, não pode dizer: "Tenho uma grande meditação. Alguém está interessado em comprá-la?. Ninguém estará interessado em comprá-la, ela não é uma mercadoria, ela é inútil.

A parte da terra que é inútil dá suporte à útil, e o inútil é vasto, enquanto o útil é muito pequeno. Isso é verdadeiro em relação a todos os níveis do ser: o inútil é vasto, enquanto o útil é muito pequeno. Se você tentar salvar apenas o útil e se esquecer do inútil, mais cedo ou mais tarde você ficará zonzo. E isso já aconteceu; você já está zonzo, caindo no abismo.

Por todo o mundo, os pensadores têm um problema: a vida, para eles, não tem significado, parece que ela não tem sentido. Pergunte a um Sartre, Marcel, Jaspers, Heidegger; eles dizem que a vida não tem sentido. Por que a vida ficou sem sentido? Isso nunca foi assim. Buda nunca disse isso; Krishna podia dançar, cantar, gostar de si mesmo; Maomé podia orar e agradecer a Deus pela bênção da vida; Chuang Tzu era feliz, tão feliz quanto se pode ser. Essas pessoas nunca disseram que a vida não tinha sentido. O que aconteceu com a mente moderna? Por que a vida parece tão sem sentido?

A terra inteira foi eliminada e você foi deixado somente sobre a parte na qual você está sentado ou em pé. Você está ficando atordoado, por toda sua volta só vê abismo e perigo. Você não pode usar a terra sobre a qual está agora porque só pode usá-la quando o inútil se junta a ela. O inútil precisa estar presente.

O que isso quer dizer? Sua vida se tornou apenas trabalho e nenhuma diversão. A diversão é o inútil, o vasto; o trabalho é o útil, o trivial, o pequeno. Você encheu completamente a sua vida com trabalho. Sempre que você começa a fazer alguma coisa, a primeira pergunta que lhe vem à mente é qual a utilidade daquilo. Se tiver utilidade, você faz.

Numa história, Sartre diz: "O amor é só para os pobres. Meus empregados podem amar por mim". É claro; por que um Henry Ford desperdiçaria seu tempo fazendo amor com uma mulher? Um empregado mal remunerado poderia fazer isso, pois o tempo de Ford é muito mais valioso, e ele poderia usá-lo em algo mais útil.

Observando a mente humana, é possível que no futuro só os empregados façam amor. Quando se pode enviar um empregado, por que se preocupar? Quando tudo é considerado em termos econômicos, quando um Ford ou um Rockefeller pode fazer muito melhor uso do seu tempo, por que deveriam desperdiçá-lo com suas esposas? Para isso eles podem mandar um empregado, e isso será menos problemático.

Parece um absurdo, mas isso já aconteceu em muitas dimensões da vida. Você nunca brinca, seus empregados é que brincam; você nunca é um participante ativo em nenhuma diversão, e os outros fazem isso para você. Você assiste a um jogo de futebol, e nele outras pessoas estão jogando e você está apenas assistindo. Você é um espectador passivo, que não se envolve. Você vai ao cinema e vê os outros fazendo amor, fazendo guerra, violência e tudo o mais; você é apenas um espectador na sua poltrona. Isso é tão inútil que não precisa se preocupar em fazer tudo isso; qualquer outra pessoa pode fazê-lo e você pode apenas observar. Trabalho você faz, mas diversão os outros a fazem por você.

A vida parece não ter sentido porque o sentido surge no equilíbrio entre o útil e o inútil. Você negou completamente o inútil, fechou a porta, e agora só o útil está presente e isso o faz sentir-se sobrecarregado. É um sinal de sucesso ter úlcera aos quarenta anos de idade. Se você tem cinqüenta anos e a úlcera ainda não apareceu, você deve ser um fracassado. O que você tem feito na vida? Você deve ter desperdiçado tempo. Aos cinqüenta, a pessoa deveria ter tido seu primeiro ataque cardíaco e, aos sessenta, a pessoa realmente bem-sucedida morre, sem nunca ter vivido. Não havia tempo para viver, pois ela tinha coisas muito mais importantes para fazer.

Olhe à sua volta, observe as pessoas de sucesso, sejam elas polítcos, professores, pessoas abastadas ou grandes empresários. O que está acontecendo com elas? Não olhe para as coisas que essas pessoas possuem, mas diretamente para elas, pois, se você olhar para as coisas, será enganado. As coisas não têm úlcera, os carrões não tem têm ataque do coração, as casas não são hospitalizadas. Não olhe para as coisas, senão você se iludirá. Olhe para a pessoa destituída de todas as suas posses, olhe diretamente para ela, e então você sentirá a sua pobreza (principalmente de saúde); até um mendigo pode ser uma pessoa rica, até um pobretão pode ser mais rico no que se refere à vida.

O sucesso é um fracasso, e nada é um fracasso maior do que o sucesso, pois a pessoa bem-sucedida perde o domínio sobre a vida e sobre tudo. A pessoa bem-sucedida está na verdade barganhando, jogando fora o real em troca do irreal, jogando fora diamantes interiores em troca de pedrinhas coloridas da praia, juntando pedras e perdendo diamantes. Mas como você olha com os olhos da ambição, você olha para as posses; você nunca olha para o político, mas para o seu cargo, para o poder. Você nunca olha para a pessoa que está sentada ali absolutamente impotente, perdendo tudo sem nem ter um vislumbre do que é o estado de plenitude. Ela comprou o poder, mas, ao comprá-lo, perdeu a si mesma; o ser interior está se perdendo por causa de posses fúteis. Você pode enganar os outros, mas como você será capaz de enganar a si mesmo? No final, você olhará para a sua vida e perceberá que a perdeu por causa do útil.

O inútil precisa estar presente. O útil é como um jardim arrumado e limpo; o inútil é como uma grande floresta intocada, e ela não pode ser arrumada e limpa. A natureza tem a sua própria beleza e, quando tudo fica arrumado e limpo, ela já está morta. O jardim é algo falso; a coisa verdadeira é a floresta. O inútil é como uma grande floresta; o útil é como um belo jardim que você criou à volta da sua casa.

Chuang Tzu enfatizou muito o inútil porque você enfatizou muito o útil. Fora isso, essa ênfase não é necessária, pois serve apenas para lhe dar equilíbrio. Você foi demasiadamente para a esquerda e precisa ser puxado para a direita. Mas lembre-se, por causa dessa grande ênfase, você pode novamente ir para o outro extremo, e isso aconteceu a muitos seguidores de Chuang Tzu. Eles ficaram viciados no inútil, e não era esse o ponto; eles não compreenderam. Cuidado, pois a mente pode ir para o oposto e permenecer a mesma, enquanto a coisa real é a transcendência. Você precisa chegar ao ponto em que possa usar o útil e o inútil, em que possa usar o que tem propósito e o que não tem propósito. Então você está além de ambos, e ambos o servem.

Pessoas como Chuang Tzu são perigosas porque podem ser mal-interpretadas, e há mais possibilidade de haver mal-entendidos do que de haver entendimento correto. A mente diz: "Tudo bem, chega de trabalhar nesta firma, chega de família; serei agora um vagabundo". Isso é entender mal, pois você carregará a mesma mente e ficará viciado em ser um vagabundo. Então você não será capaz de voltar à firma, ao mercado, à família, e ficará com medo disso.

Da mesma maneira, se você se vicia com um remédio, ele poderá se tornar uma nova doença. Primeiro você precisa se livrar da doença, e imediatamente depois você precisa se livrar do remédio, senão ele tomará o lugar da doença e você ficará apegado a ela para sempre.

Lembre-se: o inútil tem a sua própria atração. Se você estiver muito perturbado pelo útil, poderá ir para o outro extremo e perder o equilíbrio.

Um profundo equilíbrio é necessário; deve-se ficar no meio, livre de todos os opostos. Você pode usar o útil e pode usar o inútil; pode usar o que tem propósito e o que não tem propósito e, ainda assim, ficar além dos dois. Você não é usado por eles e se tornou um mestre.

[continua]

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Lao Tzu: Ser Inútil


Lao Tzu estava caminhando com seus discípulos e eles chegaram a uma floresta onde centenas de pessoas estavam cortando árvores, pois um grande palácio estava sendo construído. Assim, praticamente toda a floresta tinha sido cortada, mas apenas uma árvore estava em pé, uma grande árvore com milhares de galhos, tão grande que dez mil pessoas podiam se sentar à sua sombra. Lao Tzu pediu aos discípulos para perguntar por que aquela árvore não havia sido cortada, enquanto toda a floresta viera abaixo.

Os discípulos foram e perguntaram: "Por que vocês não cortaram aquela árvore?"

