sábado, setembro 30, 2023

 

Quiroga - 5587

 NADANDO CONTRA A CORRENTE

Nenhum ser humano é uma ilha isolada no reino da humanidade, somos todos interconectados e se percebemos isso atualmente através da tecnologia, é bom esclarecer que a percepção não se deve ao gênio de quem se aproveitou da realidade para enriquecer, porque ninguém precisa de tecnologia para ser interconectado, todos os seres humanos existimos integrados a uma rede telepática de comunicação, e por obra da inevitável evolução, anda florescendo a percepção da realidade telepática através da consciência grupal, e quando essa se estabilizar, sem importar quanto tempo isso levar, tudo que hoje nos parece essencial, como chips e computadores, um dia se tornarão instrumentos obsoletos.

Se tu queres ser do futuro, e para isso pretendes conhecer tuas potencialidades e fazer bom uso delas, então conhece a realidade de que nada do que pensas e sentes é exclusivamente teu, porque tua presença é mais grupal do que individual.

Simultaneamente ao florescer dessa “nova” consciência, todos ainda existimos numa civilização que se baseia no contrário, e enquanto isso seja assim, para te sintonizar com o funcionamento do futuro em andamento, terás de continuar nadando contra a corrente.

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sexta-feira, setembro 29, 2023

 

Quiroga - 5586

 A TRADIÇÃO MORTA

Nossa civilização parece retroceder à Idade Média, mas essa é apenas uma ilusão de ótica, como a retrogradação dos planetas, porque o futuro não é do medo, e sim da confiança, e se algum poder mundano se candidatar a comandar no futuro, terá de apostar na confiança, e não na opressão provocada pelo medo que a violência, o crime e a indecência perpetram, ingredientes esses fruto de tradições que estão morrendo, mas que persistem como zumbis ainda.

Nós julgamos a realidade pela sua aparência, porque não nos dedicamos a fazer as reflexões imparciais necessárias para começar a arranhar um verdadeiro entendimento do valor de nossa época, e equivocadamente damos peso ao que parece ser a maioria violenta e opressiva que continua apostando no medo para se perpetuar no poder.

Ainda que as pessoas que apostam na confiança sejam uma minoria aparentemente desprezível de nossa humanidade, serão elas as que comandarão no futuro, porque as vísceras humanas estão exaustas de opressão ignóbil, e as guerras que estão em gestação, aqui e agora, não encontrarão mais uma sociedade passiva, que aceita qualquer coisa, por medo de ser oprimida e maltratada.

A tradição de se ganhar o respeito através do medo está definitivamente morta.

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quinta-feira, setembro 28, 2023

 

Cinco Benefícios do Sal Rosa do Himalaia

 

5 benefícios do Sal Rosa do Himalaia

Você já conhece os benefícios do sal rosa do Himalaia? Trata-se de um ingrediente mineral que vem das montanhas do Paquistão, especificamente da mina Khewra, considerada uma das mais puras do planeta.

Contém 84 compostos minerais saudáveis para o corpo e, além disso, é uma excelente fonte de eletrólitos e oligoelementos que ajudam a melhorar o funcionamento de vários sistemas vitais do corpo.

A coloração se dá pela concentração de minerais em sua composição, como magnésio, ferro, potássio e cálcio. Quanto mais claro, mais puro.

Confira agora 5 benefícios do Sal Rosa do Himalaia:

1. Aumenta a hidratação do corpo

O consumo de uma salmoura totalmente saturada com sal natural não refinado oferece ao corpo eletrólitos que regulam a sua hidratação.

As bebidas esportivas são hidratantes rápidos eficazes porque oferecem alguns eletrólitos como sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e cloreto (Cl). Infelizmente, a maioria das bebidas esportivas comerciais também contêm açúcares e químicos conservantes que causam danos à nossa saúde.

O Sal Rosa do Himalaia contém todos os eletrólitos que são necessários para a regulação dos fluidos corporais, sem os prejuízos dos isotônicos comerciais.

2. Regula a pressão arterial

O Sal rosa do Himalaia é absorvido pela corrente sanguínea de forma muito mais eficiente que o sal regular, e pesquisas têm comprovado que ele pode ser usado em pequenas doses para ajudar a reduzir a pressão, enquanto estimula uma melhor circulação sanguínea.

O Sal Rosa do Himalaia tem a capacidade de baixar a pressão arterial porque enquanto o corpo processa os minerais com mais facilidade, o organismo não necessita de tanta água para limpar o excesso de sódio, portanto, não irá reter tanta água, e o corpo não terá que elevar a pressão sanguínea para realizar este trabalho.

3. Melhora significativamente a circulação sanguínea

Um dos grandes benefícios do Sal do Himalaia é que ele pode ajudar a eliminar danos nas artérias que podem levar ao desenvolvimento de varizes.

Ele limpa as artérias e melhora a circulação sanguínea eliminando placas que evitam a possibilidade de formação das varizes.

4. Elimina toxinas do corpo

Quando adicionado a um banho de água na temperatura aproximada do corpo, o Sal Rosa do Himalaia oferece nutrientes necessários para a saúde do corpo e também funciona como um poderoso desintoxicante.

Ao ser dissolvido na água, ela torna-se uma solução iônica que ajuda a extrair as toxinas para fora dos tecidos da pele e do tecido adiposo.

A água, por si só, é de extrema importância para desintoxicar o corpo humano, mas o sal trabalha como um “veículo” que faz a remoção de toxinas das células.

5. Reduz o refluxo ácido e equilibra o pH

O pH desequilibrado do organismo é o que leva a muitos tipos de problemas de saúde como deficiência imunológica, perda de densidade óssea, pedras nos rins e ganho de peso.

Os níveis de pH podem ser testados em exames de laboratório. Quando o pH etá muito baixo diz-se que o organismo está ácido demais. Neste caso, a correção pode ser feita tomando uma solução feita com Sal Rosa do Himalaia.

Devido à sua natureza alcalina, o Sal Rosa também pode ser utilizado como um antiácido natural. Basta misturar uma colher de chá em um copo de água em temperatura ambiente e tomar para neutralizar o excesso de acidez no estômago.

Fonte: https://tiasonia.com.br/pt-br/fique-ligado/detalhe/15/5-beneficios-do-sal-rosa-do-himalaia#:~:text=Cont%C3%A9m%2084%20compostos%20saud%C3%A1veis%20para,Quanto%20mais%20claro%2C%20mais%20puro.

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Quiroga - 5585

 O BEM COMUM

Em apenas um dos trilhões de átomos que constituem tua presença há mais energia da que poderias compreender, administrar ou utilizar durante a existência, imagina então no conjunto inteiro de teu ser, quantos tesouros escondidos, quanta potencialidade desconsiderada ao passo que vamos todos nos convencendo de que a vida é carência, porque sempre nos falta algo. 

É o paradoxo de nossa humanidade, e de nada adianta buscar culpados para esse equívoco, ele é fruto da ignorância à qual nos agarramos todos, com uma fantástica diversidade de nomes, ideologias e teologias, mas essencialmente a mesma ignorância para todos, a de que nos falta algo.

Se há uma razão culpada que origina essa vida equivocada que levamos, apontemos o dedo na direção da cobiça, já que se soubéssemos acessar essa energia infinita na qual estamos montados nos apropriaríamos dela e executaríamos nossos caprichos egoístas desconsiderando o bem-estar alheio. 

Nossa ignorância é ruim, mas nos protege de perpetrar o desastre absoluto, e por mais que nos faça sofrer a carência, esse sofrimento é preferível a tomarmos posse da energia infinita em que cavalgamos sem a devida preparação.

Só há uma forma segura de acessar a abundante energia escondida em nós, e é por meio da consolidação da consciência grupal, porque a infinita energia oculta em cada um de nossos átomos não é um bem individual, é um bem comum, e nossa ignorância parte do princípio de que a realidade deva ser em primeiro lugar individual, para só depois, se sobrar tempo, nos dedicarmos a participar da consciência grupal.

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quarta-feira, setembro 27, 2023

 

Como resolver problemas do ego

 A primeira coisa a ser entendida é que nenhum problema enraizado no ego pode ser solucionado sem que se transcenda o ego. Pode-se protelar o problema, pode-se conceder um pouco de normalidade, pode-se criar um pouco de normalidade em relação a ele, pode-se diluir o problema,  mas não se pode solucioná-lo. Pode-se fazer com que o homem funcione de forma mais eficiente na sociedade através da psicanálise, mas ela nunca dá solução a um problema. E sempre que um problema é protelado, alterado, cria um outro problema. Ele simplesmente muda de lugar, mas permanece presente. Uma nova erupção virá, mais cedo ou mais tarde, e quando a nova erupção do velho problema ocorrer, será mais difícil protelá-lo e alterá-lo.

A psicanálise é um alívio temporário, porque ela não pode conceber nada que transcenda o ego. Um problema pode ser solucionado somente quando a pessoa pode ir além dele. Se ele não puder ir além dele, então, ela é o problema. Nesse caso, quem vai solucioná-lo? Como alguém poderá solucioná-lo? Portanto, a pessoa é o problema, ou seja, o problema não é algo separado dela.

Yoga, tantra e todas as técnicas de meditação baseiam-se em um fundamento diferente. Dizem que os problemas estão presentes, que os problemas estão em torno da pessoa, mas que a pessoa nunca é o  problema. A pessoa pode transcendê-los, pode olhar para eles como um observador que olha de cima da colina para o vale embaixo.

Esse ser que observa a si mesmo pode ser uma solução para o problema. Realmente, apenas testemunhar um problema já é metade da solução, pois quando a pessoa pode testemunhar um problema, quando pode observá-lo  de forma imparcial, quando não está envolvida nele, ela pode estar ao lado e olhar para o problema. A própria clareza que vem desse testemunho lhe dá a pista, a chave secreta. E quase todos os problemas estão lá, porque não há uma forma clara pra compreendê-los.

Soluções não são necessárias. O que se necessita é clareza.

Um problema devidamente compreendido está resolvido, porque um problema surge através de uma mente que não compreende.

Você cria o problema porque não o compreende. Então, a questão não é solucionar o problema, a questão é criar maior compreensão. E se houver maior compreensão e maior clareza, e o problema puder ser enfrentado de forma imparcial, observado como se não pertencesse a você, como se pertencesse a outra pessoa, se você puder criar uma distância entre o problema e você - somente então o problema poderá ser resolvido. 

A meditação cria uma distância, dá à pessoa uma perspectiva. Ela vai além do problema. O nível de consciência muda.

Através da psicanálise a pessoa permanece no mesmo nível. O nível nunca muda, a pessoa está ajustada no mesmo nível novamente. Sua percepção, sua consciência, sua capacidade de testemunhar não mudam. À medida que  entra na meditação, ela se desloca cada vez mais alto. E pode olhar de cima para seus problemas. Eles agora estão no vale, e a pessoa se deslocou para uma colina. A partir dessa perspectiva, dessa altura, todos os problemas parecem diferentes. E quanto mais a distância cresce, mais a pessoa se torna capaz de observá-los, como se eles não lhe pertencessem.

É bom lembrar que quando um problema não lhe pertence, você sempre pode dar conselhos de como resolvê-lo. Quando o problema pertence a outra pessoa, quando é o outro que está com dificuldade, você é sempre sábio, e pode dar conselhos muito bons. No entanto, se o problema pertence a você mesmo, você simplesmente não sabe o que fazer. O que aconteceu? O problema é o mesmo, mas agora é você que está envolvido nele. Quando se tratava de um problema de outra pessoa, você tinha uma distância a partir da qual podia olhar para o problema de forma imparcial. Todo mundo é bom conselheiro para os outros, mas quando acontece consigo mesmo, toda a sabedoria é perdida em função da perda do distanciamento.

Alguém morreu e a família encontra-se angustiada: uma pessoa que não é da família pode dar bons conselhos. Pode dizer que a alma é imortal, pode dizer que nada morre e que a vida é eterna. No entanto, quando morre alguém que essa pessoa ama, que significa algo para ela, que era próxima, íntima, ela bate no peito sem parar de chorar. Agora ela não consegue dar o mesmo conselho para si, ou seja, que a vida é imortal e que ninguém nunca morre. Agora isso parece absurdo.

Portanto, é bom que as pessoas lembrem que elas podem fazer papel de bobas quando estiverem aconselhando os outros. Quando uma pessoa diz a alguém cujo ente querido morreu que a vida é imortal, ele vai achar isso estúpido.  A pessoa está falando um absurdo para ele. Ele sabe qual é a sensação de perder um ente querido. Nenhuma filosofia pode dar consolo. E ele sabe por que a pessoa está dizendo isso: porque o problema não é dela. A pessoa pode se dar o luxo de utilizar sua sabedoria,  ele, não.