Eles disseram: "Aquela árvore é absolutamente inútil. Não se pode fazer nada com ela porque todos os galhos têm muitos nós e não tem nenhum galho reto nela. Não se pode fazer colunas a partir dela, não se pode fazer móveis com ela, não se pode usá-la para queimar porque sua fumaça é muito perigosa para os olhos, que ficam praticamente cegos com ela. Aquela árvore é absolutamente inútil, e é porisso que não a cortamos".

Os discípulos voltaram a Lao Tzu, que riu e disse: "Sejam como essa árvore. Se vocês quiserem sobreviver neste mundo, sejam como essa árvore, absolutamente inúteis. Então, ninguém os prejudicará. Se vocês forem retos, serão cortados e se tornarão móveis na casa de alguém. Se vocês forem belos, serão vendidos no mercado e se tornarão uma mercadoria. Sejam como essa árvore, absolutamente inúteis. Então ninguém poderá prejudicá-los e vocês crescerão grandes e vastos e milhares de pessoas poderão encontrar sombra debaixo de vocês".

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domingo, abril 22, 2007

 

Chuang Tzu: A Sombra do Jumento


Conta-se que, uma noite, Chuang Tzu estava conversando com seus discípulos e muitos deles estavam dormindo profundamente, como normalmente acontece com os discípulos. Devia ser tarde da noite; eles estavam cansados e Chuang Tzu falava de coisas difíceis, além da capacidade intelectual deles. Quando algo está além de sua capacidade, parece melhor você repousar e dormir do que se importar com o assunto.

De repente, Chuang Tzu ficou ciente de que muitos dos discípulos estavam dormindo profundamente e que era inútil continuar a falar. Eles estavam até roncando, perturbando-o com o ronco. Então ele contou a seguinte parábola: "Certa vez aconteceu de um homem fazer uma peregrinação a um lugar sagrado com o seu jumento. Mas ele era muito pobre e começou a passar muita fome; como o dinheiro tinha acabado, vendeu a um viajante rico (segundo proprietário) o jumento sobre o qual viajava. Mas na tarde seguinte, quando o sol estava muito quente, o primeiro dono do jumento descansou na sombra do animal.

"O segundo proprietário comentou: 'Isso não está certo, pois você me vendeu o jumento'.

"O primeiro proprietário replicou: 'Vendi o jumento, mas não a sombra'."

E, nessa altura, todos os discípulos ficaram alertas; de repente, ninguém estava dormindo, ninguém estava roncando. Quando você fala sobre jumentos, os jumentos imediatamente põem-se a ouvi-lo! Chuang Tzu disse: "Agora volto ao que estava falando..."

Mas todos os discípulos disseram: "Espere! Por favor, termine a história". Agora todos curiosos: "O que aconteceu?"

Chuang Tzu disse: "Essa é uma parábola e não uma história. Vocês estão mais interessados nos jumentos do que em mim". Chuang Tzu parou a história ali, nunca a concluiu, pois ela não precisava ser concluída; ela era apenas uma prova de que a mente humana está mais interessada na estupidez do que nos valores mais elevados; ela está mais interessada em tolices.

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sábado, abril 21, 2007

 

Pare de Morrer e Viva para Sempre - 12


Problemas com a Idade

Um dos assassinos mais insidioso e mortal é a perda da auto-estima, que pode vir tão gradualmente que nós nunca ficamos sabendo quando nós chegamos ao ponto sem volta. Com uma mulher isso pode acontecer rapidamente quando ela inicia a menopausa, chamada corretamente de "mudança de vida", quando ela passa a acreditar, geralmente sem razão, que ela não é mais desejada por seu marido ou que não é mais necessária para sua família. Com a mudança natural do processo biológico, existe uma crença não-natural de que toda sua função na vida chegou a uma conclusão. Muitas mulheres ficam tão chocadas por esta mudança biológica que elas não conseguem lidar com isso em um nível mental, emocional e psicológico e freqüentemente cometem suicídio ou tornam-se mentalmente transtornadas com trágicas conseqüências.

Uma mulher bem ajustada compreenderá que a mudança de vida, com sua mudança de redução ou eliminação da concepção, pode tornar o ato sexual natural e normal mais relaxado e prazeiroso para ambas as partes. Nesta ocasião, o homem já pode abordar este ato de prazer mútuo sem ter que provar nada, podendo dispor de tempo para se certificar que sua parceira atinja o seu clímax próprio e satisfação. Muitas pessoas têm a falsa idéia de que o ato sexual é apenas para o propósito de reprodução e que qualquer outro emprego dele é pecaminoso. No entanto, o ato sexual pode ser um método prazeiroso de comunição entre duas pessoas que procuram dar prazer mútuo através de uma função humana natural.

É a preocupação e não o trabalho que mata muitas pessoas. O período dos 40 anos é quando muitos executivos sucumbem com a chamada "falha cardíaca".

Outra idéia de auto-derrota que causa envelhecimento prematuro é o conceito comum de que uma pessoa precisa "se assentar" quando ele ou ela atinge uma idade vaga e não-especificada. No entanto, esse "assentamento" pode levar a um embotamento da mente e do espírito que pode causar um gradual declínio, decaimento e morte do corpo.

O homem afeta sua sociedade e sua sociedade o afeta; ninguém vive isolado na solidão.

Freqüentemente os locais para idosos (asilos) são bem luxuosos e oferecem um certo apelo para aqueles que desejam sair do barulho e da tensão da vida na cidade. Mas o ser humano precisa de uma certa quantidade de tensão; uma flexão de seus vários músculos; uma vida sem desafios e estímulos pode se tornar uma piscina de águas paradas onde a alma pode se afogar de tédio. Quando você perde interesse na vida, a vida perde interesse em você e o tédio torna-se o assassino mais insidioso de todos.

Nos Estados Unidos, a idéia da competição tem sido usada em excesso e abusada até o ponto em que se tornou uma fonte importante de muita tensão e ansiedade desnecessárias. A cooperação e não a competição deveria ser a chave para o sucesso de qualquer tipo de empreendimento. Nenhuma duas pessoas são iguais; cada pessoa é única e não deveria tentar igualar os esforços, habilidades ou talentos de qualquer outra pessoa. Cada pessoa deveria batalhar para atingir a perfeição, tal que a completude e não a competição deveria ser seu propósito de cada dia em todas suas atividades.

A maturidade, com sua diminuição das demandas da família e da sociedade, deveria ser uma época de atividades seletivas, quando você seleciona aquilo que você deseja fazer e não aquilo que o seu trabalho ou vocação exige. Não deixe que a aposentadoria o cançe e o leve para o túmulo mais cedo. Regenere-se, recomplete-se, revigore-se, revitalize-se e viva tanto quanto você deseje e também tanto quanto você consiga. Estou convencido que o maior assassino de todos é o medo.

Eu acredito que a maioria das pessoas está com mais medo dos problemas da vida do que do espectro da morte. Os problemas da vida que confrontam as pessoas que avançam em idade são:

1. Saúde deficiente, sensação de desamparo e doenças;
2. Perda de clareza mental;
3. Perda gradual e progressiva de pessoas queridas;
4. Não conseguir compreender ou se ajustar a novas idéias e costumes;
5. Declínio ou perda total da capacidade sexual;
6. Arrependimento e remorso dos erros passados.

No entanto, nenhuma pessoa vive completamente sozinha; todos nós temos uma influência, boa ou má, sobre aqueles que nos rodeiam; nós nunca sabemos como nós estamos afetando alguém que nos está olhando em busca de inspiração e guiamento. A melhor coisa que podemos dar aos nossos filhos é um bom exemplo. Como você vive é muito mais importante do que quando, como e onde você morre.

[continua]

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Pensamentos de Leonard Orr - 4


Há três componentes principais da imortalidade física: a
filosofia da imortalidade física, a psicologia da solução para a pulsão de morte e a fisiologia da imortalidade física, que envolve princípios básicos da mestria do corpo

A filosofia da imortalidade física: Há uma grande diferença entre conhecimento intelectual e conhecimento que cria nossa realidade física - a teórica e a causal. O conhecimento intelectual torna-se conhecimento real através da repetição e meditação. Você não aprendeu nada daquilo que você não tenha uma lembrança imediata. Precisamos dominar as palavras "imortalidade física" como dominamos nosso próprio nome. Devemos dominar as práticas da terra, ar, água e fogo como dominamos a condução de veículos, dormir e fazer amor, para estarmos verdadeiramente na trilha correta.

A idéia da imortalidade física dá às pessoas a oportunidade de resolver suas pulsões de morte e libertar-se da tirania da mentalidade mortalista. A ignorância sobre a imortalidade física deixa as pessoas na prisão da miséria, autodestruição, medo, fracasso e insegurança, que causa doença e dor, violência e guerra, luta pelo poder, impotência e crueldade, degradação humana e a própria morte. A filosofia da imortalidade física liberta a imaginação humana das algemas, dá acesso a enormes reservas de energia e criatividade, cria um motivo para paciência e simplicidade e é por si própria uma prova de amor e inteligência.

A filosofia da imortalidade física despe a mente de todas as espécies de medos e misérias. Permite que o amor e a energia divina expressem-se mais integralmente em sua personalidade. Na verdade, a filosofia da imortalidade física é divertida e produz uma vida mais alegre, mesmo que não atinja o objetivo final.

A crença de que a morte é inevitável lhe matará, se qualquer outra coisa não o fizer. Mas a verdade é que seu espírito já é eterno; você só precisa colocar sua mente e corpo em harmonia com seu espírito imortal. A filosofia da imortalidade física dá uma chance ao seu corpo. A mentalidade mortalista garante sua destruição. A morte é um grave erro.

A psicologia da imortalidade física: A diferença entre uma pessoa e outra está principalmente na qualidade das idéias que tem. Pensamentos de vida eterna produzem saúde.

A crença de que a morte é inevitável não é saudável para os humanos. Isto é apenas bom senso. A ciência psicossomática provou que nossas crenças influenciam nossa saúde. Portanto, que valor prático existe em acreditar na morte, se você deseja a saúde? A crença de que a morte é inevitável provavelmente matou mais gente que todas as outras causas combinadas. Mesmo que você sobreviva à idade avançada, doenças e acidentes e pratique as técnicas do renascimento e as afirmações, sua própria crença na morte lhe alcançará no final - a menos que você a mude. O questionamento sério da idéia de que a morte é inevitável é bom e prático para a saúde mental e física. Os imortalistas argumentam que se a morte fosse realmente inevitável e fora de seu controle, então acreditar na imortalidade física não lhe faria mal algum.

Talvez a nossa lealdade à morte, ou a "pulsão de morte", seja um atributo da personalidade que poderíamos prescindir. Seja imortal até prova em contrário! A morte é somente uma especulação sem valor enquanto você viver, mas pensar nela pode causar doença, fracasso, ódio, depressão, ou desamparo, quando você poderia estar gozando a vida.

A pulsão de morte é uma entidade psíquica real qeu pode ser isolada em sua própria mente e destruída. Sua concepção de morte é composta de crenças e idéias sobre a morte que você absorveu de seus pais e da cultura. Você pode transmutar isso. Use a técnica de afirmações. Em vez de acreditar que você poderia morrer ou ser morto a qualquer momento, simplesmente afirme: "Sou responsável pelo destino de meu corpo físico. Nada pode me ferir sem meu consentimento". Simplesmente questione a morte, e a pulsão de morte começará a decompor-se!

Na verdade é muito difícil destruir seu corpo físico. As doenças normalmente levam muito tempo para matar - dão muitos avisos para você mudar de idéia.

Se seus pais não forem iogues imortais há boa probabilidade de você ter uma alta pulsão de morte. Essa pulsão de morte pode ser desaprendida, mas isso exige sabedoria, intuição e muito fogo. O fogo queima e extingue a pulsão de morte e emoções negativas persistentes mais rápido que qualquer outra coisa. É incrível como sentar-se próximo a uma fogueira (ou ao sol) ou em frente a uma lareira pode transportar uma pessoa rapidamente de um estado depressivo total para um estado de alegria total.

A pulsão de morte é a mais destruidora das emoções humanas. É a responsável pela auto-sabotagem e pelo comportamento suicida. A pulsão de morte inconsciente é o baluarte para todas as depressões, doenças e sentimentos de abandono e fracasso. Quando você ataca todas essas coisas na sua origem (trauma do nascimento, síndrome da desaprovação parental, pulsão de morte inconsciente, vidas passadas), a vida torna-se bem mais fácil todos os dias. E, portanto, isto tem enorme valor prático.

Precisamos nos tornar o mestre de todo o nosso condicionamento. Isto leva normalmente de 50 a 100 anos se começarmos suficientemente cedo, porque a pulsão de morte tem uma pulsão de vida. Ela se autoprotegerá, mesmo às custas de seu corpo.

Seu corpo se cura em função de sua mente. No final será somente sua conexão pessoal com o ser infinito e a inteligência infinita que lhe salvará. Você é uma expressão de tudo o que é e é, por natureza, eterno. Sua pulsão de morte é autodestrutiva e seu poder só perdura enquanto você estiver agarrado a ela. No momento em que você deixá-la partir, a eternidade, que é a qualidade fundamental do seu ser, se manifestará em um nível prático como amor, sabedoria, alegria, paz e saúde física. A pulsão de morte pode ser dissolvida por escolhas conscienciosas. Morrer diariamente não é maneira correta para se viver.

Talvez você já tenha praticado a morte por tempo suficiente. Você já pode ter morrido mil vezes ou mais. Por quee não abster-se da morte por algumas centenas de anos? Provavelmente isso não lhe causará danos. Resumindo, a morte é um mau hábito, um costume inútil.

A fisiologia da imortalidade física: O estudo da imortalidade física - sua filosofia e psicologia - não tem significado sem uma prática pessoal complementar de purificação espiritual que produza a mestria do corpo e a felicidade. Talvez você já venha trabalhando a sua imortalidade física em vidas passadas. Talvez você consiga nesta vida. Vale a pena tentar.

A fisiologia da imortalidade física está baseada na percepção interna do nosso corpo energético. Devemos apreender como limpar e equilibrar este corpo energético diariamente com terra, ar, água e fogo. Ser massageado é um hábito terrestre que sempre reduz as doenças.

O corpo é composto de terra, ar, água e fogo. A simples prática da purificação espiritual com esses elementos formam a base da limpeza do corpo energético, mantendo a corpo físico e dominando a fisiologia da imortalidade física. Eis um pensamento prático: Se seu corpo está funcionando, não conserte-o. Enquanto você estiver feliz e saudável, você tem vontade de viver para sempre. Quando você perde isso, você saberá que precisa mudar seus hábitos. Somente você pode resolver so mistérios de sua alma e corpo.

O corpo humano é perecível, mas muito confiável e miraculoso. Ele aceitará uma incrível quantidade de abusos antes de começar a falhar. No momento qeu paramos de abusar do corpo ele começa instantaneamente a nos perdoar e a se curar. A vida e a inteligência de Deus em nosso corpo é maior do que nossa mente racional. Que os humanos podem morrer pode ser um milagre maior do que a imortalidade física.

A causa da morte é a poluição no corpo: poluição física com alimentos e toxinas e poluição energética através de outras pessoas e do que acumulamos no passado. Alimentos e pessoas são inofensivos por si e em si próprios, mas é possível ocorrer uma overdose. Algumas vezes a overdose é óbvia, outras vezes muito sutil. Por exemplo, é possível se comer carne por 25-50 anos antes que ela nos mate através de um ataque do coração ou câncer.

Livrarmos-nos da poluição do corpo energético e físico mais rapidamente do que a absorvermos é o que eu chamo de jogo de purificação espiritual. Quanto mais ganharmos este jogo no dia-a-dia, mais amiúde poderemos viver no Espírito e mais controle teremos sobre nossas vidas. Quando perdemos o jogo da purificação espiritual, encaminhamo-nos em direção ao envelhecimento e morte.

[Continua como "Rompendo com o Hábito de Morrer"]

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sexta-feira, abril 20, 2007

 

Chuang Tzu: O Fácil é o Certo

Fonte: Osho, TAO - Sua História e Seus Ensinamentos, Cultrix, 2005.

O fácil é o certo. Ninguém jamais ousou dizer isso; pelo contrário, as pessoas tornam o "certo" o mais difícil possível. Para todos os que foram condicionados por diferentes tradições, o errado é fácil e o certo é árduo. É preciso treinamento, disciplina, repressão, renúncia ao mundo, renúncia aos prazeres...

As mentiras são fáceis, a verdade é difícil - este é o condicionamento comum da humanidade.

Mas Chuang Tzu certamente é um homem de imenso discernimento. Ele diz: O fácil é o certo.

Então, por que as pessoas têm tornado o certo tão difícil? Todos os seus santos tornaram o certo muito difícil, e há uma psicologia por trás disso: apenas o difícil é atraente para o seu ego. Quanto mais difícil a tarefa, mais o ego se sentirá desafiado.