Atraves da meditação a pessoa transcende seu eu comum.

Surge uma nova questão para ela, a partir da qual pode olhar para as coisas de uma maneira nova. É criada a distância. Os problemas estão lá, mas agora estão muito longe, como se acontecessem com outro alguém. Embora agora ela possa dar bons conselhos a si mesma, não há necessidade. A própria distância vai torná-la uma pessoa sábia.

Assim, toda a técnica de meditação consiste em criar uma distância entre os problemas e a pessoa.

Em um determinado momento ela se encontra tão envolvida com seus problemas que não consegue pensar, não consegue contemplar, não consegue enxergar através deles, não consegue testemunhá-los.

A psicanálise ajuda somente no reajuste. Não é uma transformação, isso é uma coisa.

E a outra coisa é: na psicanálise a pessoa se torna dependente.

As pessoas  precisam de um especialista, e o especialista vai fazer tudo. Vai levar três anos, quatro anos, ou até cinco anos, se o problema for muito profundo, e a pessoa vai se tornar dependente, não vai crescer. Em vez disso, pelo contrário, ela se tornará cada vez mais dependente. Vai precisar desse psicanalista todo dia, ou duas ou três vezes por semana. Ao sentir falta dele, passará a se sentir perdida. Se parar a psicanálise, se sentirá perdida. A psicanálise se torna intoxicante, torna-se viciante.

Ela começa a ser dependente de alguém, alguém que é um especialista. Ela pode lhe contar seu problema e ele vai solucioná-lo. Ele vai discuti-lo, e trará as raízes inconscientes do problema. Mas ele irá realizar isso, ou seja, a solução vai ser feita por outro alguém.

É importante lembrar que um problema resolvido por terceiros não vai dar mais maturidade à pessoa. Um problema resolvido por um terceiro pode dar alguma maturidade a ele mesmo, mas não pode dar maturidade à pessoa, que pode se tornar mais imatura. Portanto, sempre que houver um problema, ela vai precisar de algum conselho de um especialista, algum conselho profissional. E não acho que mesmo os psicanalistas amadureçam através dos problemas dos outros, uma vez que eles também fazem psicanálise como pacientes de outros psicanalistas. Eles têm seus próprios problemas. Eles resolvem os problemas das pessoas, mas não conseguem resolver os próprios problemas. Novamente é a questão do distanciamento.

O próprio Wilhelm Reich tentou, repetidas vezes, ser analisado por Sigmund Freud. Freud recusou-se a nalisá-lo, e ele, então, a vida inteira, sentiu-se magoado por ter sido recusado por Freud. E os freudianos, freudianos ortodoxos, nunca aceitaram Reich como especialista, porque ele nunca fez psicanálise como paciente.

Todo psicanalista vai a outro especialista para cuidar dos próprios problemas. É o que ocorre com a profissão médica. Se o médico está doente, ele não pode diagnosticar em causa própria. Ele está tão próximo que tem medo, então ele vai a outro médico. O cirurgião não pode operar o próprio corpo, ou pode? Não há distanciamento. É difícil operar o próprio corpo. Mas também é difícil quando a esposa está realmente doente e tem que ser feita uma cirurgia séria. Nesse caso, ele não pode realizar a cirurgia, porque sua mão vai tremer. O grau de intimidade é tão grande que ele terá medo, e não poderá ser um bom cirurgião. Ele vai ter que aceitar conselhos, e chamar algum outro cirurgião para realizar a cirurgia da esposa. 

O que está acontecendo? Ele está na ativa, tem feito muitas cirurgias. E, agora, o que está acontecendo? Não pode fazer isso no filho ou na esposa, porque o distanciamento é muito pequeno, na verdade, é como se não houvesse distância, Sem distanciamento, o médico não consegue ser imparcial. Dessa forma, um psicanalista pode ajudar os outros, mas quando ele estiver com problemas, terá que aceitar conselhos, terá que ser analisado por outro psicanalista. E é realmente estranho que até uma pessoa como Wilhelm Reich tenha enlouquecido no final.

Veja a vida de Sigmund Freud. Ele é o pai e fundador da psicanálise, ele prosseguiu falando sobre problemas de forma muito profunda. Entretanto, na visão dele, nem um único problema foi solucionado. Nem um único problema solucionado! O medo era um problema tão grande para Freud como para ninguém mais. Ele era muito medroso e nervoso. A ira era um problema tão grande para ele como para ninguém mais. Ele ficava tão irritado que chegava a perder os sentidos quando tinha um acesso de raiva. E, embora esse homem conhecesse muito sobre a mente humana, quando era ele que estava em causa, esse conhecimento parecia inútil.

O próprio Jung desmaiava quando estava com ansiedade profunda, ele também tinha ataques. Qual é o problema? O problema está no distanciamento. Eles pensavam sobre os problemas, mas não tinham se desenvolvido na conscientização. Eles pensavam intelectualmente, profundamente, de forma lógica, e concluíram alguma coisa. Às vezes, essas conclusões podiam estar certas, mas não é essa a questão. Eles não se desenvolveram na conscientização, não se transformaram de forma alguma em um super-homem. E, a menos que a pessoa transcenda a humanidade, os problemas não podem ser resolvidos, podem apenas ser ajustados.

Freud disse, nos últimos dias de vida, que o homem é incurável. No máximo, pode-se ter esperança de que ele possa se ajustar; nada mais que isso. Esse é o máximo! O homem não pode ser feliz, fiz Freud. No máximo, pode-se arranjar uma forma para que ele não seja muito infeliz. Isso é tudo. Mas ele não pode ser feliz, ele é incurável. Que tipo de solução pode vir desse tipo de atitude? E isso após uma experiência de quarenta anos com seres humanos! Ele conclui que o homem não pode ser ajudado, que o homem é naturalmente - ou seja, por natureza - infeliz, e que continuará infeliz.

Mas no Oriente [yoga] é dito que o homem pode ser trancendido. Não é o homem que é incurável, é sua consciência mínima (muito pequena) que cria os problemas. O crescimento da consciência, o aumento da consciência, contribui com a redução dos problemas. Eles existem na mesma proporção; se há um mínimo de consciência, há um máximo de problemas; se há um máximo de consciência, há um mínimo de problemas.