Escalar o Everest era difícil; antes de Edmund Hillary ter chegado vivo ao topo, centenas de pessoas morreram na tentativa. Por todo um século, grupos e mais grupos de alpinistas se empenharam, e, quando Edmund Hillary chegou ao topo, não havia nada a ser encontrado! No topo culminante, nem mesmo há espaço suficiente... apenas uma pessoa pode ficar em pé ali. Perguntaram a ele: "O que o estimulou? Sabendo perfeitamente bem que dezenas de alpinistas perderam a vida ao longo de todos esses anos, e os corpos deles nem foram encontrados... por que você tentou realizar esse projeto perigoso?"

Ele respondeu: "Eu precisava tentar, pois isso estava ferindo o meu ego. Sou alpinista, adoro escalar montanhas, e era humilhante o fato de o Everest existir e ninguém ser capaz de chegar ao cume. Não é uma questão de encontrar alguma coisa... Eu me sinto imensamente feliz".

O que é essa felicidade? Você não encontrou nada! A felicidade é que o seu ego ficou mais cristalizado. Você é a primeira pessoa em toda a História que chegou ao ponto culminante do Everest; agora ninguém pode tirar o seu lugar; qualquer um que chegar lá será o segundo, o terceiro... mas você deixou a sua marca na História; você é o primeiro. Você não encontrou nada, mas um profundo alimento para o seu ego.

Todas as religiões tornam o certo difícil porque o difícil é atraente, atraente para o ego. Mas o ego não é a verdade, não é o certo. Você percebe o dilema? O ego só é atraído pelo difícil. Se você quiser que as pessoas sejam santas, precisará tornar muito difícil o seu certo, a sua verdade, a sua disciplina. Quanto mais difícil, mais as pessoas egóicas serão atraídas, serão praticamente puxadas como que por um ímã.

Mas o ego não está certo; ele é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa, e não pode lhe entregar o certo, a verdade, mas apenas fortalecer-se mais. Em uma simples afirmação, Chuang Tzu está fazendo a afirmação mais fecunda: O fácil é o certo. Porque o ego não sente atração pelo fácil. Se você estiver se movendo na direção do fácil, o ego começará a morrer; e, quando não sobrar nenhum ego, você chegará à sua realidade, ao certo, à verdade.

E a verdade e o certo precisam ser naturais. Fácil significa natural; você pode encontrar o real e o verdadeiro sem esforço. "O fácil é o certo" significa que o natural é o certo, que a ausência de esforço é o certo, que a ausência de ego é o certo.

Comece certo e você estará sendo natural; continue natural e você estará certo.

Esses são os dois lados da mesma moeda. Se, ao começar a viver uma vida certa, você descobrir que ela está difícil, então lembre-se: ela não está certa. Ao viver o certo, sua vida se tornará cada vez mais fácil, cada vez um deixar acontecer, um fluir com a corrente...

É difícil ir contra a corrente, mas seguir com a corrente não é difícil. Assim, escolha as coisas mais fáceis na vida, as coisas mais naturais da vida, e você estará certo; ou, se você quiser começar da outra maneira, lembre-se do critério de que o certo precisa produzir a facilidade em você, o estado de relaxamento em você.

Continue natural e você estará certo. Nem por um momento se esqueça de que o difícil é alimento para o ego e que o ego é a barreira que o torna cego, que o torna surdo, que torna o seu coração difícil de abrir, que faz com que amar, dançar e cantar sejam impossíveis para você.

Continue no fácil. Toda a sua vida deve ser um fenômeno fácil, e então você não estará criando o ego. Você será um ser natural, apenas ordinário, comum. E o ordinário é o mais extraordinário. As pessoas que estão tentando ser extraordinárias não entenderam nada. Seja simplesmente uma pessoa comum, seja simplesmente um joão-ninguém.

Mas todos os seus condicionamentos são tão corruptos... eles o corrompem. Eles dizem: estar no fácil é ser preguiçoso, ser normal é humilhante. Se você não tentar ter poder, prestígio ou respeitabilidade, sua vida não terá sentido; isso foi forçado a entrar na sua mente.

Com essas simples afirmações, Chuang Tzu está tirando todos os seus condicionamentos. Continue natural e você estará certo. Nunca, nem por um momento, sinta-se atraído pelo difícil. O difícil fará de você "alguém", um primeiro-ministro, um presidente, mas não o tornará divino. O fácil é divino.

Não importa se você está acumulando dinheiro ou virtudes, se está ficando respeitável aqui ou respeitável no outro mundo; não importa, o jogo é o mesmo. Não faz diferença se você está se tornando uma celebridade mundialmente famosa ou um santo venerado mundialmente; ambos são viagens do ego.

E todos os gurus costumam tentar lhe ensinar disciplinas difíceis e caminhos árduos para encontrar a verdade; todos eles te dizem: "Pode não ser possível nesta vida, mas mesmo assim comece. Talvez na próxima vida... A jornada é longa, o objetivo é uma estrela distante".

O fácil é o certo. Comece certo e você estará sendo natural. Esse precisa ser o critério. Se você se sente pouco à vontade e tenso, então o que você começou não pode estar certo.

Continue natural e você estará certo.

E a última parte nunca deve ser esquecida. O caminho certo para seguir facilmente é se esquecer do caminho certo - porque até se lembrar disso é um incômodo. O caminho certo para seguir facilmente é se esquecer do caminho certo e se esquecer de que o seguir é fácil. Qual é a necessidade de se lembrar dessas coisas?

Relaxe a um tal ponto que... seja tão natural quanto as árvores e os pássaros. Ao olhar os pássaros, você não acha que um é santo e o outro é pecador; ao olhar as árvores, você não acha que uma é virtuosa e a outra está cheia de maus hábitos. Tudo é natural, tão natural que você nem precisa se lembrar disso.

Chuang Tzu foi um dos homens mais naturais que o mundo já viu. Ele não criou nenhuma disciplina ou doutrina, nem fez nenhuma catequese; ele simplesmente explicou uma coisa: se puder ser natural e simples, como os pássaros e as árvores, você florescerá e terá suas asas abertas no vasto céu.

Você não precisa ser santo. Os santos são muito tensos, mais tensos do que os pecadores. Conheci os dois e, se tivesse de escolher, eu escolheria os pecadores como companhia, e não os santos. Os santos são as piores companhias que existem, pois os seus olhos estão cheios de julgamentos sobre tudo: "Você deveria fazer isso e não aquilo". E eles começam a dominar você, a condená-lo, a humilhá-lo, a insultá-lo, porque o que eles estão fazendo é certo e o que você está fazendo não é certo. Eles envenenaram tão cruelmente a sua natureza que, se procurássemos criminosos de verdade, eles seriam encontrados entre os santos e não entre os pecadores. Os pecadores não fizeram muito mal às pessoas.

Visitei prisões, encontrei criminosos e fiquei surpreso ao ver que, muitas vezes, eles eram as pessoas mais inocentes. Talvez por serem as mais inocentes é que foram pegas; os espertos estão fazendo crimes muito maiores, mas não são pegos. Todas as leis têm brechas, e os espertos encontram primeiro as brechas; os inocentes são pegos porque não têm essa esperteza.

Estamos vivendo em um mundo muito estranho. Os criminosos é que ditam as regras; os criminosos são os políticos; tornam-se presidentes, vice-presidentes, primeiros-ministros, pois, a não ser o criminoso, quem deseja o poder? Um ser humano autêntico quer paz, quer amor, quer que o deixem em paz, quer a liberdade para ser ele mesmo. A própria idéia de dominar os outros é criminosa.

Chuang Tzu está certo: se você sente alguma tensão, lembre-se de que o que você está fazendo não está certo. Relaxe sendo um joão-ninguém, seja natural, torne-se parte deste universo relaxado, tão relaxado que você se esquece de tudo sobre o fácil e de tudo sobre o certo.

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quinta-feira, abril 19, 2007

 

Pensamentos de Leonard Orr - 3


Nossa civilização materialista tem a tendência de solidificar a pulsão de morte. Mas os imortalistas rejeitam a idéia de que a morte é inevitável dizendo alternativamente que a morte é controlada pela consciência individual. A mentalidade imortal tornou-se possível como função da mudança de pensamentos, liberação da respiração e o estabelecimento de uma auto-imagem eterna. Os imortais sabem que a morte só serve para aqueles que persistem e amam a ignorância. A morte é para aqueles que amam os prazeres superficiais do corpo, mais do que os prazeres eternos do espírito.

A conquista da morte é o teste de inteligência básico no universo físico. A imortalidade física é o primeiro passo em qualquer iluminação espiritual prática.