Com consciência total, os problemas simplesmente desaparecem, da mesma forma que o sol nasce de manhã e as gotas de orvalho desaparecem. Com a consciência total não há problemas, porque, com ela, os problemas não podem surgir. No máximo, a psicanálise pode ser uma cura, mas os problemas vão continuar a aparecer, pois ela não atua de forma prevventiva.

A meditação (yoga) vai a uma profundidade maior. Ela muda a pessoa, de modo que não possam ocorrer problemas. A psicanálise lida com os problemas, ao passo que a meditação lida com a pessoa, diretamente, sem se preocupar nem um pouco com os problemas. É por isso que o maior dos psicólogos orientais - Buda, Mahavira ou Krishna - não fala sobre problemas. Devido a isso, a psicologia ocidental acha que a psicologia é um fenômeno novo. Mas não é!

Somente na primeira metade do século XX, pode ser provado cientificamente, por Freud, que existe algo como o inconsciente. Porémj, Buda falava sobre isso 25 séculos antes. No entanto, Buda nunca procurava solucionar qualquer problema, porque, segundo dizia, os problemas eram infinitos. Aquele que for combater todos os problemas nunca será realmente capaz de resolvê-los. É preciso lidar com o próprio homem. E simplesmente esquecer os problemas.

Lidar com o próprio ser e ajudá-lo a crescer. À medida que o ser cresce, à medida que se torna mais consciente, os problemas vão se soltando e a pessoa não precisa se preocupar com eles.

Por exemplo, uma pessoa é  esquizofrênica, rachada, dividida. A psicanálise irá lidar com essa divisão, vai fazer com que essa divisão possa ser trabalhada, vai ajustar esse homem para que ele possa ter um comportamento normal, de modo que ele possa viver em sociedade de forma tranquila. A psicanálise enfrentará o problema, a esquizofrenia. Caso esse homem venha a Buda, Buda não falará sobre o estado esquizofrênico. Ele dirá: "Medite para que o seu ser interior se torne único. Quando o ser interior se tornar único, a divisão vai desaparecer na periferia". A divisão está lá, mas não é a causa, é só o efeito. Em algum lugar profundo no ser há uma dualidade, e ela provocou a rachadura na periferia.

Cimenta-se a rachadura, mas a divisão interna permanece. Depois, a rachadura vai aparecer em algum outro lugar. Então, cimenta-se essa outra rachadura e, em seguida, em algum outro lugar ela aparecerá. Portanto, ao se tratar um problema psicológico, surge imediatamente outro problema e, depois, trata-se outro e surge um terceiro. 

Isso é bom na opinião dos profissionais, porque eles vivem fora disso. Mas isso não serve de ajuda.

No Ocidente, será necessário ir além da psicanálise, e a menos que o Ocidente obtenha os métodos de crescimento da consciência, de crescimento interior do ser, de expansão da consciência, a psicanálise não pode servir de muita ajuda.

Não me preocupo com os problemas das pessoas. Há milhões, e é simplesmente inútil solucioná-los, porque as pessoas são as criadoras e permanecem intocadas. Eu resolvo um problema e a pessoa cria outros dez. A pessoa não pode ser derrotada, porque o criador permanece atrás dos problemas. E enquanto continuo resolvendo problemas, apenas desperdiço minha energia.

Vou colocar de lado os problemas das pessoas, vou simplesmente penetrá-los. O criador deve ser mudado. E, uma vez mudado o criador, os problemas na periferia se soltam. Agora ninguém está cooperando com eles, ninguém está ajudando a criá-los, ninguém está desfrutando deles. As pessoas podem achar esta palavra estranha, mas devem lembrar bem que desfrutam de seus problemas, e que é por isso que elas os criam. Elas gostam de seus problemas por muitos motivos.

[continua]

Fonte: Osho, O livro do ego: Liberte-se da ilusão, Editora BestSeller, Rio de Janeiro, 2022. ISBN: 978-85-7684-710-6. 

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Quiroga - 5584

 O ESPÍRITO GRUPAL

Nossa humanidade pensa, do alto da tradição egoísta à qual se apega, que tem de se abrir passagem pela vida afora e dentro contando exclusivamente com sua individualidade, pela força do empreendedorismo, e da iniciativa que nos torna líderes que inspiramos multidões para que nos sigam e repliquem a tradição de que o princípio de tudo seria individual.

É indiscutível a força da individualidade, é inegável o seu valor, mas o princípio de tudo não é individual, é grupal, porque tudo que eventualmente somos capazes de fazer individualmente só é possível graças à rede de interdependência em que nos movimentamos. 

Na prática, isso significa que tudo que fazemos e deixamos de fazer não serve exclusivamente a nós, como indivíduos, mas a um grupo de pessoas. 

É sobre essa realidade que, com a ajuda do tempo, do aproveitamento das experiências e da boa vontade posta em ação, o indivíduo que somos compreende que somos quem somos, e que somos mais nós mesmos, na mesma medida em que nos integramos ao convívio social, e por ele existirmos e a ele servirmos em cada pensamento, emoção e ação.

Assim, os benefícios que antes buscávamos com egoísmo, e nos frustrávamos com os resultados, encontramos de verdade estimulando a interdependência, colaborando entre nós para que o maior grupo possível de seres humanos se beneficie com nossa presença.

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terça-feira, setembro 26, 2023

 

Mensagem de Mãe Maria - 26.09.2023

 

Amados Filhos,


Que as bênçãos do amor tragam paz aos
vossos corpos, mentes e corações. 

A humanidade vivencia, cada vez mais, a ilusão do poder
buscando conquistá-lo e conservá-lo por todos os meios,
transformando o dia a dia na eterna luta do sobressair-se para, não importa como, ocupar o lugar de “alguém”.

Quão equivocados estão os Filhos da Terra, bem-amados.
É hora de reconhecer o verdadeiro poder, reconhecendo que só existe um lugar para cada Filho da Terra, o lugar que lhe foi destinado pela vontade do Pai, e que todos vós escolhestes aí estar para reconhecer esse lugar e preenchê-lo, integralmente, resgatando assim vosso direito divino de ser feliz.

É tempo, pois, de reencontrardes vosso verdadeiro lugar, o
espaço que precisais ocupar e, para que isso ocorra, é tempo de deixar de buscar cegamente, no mundo que vos rodeia, aquilo que achais ser seu.