A maioria das pessoas morre antes de questionar a idéia de que a morte é inevitável, conquanto pensem que são espiritualmente iluminadas. Mas apenas a idéia de imortalidade física não é suficiente. Desenvolver uma filosofia de imortalidade física é o primeiro passo. O segundo passo é resolver a pulsão de morte pessoal absorvida da tradição familiar - a psicologia da imortalidade física. O terceiro passo é onde os exercícios de purificação espiritual práticos acontecem. Por exemplo, a mestria da respiração ensina a limpeza da mente e do corpo. Jejuar limpa ainda mais o sangue. A mestria do sono ensina, entre outras coisas, a mestria do mundo astral que muitos pensam ser o mundo dos mortos. A purificação pela água e pelo fogo é básica.

Meu objetivo não é desmerecer a prática da morte física. A morte física é uma grande invenção que permite às pessoas que não gostam de permanecer aqui, deixar o planeta Terra. A maioria das pessoas parece ter mais medo de viver para sempre com elas mesmas do que com a morte física.

Note que você é imortal neste exato momento até que se prove o contrário. Morrer é mais difícil do que viver. Começemos com a seguinte afirmação: Eu estou vivo agora, portanto minhas pulsões de vida devem ser mais fortes que minhas pulsões de morte. Enquanto eu fortalecer minhas pulsões de vida e enfraquecer minhas pulsões de morte, continuarei vivendo com saúde e juventude crescentes.

A adição das palavras "imortalidade física" ao vocabulário de todos é um objetivo educacional valioso. Perceber que nossa mente é a maior ameaça à saúde e ao estado de animação do nosso corpo físico, é um pensamento que todos merecemos ter. A maioria rendeu-se à idéia de que a morte é inevitável e além do nosso controle.

Uma pessoa que tem água quente encanada e uma lareira em casa, possui a mais sofisticada "caverna iogue imortal" jamais projetada. A tragédia da nossa geração é que as pessoas estão morrendo desnecessariamente na ignorância, somente porque nunca ouviram ou pensaram sobre a idéia da imortalidade física. Poderíamos ter o céu na terra se as pessoas estivessem tão dedicadas à saúde, ao amor e à alegria de viver, como estão à ignorância, pensamentos negativos e morrer para ir para o céu.

Não se esqueça que a imortalidade física não é o objetivo derradeiro. É um benefício natural de ser uma boa pessoa e seguir as regras de uma vida saudável. Viver mais longamente não é o objetivo da imortalidade física. Melhorar a qualidade da própria vida é o objetivo - a atual qualidade da existência pessoal em espírito, mente e corpo. A imortalidade física nos liberta da prisão de viver sob uma sentença de morte. A maioria das pessoas está vivendo no "corredor da morte" e fica imaginando por que sua vida não produz os efeitos desejados. Encontrar a vida eterna no coração humano é a fonte da saúde na mente e no corpo.

Como a Bíblia repete exaustivamente, "O dom da Vida Eterna pode ser seu" [João, 3:16]. Vida Eterna significa incorporar o corpo na vida consciente do Espírito Eterno. Tudo o que existe no céu ou na terra é energia, pensamento e forma. Seu potencial divino total existe no aqui e no agora, tanto quanto existe no mais elevado paraíso. Deus está aqui, também! Não há melhor lugar para se estar.

Você pode tão somente iniciar este trabalho; não há fim.

[continua]

quarta-feira, abril 18, 2007

 

Pensamentos de Leonard Orr - 2

Fonte: Leonard Orr, Libertando-se do Hábito de Morrer - A Ciência da Vida Eterna, tradução de Gilberto M. Carnasciali de Breaking the Death Habit: The Science of Everlasting Life, Editora Hipocampo, Rio de Janeiro, 2001.

Deus nos deu as ferramentas práticas para sermos imortais. O gargalo está nas ortodoxias, filosofias e crenças ultrapassadas não somente nas igrejas, mas na educação, ciência, negócios e governo.

Após eu conhecer pessoalmente e estudar oito iogues imortais, que viveram mais de 300 anos no mesmo corpo físico, condensei os denominadores comuns que os tornaram imortais. Apresento-lhes estes princípios aqui. São simples e agradáveis de se trabalhar. Se o caminho da imortalidade física não fosse agradável, então o nosso Criador seria um sádico que exige dor e miséria eternas. As práticas espirituais que nos fazem imortais são tão simples que se tornam fáceis de serem ignoradas. Foi assim que a morte física se tornou tão popular.

Ser imortal está no mesmo grau de dificuldade que o de ganhar a vida e sustentar uma família, criar crianças e pagar as mensalidades escolares até a formação universitária. Exige concentração e autodisciplina acompanhadas de um certo nível de inteligência e resistência. Tornar-se um mestre iogue imortal pode ser mais fácil que isso, mas exige concentração e persistência nos hábitos corretos.

Meu ponto central é que a vitória sobre a morte está ao seu alcance. Descrevo as práticas de purificação espiritual utilizadas por todos os iogues imortais que conheci, em termos da civilização ocidental. Nossa civilização pode, ou sugar nossa energia vital e nos matar, ou sustentar nossa vida eterna confortável e agradavelmente. Você decide! Você pode centrar-se na vida e mestria ou na derrota e morte.

Alguns desejam morrer e merecem este direito. Entretanto, todos merecem ter o direito de escolher entre a vida ou a morte. Sem a informação contida neste livro, as pessoas não têm uma escolha significativa.

A maioria das pessoas está demasiadamente imersa na pulsão de morte e consciência mortalista para se importar com iogues imortais ou mesmo com seu potencial divino. Infelizmente, a pulsão (urgência) de morte massificada tem a tendência de precipitar desastres. A melhor coisa que você pode fazer para a saúde de uma comunidade ou uma nação é dominar e divulgar as idéias de imortalidade física e de purificação espiritual voluntária, antes que Deus a faça na forma involuntária.

[continua]

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terça-feira, abril 17, 2007

 

Quando comer ?

Fonte: Luiz Kühne, Manual da Ciência da Expressão do Rosto, A Editora, Lisboa, 1908.

Crê-se, geralmente, que devemos comer quando sentimos fome. Mas está na nossa vontade a possibilidade de regular o nosso modo de vida e de fixar a manifestação do apetite. A maior parte das pessoas vive de uma forma tão pouco racional que nunca tem verdadeiramente apetite. Se quizermos observar o que se passa no campo, veremos que os animais sentem fome principalmente de manhã e é, então, o período que tomam a sua refeição mais abundante. Há para isso uma boa razão: é o sol que faz sentir a sua influência com mais vigor.

O dia está dividido em duas partes: a que reanima e vivifica e a que acalma. O período de animação revela-se com o nascer do sol, que incita toda a creação à atividade. O mesmo se dá com a creatura humana: é impossível subtrair-se à influência do sol. Se o homem responde ao apelo da natureza, se se levantar cedo, se sair e respirar a atmosfera vivificadora, bem depressa se convencerá dos efeitos salutares que obtém.

Evidentemente, precisará também dar grande importância ao período de calma que começa desde que o sol tenha passado pelo zênite, isto é, logo depois do meio dia. O efeito desta parte do dia será o de um gradual decrescimento, uma diminuição das atividades, até que, por fim, ao pôr do sol, virá a hora do repouso, da quietação, hora essa em que a humanidade, assim como as outras espécies de animais, deseja adormecer e sossegar.

Enquanto dura o período de animação, sentimo-nos aptos para o trabalho e o nosso corpo está vigoroso e cheio de energia; o período calmante relaxará as nossas forças e vem-nos o desejo de repousar, de dormir. Tudo isso terá a sua influência nos órgãos digestivos. De manhã, a digestão far-se-á melhor, diminuindo de atividade depois do meio dia e tornando-se muito fraca à noite.

Disso se depreende que deveremos comer sobretudo de manhã ou na primeira parte do dia, enquanto que, à tarde, apenas está indicado tomar pequenas quantidades de alimento. Os doentes, muito especialmente, nunca deveriam esquecer-se deste preceito; será o melhor meio de utilisarem as suas forças e de conseguirem o máximo de vitalidade possível.

Objetar-me-ão talvez que as pessoas doentes muitas vezes não têm apetite de manhã e que, sem a sensação da fome, não se deverá comer. Todavia essa falta de apetite, pela manhã, é muito simplesmente um sintoma duma digestão muito enfraquecida, ou então de que os orgãos digestivos têm sido obrigados a funcionar a horas inoportunas.

Os nossos sistemas modernos de iluminação contribuem bastante para fazermos da noite dia. Mas por mais admiráveis que possam ser, essas invenções da nossa civilização trazem-nos muitas vezes grandes desvantagens. As refeições fazem-se a horas, cada vez, mais tardias. Essa alimentação, feita muito tarde, nunca poderá ser perfeitamente digerida; fatiga o aparelho digestivo de tal forma que, pela manhã, ele não terá vontade alguma de funcionar, nem mesmo a energia necessária para trabalhar. E além disso, durante a noite, o corpo não terá podido gozar o necessário repouso, porque os alimentos, ainda mal digeridos, excitá-lo-ão ao trabalho e, quando chega a manhã, sentirá provavelmente maior cansaço do que na véspera, à noite.