É tempo de perceber que no mundo verdadeiro nunca
precisareis subtrair algo do “outro” eis que tudo pertence a
todos e todos tem a mesma oportunidade de tudo ter.
É tempo de dar o primeiro passo na reconquista do vosso poder, o poder que vos devolve a possibilidade de ter acesso direto à Fonte Infinita que tudo provê.

Para isso, bem-amados, é preciso transformar os vossos desejos, compreendendo que o exercício do poder que vos foi ofertado pelo Pai sempre soma, nunca subtrai, eis que ele simplesmente vai preenchendo, no tempo-espaço, tudo aquilo que vos pertence e que se faz necessário para o desempenho da missão que cada um escolheu servir na Mãe Terra.

Procurai, pois, dentro de vós, a energia que impulsiona o vosso poder para, reconhecendo-o exercitá-lo, livremente, deixando de lado o que não vos pertence e assumindo, com muita determinação, tudo o que é vosso por direito divino e que irá, sempre, de encontro ao que é de direito de todas as formas de vida que habitam e evoluem convosco nesse vosso amado planeta.

Lembrai-vos, contudo, que o exercício do poder, sem a força do amor verdadeiro não se revela em plenitude.

É o amor que vos permitirá, sempre, reconhecer no outro o que sois, reconhecer no outro as vossas verdadeiras necessidades, reconhecer no outro o espírito do servir, e que vos leva ao vivenciar da fraternidade pelo reconhecimento da verdadeira compaixão.

Compaixão, bem-amados, a centelha de luz que vos revela o
verdadeiro sentido do compartilhar, que vos permite compreender que sem ela impossível se torna transformar os muitos limites que criastes pela crença egoísta que estais neste planeta para, unicamente, satisfazer vossas necessidades e concretizando-as, não importa por que meios, ser feliz.

Sabeis já, por vossas próprias experiências, que vossos desejos egoístas, centrados no mundo limitado de disputas e ilusões, só vos trouxe até hoje felicidade efêmera e muita, muita dor e desilusão.

Buscai, pois, rapidamente reconhecer a realidade que criastes, bem-amados, eis que este é o tempo de corrigirdes a rota que vens seguindo para ser feliz, buscando o caminho do amor e da compaixão, eis que ele vos permite reconhecer a eterna troca que permeia o universo, onde todos tem a mesma oportunidade de experimentar tudo e, na fraternidade, aceitar tão somente a sua parte, a parte que foi reservada a cada um pelo Altíssimo, e que contém a plenitude do Todo, demonstrando a todos que é possível ser feliz quando se reaprende a exercitar a solidariedade no ato de compartilhar.

Bem-amados, abri, pois, vossos corações para revelar o vosso verdadeiro poder, o poder que respeita, o poder que
compreende, o poder que reconhece os espaços a serem
preenchidos, o poder que revela a abundância, o poder que traz de volta, pela força do amor incondicional, o exercício pleno do compartilhar, que nada mais é do que a essência do Pai, e que permite a todos a plenitude de tudo ser.

Bem-amados, que vossas orações continuem sendo o suporte que sustenta a vossa determinação de nunca esmorecer, buscando, através dela, manterdes a fé no vosso poder maior, o único que vos fará feliz, o poder do Pai Altíssimo que traz de volta a possibilidade de resgatar o ilimitado em vossas vidas.

Bem-amados Eu vos deixo agora derramando sobre todos vós as minhas bênçãos e envolvendo a todos no meu manto de proteção, porque Eu Sou Maria, Vossa Mãe.


   SP-26-09-2023-Mensagem De Mãe Maria-37-2023 Recebida Por Jane Monachesi Ribeiro 

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Quiroga - 5583

 O PRINCÍPIO É GRUPAL

Dentre as inúmeras tradições que nossa humanidade pratica cegamente, como se não houvesse alternativa, a mais arraigada de todas é o egoísmo, a crença cega de que o princípio do Universo seja individual, e que tudo que existe e que venha ainda a ser descoberto deve servir ao propósito de perpetuar o conceito de que o indivíduo seja o princípio da realidade.

Pois bem, de pouco adianta tentarmos argumentar sobre se essa tradição é equivocada ou não, fato é que, mesmo sendo o egoísmo uma tradição que parecia eterna, nos dias atuais demonstra sua decadência, não sendo mera coincidência a exasperação manifesta pelas minorias tradicionalistas, que se insurgem e movimentam todo seu poder, em nome do bem e dos seus deuses específicos, tentando deter a que, por enquanto, é uma ideação, mas que é o berço de uma nova tradição, a consciência grupal.

A consciência grupal é diferente da consciência da manada, essa sim alimentada e preservada pela tradição do egoísmo. A consciência grupal se baseia na inevitável interdependência em que existimos e o papel relativo que exercemos nela, a interdependência entre nós, do mesmo reino, e do nosso reino com todos os outros reinos da natureza, visíveis e invisíveis.

E assim vamos, em gerúndio, inventando uma nova civilização, contrariando incidentalmente os tradicionalistas, que continuarão exasperados, mas que não deterão o propósito de nossa humanidade adquirir confiança para conviver consigo mesma e com todo o Universo.

O egoísmo estimula o medo, e de medo nossa humanidade está exausta, quem apostar no medo para tentar obter os resultados de outrora dará de cara com o espírito do tempo que, em gerúndio, expressa uma nova onda de civilização, moldada sobre o princípio grupal do Universo.

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segunda-feira, setembro 25, 2023

 

Quiroga - 5582

 BERÇO DE NOVAS TRADIÇÕES

Por mais que te apegues, consciente e inconscientemente, a certas tradições, pela mera razão de que se sempre as coisas foram assim, a antiguidade lhes brindaria com dignidade, devo te informar que as tradições não são eternas, elas começaram em algum momento, e porque começaram devem encontrar seu fim, porque o destino de tudo que começa é ter seu fim.

Mas, o importante não é a melancolia que deixam as tradições que terminam, porque mesmo que tenham nos parecido eternas e denominadas pela mão divina, o que importa de verdade é que as tradições também começam. Tudo isso para te dizer que todos nós existimos, aqui e agora, no tempo que um dia será conhecido como o berço de novas tradições.

É por isso mesmo que, aqui e agora também, suportamos o peso das tradições que foram estruturas fundamentais da civilização, e que por muito tempo promoveram ordem e os necessários contratos sociais para felicidade da humanidade, mas que, não sendo eternas, se degradaram e não cumprem mais essa função, se tornaram decadentes, não servem mais à humanidade. A humanidade serve a essas tradições decadentes como escrava voluntária daquilo que a vampiriza.

E paralelamente à opressão que nos autoimpomos por nos orientarmos por tradições degradantes, também nos comportamos em busca dos melhores conceitos que promovam a convivência de todas as diferenças de nossa humanidade, para que os necessários contratos sociais respondam às demandas físicas, emocionais, mentais e espirituais de nossa humanidade, e que esse movimento se arraigue em nós e nas gerações futuras até se transformar numa tradição indiscutível, que age e se manifesta através do bom senso, não precisando ser ensinada, acontecendo espontaneamente.

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domingo, setembro 24, 2023

 

A Loucura

A loucura é de dois tipos, mas a psiquiatria moderna tem conhecimento de apenas um deles. E o fato de ela não conhecer o outro tipo faz com que o seu conhecimento sobre a loucura seja muito desigual, errôneo, deficiente e prejudicial também.

O primeiro tipo de loucura de que os psiquiatras têm conhecimento corresponde a cair abaixo da mente racional. Quando a pessoa não consegue lidar com as realidades, quando as realidades são intoleráveis, quando se tornam insuportáveis, a loucura é uma maneira de fugir para o próprio mundo subjetivo, de modo que ela possa esquecer as realidades que estão presentes. Ela cria o próprio mundo subjetivo, começa a viver em uma espécie de mundo imaginário, e começa a sonhar até mesmo de olhos abertos, de modo que consiga evitar as realidades que se tornaram intolerantes e que são insuportáveis. Isso é um refúgio, a pessoa cai abaixo da mente racional. Isso é um retorno para a mente animal. Isso é mergulhar no inconsciente.

Há outras pessoas que lidam com a mesma coisa de outras maneiras. O alcoólatra lida por meio do álcool. Bebe demais, torna-se completamente inconsciente. Esquece o mundo inteiro e todos os problemas e ansiedades: a esposa, os filhos, o mercado, as pessoas. Ele passa para o seu inconsciente com a ajuda do álcool. Esse é um tipo temporário de loucura, que vai embora após algumas horas.

E sempre que há momentos difíceis no mundo, as drogas se tornam muito importantes. Depois da Segunda Guerra Mundial, as drogas se tornaram de grande importância em todo o mundo, particularmente nos países que viram a guerra, nos países que se tornaram conscientes de que as pessoas estavam sentadas em um vulcão que poderia entrar em erupção a qualquer momento. O mundo inteiro viu Hiroshima e Nagasaki sendo queimadas em questão de segundos, 100 mil pessos queimadas em cinco segundos. Agora, a realidade está difícil de suportar. E é por isso que a nova geração, a geração mais jovem, passou a se interessar por drogas.

Em tempos de estresse e tensão, as pessoas começam a usar drogas. E isso sempre foi assim. É uma maneira de criar uma loucura temporária. E por loucura quero dizer cair abaixo da mente racional, porque somente a mente racional pode estar ciente dos problemas. Ela não conhece nenhuma solução, conhece somente problemas. Assim, se os problemas são controláveis, e a pessoa consegue conviver com eles, ela permanece sã. Quando a pessoa percebe que isso se torna insuportável, ela enlouquece.

A insanidade é um processo incorporado para evitar problemas, realidades, ansiedades e situações de estresse.

As pessoas os evitam de muitas maneiras. Alguém vai se tornar alcoólatra, alguém vai tomar LSD, algúém vai fumar maconha. E há outras pessoas que não são corajosas, e que vão ficar doentes. Essas vão ter câncer, tuberculose, paralisia e, depois, podem dizer ao mundo: "O que eu posso fazer? Estou paralisada. Se não posso enfrentar as realidades, não é de minha responsabilidade. Agora estou paralisada..." ou "Se o meu negócio está degringolando, o que posso fazer? Estou com câncer".

Estas são maneiras de as pessoas protegerem o ego, maneiras pobres, maneiras lastimáveis, mas, ainda assim, maneiras de proteger o ego.

Onde quer que a vida se torne tensa em demasia, todas essas coisas vão acontecer. As pessoas vão ter doenças estranhas, doenças incuráveis. E essas doenças são incuráveis porque há um grande apoio interno à pessoa para a doença, e se a pessoa não cooperar com a medicina e com o médico, não há possibilidade de curá-la. Ninguém pode curar uma pessoa contra ela própria: é bom lembrar disso como uma verdade fundamental.

Se por parte da pessoa houver um investimento profundo no câncer, se ela quiser que o câncer esteja presente, porque a protege, isso lhe dará uma sensação de que é por causa do câncer que ela não é capaz de lutar no mercado, que ela não é capaz de competir, que é por causa do câncer. E se isso lhe dá satisfação, se esse investimento está presente, então ninguém poderá curá-la, porque ela vai continuar criando doenças. É uma doença psicológica, está enraizada em sua psicologia.

E todo mundo sabe disso. Os alunos começam a se sentir mal quando a prova se aproxima. Alguns alunos enlouquecem na hora da prova. E, após a avaliação, eles ficam bem novamente. Toda vez que têm prova, eles adoecem, com febre, com pneumonia, com hepatite, isso e aquilo. Qualquer um que observar, vai se surpreender. Por que na época de provas tantos alunos adoecem? E de repente, depois delas,  tudo volta ao normal? Isso é um truque, uma estratégia. Eles podem dizer para os pais: "O que posso fazer? Eu estava doente, foi por isso que não passei" ou "Eu estava doente, foi po isso que fiquei em terceiro. Caso contrário, a medalha de ouro com certeza seria minha". É uma estratégia.

Se a doença da pessoa é uma estratégia, então, não há como curá-la. Se o alcoolismo é uma estratégia, então, não há nenhuma maneira de curá-lo, porque a pessoa quer que o alcoolismo esteja presente. O ser humano é um criador, ele cria isso por conta própria, talvez não de forma consciente.

E, então, há a loucura, que é o último recurso. Quando tudo fracassa, eté mesmo o câncer, o álcool, a maconha, a paralisia, quando tudo realmente fracassa, o último recurso é enlouquecer.