É preciso portanto conformarmo-nos com estes conselhos e os doentes deverão absolutamente seguí-los, se têm algum desejo de curar-se. Desde que se deitem sem ceiar, ou, quando muito, tendo tomado, apenas, uma refeição ligeira, todas as manhãs começarão a sentir fome.

Naturalmente, será necessário modificar os hábitos da vida e começar a ir para a cama cedo. Levantar, pela manhã cedo. Na segunda noite, já se sentirá a necessidade de dormir mais cedo do que habitualmente e o organismo acostumar-se-á bem mais depressa do que se imagina, a esta nova ordem de coisas.

Devemos também decidir-nos a trabalhar tanto quanto possível no período vivificador do dia; é este, e não o período de calma, que foi reservado para o trabalho. É durante a primeira parte do cia que os atos mais importantes da humanidade - a procriação, por exemplo - devem ser executados. A fecundação será mais perfeita e a fecundidade mais sã. E visto que se trata de melhorar a geração futura, e de torná-la mais vigorosa, deveremos procurar-lhe condições mais favoráveis.

Há exemplos, em que certos homens que se julgavam estéreis porque de noite nunca tinham podido procriar, conseguiram ter filhos, copulando pela manhã, durante o período vivificador. Não são apenas os doentes, também os entes sãos deveriam abster-se de praticar o ato sexual à noite; o corpo está fraco, fatigado do trabalho, das irregularidades, das contrariedades do dia, e tudo isto tem uma influência nefasta na fecundação. Todos nós procuramos evitar qualquer coisa que possa ser fatal ou prejudicial aos nossos filhos!

Se esses que vivem uma vida irregular, praticassem o coito pela menhã, o fruto da sua fecundação seria melhor, visto que muitas imperfeições não seriam transmitidas tão diretamente ao germe, pois o organismo, depois de uma noite de repouso, teria recuperado uma parte das suas energias. Atentemos nas consequências fatais do alcoolismo: os filhos procriados por pais em estado de embriaguês, serão mentalmente inertes, ou mesmo idiotas.

Arrangemos, pois, a nossa vida de forma a cumprir com todos os nossos deveres importantes antes do meio dia, tomando as nossas refeições principais neste período, e quando chegarmos à tarde poderemos ir começando descançar, e pouco a pouco, quando vier a noite, já sem sentirmos grande fadiga, meter-nos-emos na cama.

É para a noite que as doenças agudas sobretudo se manifestam, porque nessa ocasião o organismo não oferece grande resistência. Qual, dentre nós, não percebe que a febre aumenta de intensidade para a noite? Isso, é claro, resulta da fadiga orgânica que há a essa hora.

O ano também tem um período de animação e um período de calma. Durante o período de calma, as doenças chamadas epidêmicas propagar-se-ão, porque as febres não encontrarão fortes resistências, como vimos suceder na parte repousante do dia.

Os animais, que vivem em liberdade, sentem uma menor necessidade de alimento quando se aproxima o inverno (vide a hibernação dos ursos), de forma que o pouco que encontram na terra quase sempre lhes basta. A energia digestiva diminui gradualmente nessa época do ano; porisso, a espécie humana em tal época deverá alimentar-se menos: é perfeitamente normal praticar o jejum de inverno. Porém, nós costumamos regular a nossa vida habitualmente de um modo oposto. É no inverno que celebramos toda a espécie de festas e os médicos são os primeiros a aconselhar-nos a necessidade de consumir mais alimento no inverno do que no verão, para sentirmos menos frio. Isto é um erro de onde podem resultar conseqüências muito graves. Observando os animais que vivem ao ar livre, certificamo-nos da verdade.

Nos trópicos, em que a posição relativa do sol quase não se modifica, a influência da lua parece imperar. Aí, o período de animação alterna com o da calma, duas vezes por mes. O dia terá evidentemente as suas duas partes distintas, como entre nós (Alemanha). Tem-se observado, nos países quentes, que a madeira abatida durante os quartos crescentes da lua não se conserva, ao passo que a cortada nos minguantes é boa e sólida.

Kuhne explica o fenômeno dos períodos de atividade e de repouso usando o sol e a rotação da Terra. Ele afirma que o "atrito" da manhã, quando os raios solares vêm pela nossa frente (devido à rotação da Terra e a posição fixa dos raios solares) será muito mais forte que durante a tarde, quando os raios já nos batem por detraz. Podem talvez levantar-me a objeção de que o calor aumenta muitas vezes logo depois do meio dia; mas isso explica-se muito facilmente: o calor já produzido não se perde e a ele vem juntar-se o calor novo.

Até nós, do mesmo modo, a força motriz da terra estende a sua influência. De modo que no período vivificador, os raios solares, vindo procurar-nos, estimulam-nos, enquanto que no período de tranqüilidade, a nossa atividade diminuirá. Precisamos, portanto, por a nossa vida de acordo com a natureza.

Meu comentário: Jesus, no livro O Evagelho Essênio da Paz, recomenda que a nossa primeira (e talvez única) refeição diária seja feita próxima do meio dia. Isto não conflita com a recomendação acima do Kuhne.

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segunda-feira, abril 16, 2007

 

Areia e Saúde

Fonte: Luiz Kuhne, Manual da Ciência da Expressão do Rosto, A Editora, Lisboa, 1908.

Preciso aqui mencionar uma substância que me parece ser absolutamente necessária ao nosso organismo, substância que muitos poderão julgar totalmente inútil, e que, no entanto, sem dúvida alguma, contribui poderosamente para a digestão - essa substância é a areia. Na sua condição natural, os alimentos vêm todos cobertos de uma certa quantidade de pó e areia, que lhes adere e que nós costumamos tirar com as lavagens.

Por muito benéfica e necessária que seja a lavagem, ela priva-nos de uma substância que é enormemente útil ao nosso organismo.

Os animais engolem instintivamente areia, e quando ela lhes falta, as conseqüências são deploráveis, conforme podemos observar em galinhas, patos e avestruzes. Para o homem também, uma certa quantidade de areia parece ser necessária.

Fiz uma série de experiências usando uma areia pura, isto é, a areia do mar - ainda que provavelmente a areia do leito de rios produziria o mesmo efeito. Mandei vir do mar do Norte uma areia que é tão fina, que pode ser engolida sem a menor dificuldade. Nas regiões arenosas, o ar é sempre muito puro, porque a areia opera como um poderoso desinfetante natural.

De modo que podemos efetuar a seguinte pergunta: não será a areia capaz de exercer uma idêntica ação salutar no interior do nosso organismo, absorvendo os gases e os germens mórbidos, drenando por assim dizer o pântano interno em que pululam os terríveis micróbios? Todos as experiências que fiz, para me assegurar dos efeitos higiênicos da areia, foram inteiramente favoráveis. Vou dar um expemplo.

Uma senhora sofria de constipação de ventre desde a infância; vários remédios não tinham dado resultado. Perto dos 50 anos, o seu estado agravou-se e ela viu-se de repente às portas da morte. Nenhum purgante fazia efeito, os intestinos não funcionavam durante semanas (uma vez durou 5 semanas).

Resolvi, então, lançar mão do seguinte sistema: duas ou três vezes por dia, mandei-a tomar uma pitada de areia do mar, depois das refeições. O resultado não se fez esperar: ao segundo dia ela começou a evacuar abundantemente. A princípio fezes duras e negras; pouco a pouco, as fezes tornaram-se absolutamente normais. A areia foi, como se vê, extremamente salutar, e daí pode-se concluir que esse produto natural é o melhor e mais capaz de manter a digestão perfeita ou de ajudar a repô-la no seu estado natural. Evidentemente, a medicina ortodoxa há de negar que a areia possa ter um valor qualquer, ou dirá que ela é quase insolúvel e vai depositar-se no organismo. A experiência acima, entre muitas outras, prova o contrário.

Meu comentário: Aos 7 anos eu tive uma doença na qual não digeria os alimentos ingeridos. Usando a orientação acima, passei a tomar uma colher de chá de areia do mar após cada refeição e salvei a minha vida em poucos dias.

O contato de nosso organismo com a terra é muito importante, tanto externamente como internamente (situação acima). É sempre bom lembrar que a pessoa que mais viveu no Brasil, desde o seu descobrimento por Pedro Álvares Cabral, foi a mineira Maria do Carmo Jerônimo que nunca usou calçados, sempre manteve o contato da sola de seus pés com a Mãe Terra.

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domingo, abril 15, 2007

 

Sol e Gripe


Mais um resultado salutar resultante do abraço do Anjo da Luz Solar... Rui
Estudo: banho de sol ajuda a evitar resfriados

Sábado, 14 de abril de 2007, 07h26

Tomar sol durante 20 minutos pode ser o melhor método de evitar os resfriados e as gripes, segundo um estudo científico que demonstra que é a vitamina D, e não a C, a que melhor protege contra os vírus que causa essas doenças.
A vitamina D, sintetizada pela ação da luz solar, estimula "a imunidade natural" ativando os peptídeos no corpo que atacam as bactérias e os vírus, revela a pesquisa, realizada por cientistas americanos e publicada hoje pelo jornal britânico "The Independent".
Tradicionalmente os médicos aconselham o uso da vitamina C no primeiro sintoma de um resfriado, mas, segundo o estudo, a vitamina equivocada pode estar sendo utilizada.
A vitamina D foi descrita como "a vitamina milagre" pelos cientistas, depois que as pesquisas dos últimos anos descobriram que uma dose diária pode reduzir em 50% o risco de câncer de mama e de cólon.
Os cientistas demonstraram que a vitamina D possui um papel vital para problemas de coração, diabetes e problemas ósseos, entre outras doenças, segundo o jornal.
EFE

Outro fato importante que mostra a importância do Sol em nossas vidas:

O famoso compositor musical Wolfgang Amadeus Mozart morreu com a idade de 35 anos. Teve problemas de saúde durante boa parte de sua vida, todos eles causados por deficiência de vitamina D, por não tomar sol. Mozart fazia a maioria das suas composições à noite e, portanto, dormia durante o dia, não tomando sol e, consequentemente, ficando deficiente em vitamina D. A Austria, na época de Mozart, vivia na Pequena Idade do Gelo, que foi de 1550 a 1850 (Mozart morreu em 1791), com deficiência em luz solar, propiciando muitas doenças. Pesquisadores hoje acham que também o compositor austríaco Gustav Mahler, que morreu em 1911, também era deficiente em vitamina D. Portanto, vamos tomar sol (ou pelo menos tomar suplementos de vitamina D) para não morrer cedo.

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sexta-feira, abril 13, 2007

 

A Lei do Registro

Omraam Mikhael

Pode acontecer que se duvide da existência de Deus, que não se acredite nem nos anjos nem nos diabos, nem no céu nem no inferno, mas existe uma coisa de que não se pode duvidar: é que os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e os nossos atos se registram em nós e fora de nós e, portanto, deixam impressões.

O conhecimento desta lei está na base de toda a vida moral e espiritual: a partir do momento em que tudo se registra, não podemos permitir-nos fazer seja o que for, não podemos ter sentimentos, pensamentos e desejos de todo o tipo, porque haverá conseqüências.

Evidentemente, esta idéia é nova para muitos. Que os humanos, que são inteligentes, instruídos e tecnicamente avançados fazem registros, isso sim, é uma verdade corriqueira, basta ver todas as imagens, palavras e músicas que estão sendo gravadas.

Mas a Natureza, como pode ela fazer registro? Pois bem, é aqui que se vê como as pessoas são ignorantes. Na realidade, não se pode encontrar nada no mundo visível que não exista já no mundo invisível. A Inteligência Cósmica antecipou-se aos humanos e até os ultrapassou: os seus registros são de uma natureza muito mais sutil que aqueles que os humanos são capazes de fazer.

A Inteligência Cósmica, que queria possuir arquivos, decidiu que toda a História do Universo seria registrada; então, concebeu a Criação de tal modo que a terra, as montanhas e sobretudo as pedras, guardassem o registro dessa História.

Cada acontecimento reflete-se sobre todos os objetos em seu redor e deixa impressões, e podemos dizer que estas impressões são inextinguíveis, elas estão profundamente gravadas sob outras camadas que se acumulam sobre elas, mas existem e podemos ter acesso a elas. São estas impressões que representam os arquivos "Akáshicos". Mas como os humanos não desenvolveram as faculdades que lhes permitiriam decifrar esses registros, emitem hipóteses e constroem teorias que são rapidamente obrigados a abandonar, dado que se revelam inexatas.

Os grandes acontecimentos da História do Universo são registrados e os pequenos acontecimentos da nossa vida cotidiana o são igualmente. Tudo o que fazemos no local em que moramos deixa uma impressão, imagens, clichês, toda uma memória que lá está, gravada no plano etérico, nas paredes, nos móveis, nos objetos, de tal forma que se lá entrar um médium, uma pessoa sensível, poderá dizer-vos detalhadamente o que aconteceu nesses lugares.

Nós deixamos impressões em todos os objetos em que tocamos e, mesmo que não lhes toquemos, a nossa simples presença, as emanações do nosso corpo físico, do nosso corpo astral, etc., imprimem-se neles. E nos locais em que passamos, nas pessoas com quem nos relacionamos, deixamos impressões, boas ou más, luminosas ou sombrias. Por isso é tão importante trabalharmos sobre os nossos pensamentos e sentimentos, para os melhorar, para os purificar, sabendo que não é apenas pelos nossos atos, mas também através dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos, que podemos fazer o bem ou o mal.

Mas, antes de se registrarem e deixarem vestígios exteriores a nós, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos registram-se e deixam vestígios em nós. É por isso que quem alimentou durante muito tempo pensamentos e sentimentos de ciúme, de egoísmo, de maldade, acaba por ser paralisado e envenenado por todos os vestígios viscosos e sombrios que os seus pensamentos e sentimentos deixaram nele próprio.

E a prova de que tudo em nós se registra, está em que uma pessoa pode recordar-se bruscamente, passados dezenas de anos, de uma cena vivida na infância. Outros, vítimas de um acidente grave em que quase morreram, contaram como tinham visto toda a sua vida desenrolar-se ao contrário, numa velocidade vertiginosa, como uma bobina de filme. Como se explica que tal não se tenha apagado? Conhecendo essa Lei do Registro, sois obrigados a ser razoáveis, prudentes, a estar atentos, de modo a não cometerdes atos repreensíveis, porque, mais tarde ou mais cedo, eles não só voltarão à consciência e vós arrepender-vos-eis, como também produzirão fenômenos e acontecimentos aborrecidos. Sim, não só tudo se registra, como, em virtude da lei da afinidade (Lei da atração), aquilo que de mau registrastes produz efeitos nos mundos visíveis e invisíveis, perturbando a ordem dos átomos e dos elétrons e atraindo forças hostis que um dia virão comer-vos aos poucos.

É claro que muitos aceitam esta idéia de uma lei do registro, mas não basta aceitá-la, é necessário que a tenhais em conta na vossa vida cotidiana e que, por toda parte, o que quer que façais, vos esforceis por só deixar impressões luminosas. Seguis por um caminho, por exemplo: abençoai esse caminho pedindo que todos aqueles que por lá passarem recebam a paz e a luz e sejam conduzidos na direção certa. Por que viver sempre na inconsciência e só registrar as desordens e as sujidades? Por que não tentar trabalhar como o sol, que impregna incessantemente o Universo com a sua luz, o seu calor, a sua vida, a sua generosidade? Esforçai-vos por não embarcar em atividades caóticas, destrutivas, negativas, a fim de aprenderdes como agir em relação à Criação e às criaturas. E, por toda parte, em tudo que tocais, em todos os lugares por onde passais, pensai em deixar apenas impressões de luz e de amor, de modo a que os humanos vibrem cada vez mais em uníssono com o mundo divino.

Fonte: Omraam Mikhael, A Lei do Registro, Revista O Pensamento, Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, pp. 86-88, março/abril 2007.

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quinta-feira, abril 12, 2007

 

Lei da Atração - 2


O nosso sistema de emoções constitui um bom mecanismo de resposta para sabermos se estamos atraindo coisas que queremos ou o que não queremos. Quanto melhor você se sente, mais você atrai as coisas que você quer. Quanto pior você se sente, mais você atrai as coisas que você não quer. Seus pensamentos correntes estão literalmente formulando as suas experiências futuras. O que você está sentindo é um reflexo perfeito do que virá a se realizar. Você estará recebendo (colhendo) exatamente aquilo que você está sentindo, e não apenas o que você está pensando. Se você começar bem o dia, com sentimento de felicidade/gratidão, o resto do dia pode seguir nessa mesma direção, nesse mesmo astral. Toda sua vida pode mudar para melhor, se você manter rotineiramente os bons sentimentos. Você pode neste exato momento a se sentir saudável, pode começar a se sentir próspero, pode sentir o amor que o cerca, mesmo que ele não esteja lá. O que irá acontecer é que o Universo irá corresponder à natureza de sua alma, à natureza dos seus sentimentos. Isso se manifestará porque essa é a maneira como você se sente.