Por isso é que a loucura acontece mais nos países do Ocidente do que no Oriente, porque no Oriente a vida ainda não é tão estressante. As pessoas são pobres, mas a vida não é tão estressante. As pessoas são tão pobres que não podem arcar com tanto estresse. As pessoas são tão pobres que não podem pagar psiquiatras, psicanalistas.

A loucura é um luxo. Só países ricos podem arcar com isso.

Esse é um tipo de loucura de que os psicólogos têm conhecimento: mergulhar abaixo da mente racional, mover-se para o inconsciente, abandonar a pouca consciência restante, que não era muita em um primeiro momento, uma vez que apenas um décimo da mente estava consciente. A pessoa estava exatamente como um iceberg, um décimo acima da superfície, nove décimos abaixo da superfície. Nove décimos de sua mente estavam inconscientes. A loucura significa abandonar aquele décimo consciente, de modo que todo o iceberg vá para baixo da superfície.

Mas há um outro tipo de loucura, também chamada assim em função de certa semelhança, que está além da mente racional comum. Uma cai abaixo da mente racional, enquanto a outra fica acima da mente racional, para cima. Em ambos os casos a mente racional está perdida: no primeiro, a pessoa fica inconsciente e, no segundo, fica superconsciente. Em ambos os casos a mente comum está perdida.

No primeiro caso, a pessoa fica totalmente inconsciente, e surge certa integridade nela. É possível observar: há certa integridade nas pessoas loucas, certa consistência, elas são uma unidade. Pode-se confiar em um louco. Ele não é dois, ele é único. É muito consistente, porque tem apenas uma mente, que é o inconsciene. A dualidade desapareceu. Além disso, é possível encontrar certa inocência em um louco. Ele é como uma criança. Ele não é astuto, não pode ser. Na verdade, ele teve de se tornar louco porque não podia se tornar astuto. Não podia lidar com um mundo astuto. Há de se encontrar certa simplicidade, certa pureza, em um louco.

Basta observar pessoas loucas para se apaixonar por elas. Elas têm uma espécie de unidade. Elas não são divididas, não são separadas, são uma unidade. É claro, elas são uma unidade contra a realidade, elas são uma unidade em seu mundo de sonhos, elas são uma unidade em suas ilusões, mas são uma unidade. A loucura tem uma consistência, uma união. Não há nenhuma dúvida nisso, é crença total.

E o mesmo vale para o caso com o outro tipo de loucura. O homem vai acima da razão, além da razão, torna-se completamente consciência, superconsciente. Na primeira loucura, o décimo que estava consciente é dissolvido nas nove partes, os nove décimos, que estavam inconscientes. Na segunda loucura, os nove décimos que não estavam conscientes começam a se mover para cima, e todos eles vêm paa a luz, acima da superfície. A mente, como um todo, se torna consciene.

Este é o significado de a palavra "Buda" tornar-se absolutamente consciente. Agora, esse homem também vai parecer louco, porque está consciente, completamente consciente. Ele estará autoconsciente, mais autoconfiante do que qualquer louco jamais poderá estar. Ele estará completamente integrado. Ele será um indivíduo, literalmente um "indivíduo", que significa indivisível. Ele não terá  nenhuma divisão.

Portanto, os dois são parecidos: o louco tem convicção e o Buda, confiança. E confiança e convicção são parecidas. O louco é uma unidade, completamente inconsciente; o Buda também é uma unidade, mas totalmente consciente. E a unicidade de ambos é semelhante. O louco abandonou a razão, o raciocínio, a mente, da mesma forma que o Buda, uma vez que ele também abandonou o raciocínio, a racionalidade, a mente. Embora isso seja semelhante, eles são polos opostos. Um caiu abaixo da humanidade e o outro se elevou acima da humanidade.

A psicologia moderna permanecerá incompleta caso não comece a estudar os Budas. Vai ficar incompleta, sua visão vai permanecer incompleta, parcial, e uma visão parcial é muito perigosa. Uma verdade parcial é muito perigosa, mais perigosa do que uma mentira, porque dá a impressão de que é o que está certo.

A psicologia moderna tem que dar um salto quântico. Tem que se tornar a psicologia dos Budas. Terá que ir fundo no sufismo, no zen, no tantra, na yoga, no tao. Somente depois é que será realmente psicologia. A palavra "psicologia" significa a ciência da alma. Portanto, ainda não é psicologia, ainda não é a ciência da alma.

Essas são as duas possibilidades: a pessoa pode ficar abaixo de si ou pode ficam acima de si.

Torne-se louco como Buda, Maomé, Cristo. Torne-se um louco como eu. E essa loucura tem uma grande beleza, porque tudo que é belo nasce dessa loucura, e tudo o que é poético flui dessa loucura. As maiores experiências da vida, os maiores ^wxtases da vida, nascem dessa loucura.

Fonte: Osho, O livro do ego: Liberte-se da ilusão, Editora BestSeller, Rio de Janeiro, 2022. ISBN: 978-85-7684-710-6. 

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Quiroga - 5581

O VALOR DAS MEMÓRIAS

Memórias! Quem não gosta delas? Bem, talvez quem tenha tido experiências traumáticas demais no passado não goste das memórias, porém, ainda assim as memórias são nossas referências, porque representam experiências que compartilhamos com outras pessoas.

Pois bem, as lindas memórias às quais nos apegamos são referências importantes, mas não ao ponto de deixarmos de existir se elas forem esquecidas, porque nossa presença entre o céu e a terra não é exclusivamente o produto de nosso histórico, há muitos outros fatores que intervêm na complexa trama que chamamos de destino.

Porém, em muitos momentos nos apegamos tão dramaticamente às nossas memórias que a obviedade do que foi afirmado no parágrafo anterior é desconsiderada.

Continuemos, por isso, fazendo a coleção imagética, sonora e sensorial de nossas memórias, mas também fiquemos cientes de que, na medida em que as pessoas que são as testemunhas de nossas memórias falecerem, essas memórias deixarão também de ter importância, porque não haverá ninguém para as compartilhar.

Com isso quero te dizer que, apesar de as memórias serem valiosas e importantes, o que lhes outorga valor não é o fato propriamente dito, mas a possibilidade de elas servirem para sustentar vínculos e estabelecerem experiências que podem ser compartilhadas.

Portanto, em vez te apegar a certas memórias, constrói novos laços e vínculos, para construir também novas memórias. 