Basicamente, quando você foca em algo com os pensamentos e com os sentimentos, isso é o que você irá atrair, querendo ou não. O que você pensa e sente, e o que se manifesta estão sempre casados. Sempre! Não há exceção. Todo pensamento que você teve na sua vida, pode ser desfeito com uma mudança na sua percepção. "Você cria seu próprio universo enquanto você caminha nele", Winston Curchill. É importante que você se sinta bem, porque esse sentimento você estará enviando para o universo e começará a atrair mais dele para você. Portanto, quanto mais você se sentir bem, mais você vai atrair coisas boas. Quando você está se sentindo mal, você sabia que pode mudar isso num instante? Passe a ouvir uma bela música, começe a cantar. Isso irá mudar as suas emoções. Ou pense em algo bonito e mantenha isso na sua mente, sem distrações. Garanto que você começará a se sentir melhor.

Este princípio se aplica também aos nossos animais de estimação, pois eles nos colocam num estado emocional muito bom. Como você sente amor pelo seu bichinho, isto constitui um bom sentimento e é algo muito bom para a sua vida. Com o tempo você irá perceber que você é o criador da sua realidade (ninguém mais a ser culpado). A vida pode ser algo absolutamente fenomenal. E ela deveria ser! E ela será, quando você começar a usar o segredo.

[continua]

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terça-feira, abril 10, 2007

 

Liberte-se Conhecendo a Verdade


Diz-se que esta frase, ou algo muito semelhante, foi pronunciada por Jesus Cristo. Uma outra frase, praticamente equivalente a essa, porém mais próxima do nosso cotidiano, é "Você é um escravo das mentiras que te contaram, e você aceitou, desde que você nasceu". É importante entendermos, na frase original, o significado do verbo "conhecer". A Bíblia usa bastante esse verbo; por exemplo, diz-se que Adão conheceu Eva e disso resultou o nascimento de Abel.

Você pode passar anos tentando explicar (sem sucesso) para uma pessoa qual é o gosto de uma banana. Porém, essa pessoa somente vai conhecer o gosto de uma banana quando ela comer uma banana. Portanto, somente conhecemos algo quando experienciamos/vivemos esse algo. O uso de palavras escritas ou faladas nunca pode transmitir o conhecimento da verdade, apenas pode dar uma noção aproximada do que é a verdade. Portanto, para conhecer a verdade precisamos vivê-la.

Se eu não viver a verdade, eu estarei vivendo a mentira. Viver a mentira é viver no erro, no pecado, e isso leva à morte. O salário do pecado é a morte. Mas, afinal, qual é a verdade que eu preciso conhecer, para me libertar da morte? A verdade é que o Universo, do qual você faz parte integral, é regido por leis imutáveis que devem ser obedecidas ao longo do caminho da vida. Não deve haver nenhum esforço voluntário para cumprir essas leis universais, basta haver uma atitude de entrega ao fluxo natural da natureza. É como se entregar ao fluxo natural de um rio que nos irá levar ao oceano.

Talvez seja conveniente comentar um pouco mais sobre o não-esforço citado acima [1]. Ao tentar algo arduamente, a pessoa passa a perceber que, o tentar arduamente, constitui uma barreira para alcançar o objetivo, e então ela deixa de lado o esforço. Isto porque, quando você tenta arduamente viver de acordo com o Tao, essa vida não pode ser uma vida espontânea, mas apenas um fenômeno forçado, uma disciplina, e não uma liberdade; isso se tornará uma escravidão. Ao tentar arduamente, ninguém pode atingir aquilo que já está presente; mas, ao tentar arduamente (com esforço), a pessoa acaba entendendo que mesmo o esforço é uma barreira, uma barreira muito sutil, porque todos os esforços são do ego. Até o desejo de chegar à verdade vem do ego, e a pessoa também deve abandonar isso.

Mas lembre-se, a pessoa só pode abandonar o esforço quando já se esforçou ao máximo. Você não pode dizer: "Se é assim, então seria melhor abandonar o esforço desde o começo. Por que fazer esforço?" Assim você perderá o ponto central. A ausência de qualquer esforço está certo apenas para aquelas pessoas que fizeram um grande esforço inicial com todo o seu ser. É como flutuar na água; ninguém pode simplesmente flutuar, pois antes a pessoa precisa aprender a nadar. Não vá ao rio, senão você afundará. A pessoa precisa aprender a nadar (com o uso de esforço) e, quando o nadar se torna perfeito, ela não precisa mais nadar e pode simplesmente estar no rio, flutuando; ela pode se deitar no rio como se estivesse deitada numa cama. Agora ela aprendeu a estar em harmonia com o rio, agora o rio não pode afundá-la, agora ela não tem mais inimizade com ele. Na verdade, agora ela deixa de existir de uma maneira separada do rio. O nadador perfeito se torna parte do rio, é uma onda no rio. Como o rio pode destruir sua onda? Agora ele flutua em harmonia com o rio; ele não está ali brigando, resistindo, fazendo alguma coisa, mas está ali em sintonia com o rio (se entregando a ele) e pode simplesmente flutuar. Mas não tente isso, a menos que você saiba nadar, senão você afundará.

O mesmo acontece com o Tao. Você faz um grande esforço para viver de acordo com a verdade; então, aos poucos, você entende que seu grande esforço ajuda um pouco de um lado, mas dificulta bastante de outro lado. Viver em harmonia é ficar em um estado de deixar acontecer, e não de lutar contra a natureza. Viver em harmonia com a natureza é estar integrado a ela; não há necessidade de lutar. O esforço é uma luta e significa que você está tentando fazer alguma coisa de acordo consigo mesmo.

A ciência é esforço, o Tao é ausência de esforço. A ciência é violência para com a natureza, e é por isso que os cientistas falam continuamente em termos de conflito, de conquista. É uma briga contínua, como se a natureza fosse sua inimiga e você precisasse dominá-la. A ciência é uma política contra a natureza, uma profunda guerra, uma inimizade. O Tao não é uma luta; na verdade, ele faz entender que você é parte da natureza. Como a parte pode lutar contra o todo? Se a parte tentar lutar contra o todo, se a minha mão tentar lutar contra todo o meu corpo, é natural que a mão (a parte envolvida) fique doente. Como a mão pode lutar contra o corpo? O corpo supre a mão com sangue, com nutrientes, e como ela pode lutar contra o corpo? A mão lutando contra o corpo? Isso constitui uma tolice!

É tolice o ser humano lutar contra a natureza; você só deve viver em harmonia com a natureza. O Tao é entrega, a ciência é guerra. A ciência fortalece o ego, e todo o problema é como abandonar o ego; por meio do esforço ele não pode ser abandonado.

Que a Paz te acompanhe, Rui.

Referência:
[1] Osho, TAO: Sua História e Seus Ensinamentos, Editora Cultrix, 2005.

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segunda-feira, abril 09, 2007

 

Usos do Som - 2


Da última postagem [Usos do Som - 1], a última sentença dizia: "Segundo Linauer, os monges (tibetanos) disseram a ele que... estes dispositivos (sonoros) também podiam desintegrar qualquer matéria física". Fica fácil concluir daí que determinados tipos de som podem matar nosso corpo físico. Vimos anteriormente, em outra postagem [1], que o cientista japonez Masaru Emoto [2] provou, através de fotografias, que um "rock pauleira" desestrutura completamente as moléculas de água que recebem esse som. Por outro lado, as moléculas de água se estruturam harmoniosamente quando escutam melodias clássicas dos grandes músicos. Como mais da metade de nosso corpo é constituído de moléculas de água, fica fácil de concluir que o tipo de música que ouvimos pode ter efeitos benéficos ou maléficos no nosso corpo, gerando saúde, doença ou morte.

É comum, no Oriente, os monges budistas nos mosteiros (e os iogues) passarem horas entoando certos sons cuidadosamente selecionados (os mantras, por exemplo) para obterem bons resultados para si próprios. Também é originária daquela região, do Tibete, as famosas tigelas sonoras usadas para curar um grande número de doenças humanas, inclusive o câncer [3].

[continua]

Referências:
[1] Blog Saúde Perfeita, Água cura tudo - 12, 22.abr.2005
[2] Masaru Emoto, As Mensagens da Água, Editora Isis, 2004.
[3] Mitchell L. Gaynor, Sons que Curam: Um médico revela o poder terapêutico do som, da voz e da música, Editora Cultrix, 1999.

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