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sábado, setembro 23, 2023

 

Quiroga - 5580

 CONSCIÊNCIA HUMANA

Antes de a consciência humana ser possível, porque ela não existiu sempre, o Zodíaco tinha 10 signos em vez de 12, o signo de Libra era inexistente, ele surgiu dividindo um signo que reunia Escorpião e Virgem, os transformando em dois, é por isso que suas simbologias são tão semelhantes, para nos lembrar do evento (que todo mundo esqueceu).

Isso não significa que as pessoas de Libra sejam mais humanas do que a dos outros signos, mas que é inerente ao usufruto da consciência humana o dever de se manter no maior equilíbrio possível entre a objetividade e a abstração simultâneas que caracterizam nossa experiência de vida.

A consciência humana está sempre no meio, e seu estado de excelência se associa à imparcialidade do julgamento, feito sob a pressão dos contrastes.

O equilíbrio a que nossa consciência está dedicada pressupõe a existência de contrastes e de diferenças aparentemente irreconciliáveis, mas que temos por direito e obrigação reconciliar, porque se não nos dedicamos a reconciliar os contrastes seremos, então, menos humanos do que poderíamos, retornando, por inércia, ao estado animalesco anterior, e isso com todo respeito pelos animais.

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sexta-feira, setembro 22, 2023

 

Quiroga - 5579

 MAIORES QUE O MEDO

Imagina por um instante tudo que seria possível, tudo que te atreverias a fazer acontecer se não tivesses o medo segurando as rédeas de tua consciência.

O destemor te tornaria uma pessoa perigosa, uma ameaça à sociedade? Ou a ausência do medo te transformaria numa personalidade vibrante, cheia de vida e de atrevimento para aproveitar as experiências?

Não há como responder a essas perguntas, a não ser hipoteticamente, porque a desventura do ser humano é viver com medo, esta é nossa realidade bem realista e, ainda por cima, não conseguimos nos livrar do medo nem sequer nos momentos de maior comunhão com a vida, com as pessoas ou com os sonhos.

A questão, portanto, não é deixar de sentir medo, isso é impossível, a questão é continuar em frente apesar do medo que nos apequena, e pela nossa própria força de vontade sermos maiores do que o medo que nos apequena.

É assim, com essa atitude atrevida, mesmo que trêmula, que o medo morre de medo de nós.

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quinta-feira, setembro 21, 2023

 

SaLuSa (Shalashian) – “Mensagem importante para os aliados na superfície acerca dos próximos eventos” – Por Rafael (Neva/Gabriel RL)

 Fonte: https://www.sementesdasestrelas.com.br/

Há muita coisa acontecendo nos bastidores e isso tem afetado a forma como muitos de vocês têm enxergado essa realidade. Há dias, tenho estado próximo a Neva aguardando a abertura dos canais de comunicação, enquanto as agitações das energias no seu planeta buscam um ponto para harmonização. É de se esperar que canais transmissores das nossas mensagens em todo mundo sintam uma necessidade de pausa, especialmente agora quando eventos tão aguardados estão no seu limiar.

A forma como muitos de vocês têm visto a realidade pode parecer meio esfumaçada ou “distorcida” e isso se dá pelo fato de que, realmente, está havendo um “derretimento” do tempo e da realidade tal como vocês conhecem. Não significa que deixarão de viver ou ter suas costumeiras experiências, mas mudará a forma como os seus organismos responderão a essa realidade. Vocês estão adentrando camadas cada vez mais sutis e, à medida que isso ocorre, podem se surpreender observando a fisicalidade, de uma maneira que lhes pareça ser claramente como uma holografia.  Em outras palavras, seus corpos, e especialmente sua visão, perceberá que algo não está mais como antes, e isso é um fato.

Os Trabalhadores da Luz, que estão cada vez mais alinhados com seus propósitos de vida, perceberão um aumento considerável da sua sensibilidade, de modo a captarem com maior facilidade as frequências à sua volta. As presenças extrafísicas tornar-se-ão mais perceptíveis e o modo como lidam com essas energias ficará mais seguro, pois vocês estão se tornando aquilo que sempre foram. É normal que também percebam tentativas daqueles que desejam manter o status quo, puxando para o outro extremo da velha realidade, mas dificilmente vocês retornarão aos antigos padrões vibratórios, pois alcançaram um ponto em que não há mais retorno às velhas maneiras.

É importante também enfatizar que, devido a intensa agitação nos bastidores da Mãe Terra, muitos dos Trabalhadores da Luz sentirão dificuldades em se conectarem conosco, não pelo fato de estarmos longe, mas simplesmente porque está havendo uma varredura das formas-pensamento mal qualificadas em toda grade planetária, e isso causa consideráveis “ruídos”. Assim, é necessário que vocês se preservem quanto ao tempo dedicado em suas redes sociais e busquem, cada vez mais, estarem em contato com a natureza. Certamente, vocês sabem que uma das intenções de nós – da Federação Galáctica – ao implementarmos a Internet na Terra é, e sempre foi, estreitar laços e remover fronteiras, além de tantos outros auxílios.  Contudo, aqueles que atuam nas trevas tentaram sequestrar a sua tecnologia para tornar dependentes e em desequilíbrio “dopamínico” a todos vocês da superfície do planeta. Tais coisas serão reajustadas, à medida que muitos de vocês tomam consciência do que realmente está acontecendo, e na mesma proporção que avançamos para a divulgação total da nossa presença.

Este é um ponto que também informamos agora: há muitos dos nossos aliados infiltrados em seus governos, e eles têm documentos informativos mais que suficientes para liberarem na WEB, em locais de livre acesso a todos. É uma questão de tempo, até que mais informações acerca de nós sejam reveladas. Evidentemente, existem também aqueles mal-intencionados que tentarão usurpar esses programas de divulgação, na tentativa de encaixar neles suas próprias agendas nefastas. O que nos apressamos em informar é que isso não será tolerado pelas frotas do Comando Ashtar. Tenham em mente que há mais Luz e Segurança em volta da Terra como nunca antes, e nenhum plano que fira a originalidade dos protocolos decretados pelo Criador Supremo será implementado.

Sabemos que os esforços de muitos de vocês para se manterem invioláveis têm sido cansativos, especialmente depois de terem atravessado uma situação pandêmica. É evidente que as tentativas dos que atuam nas trevas os deixariam ainda mais cansados, mas também recebemos informações dos nossos superiores cósmicos que tais situações complicadas também não serão toleradas. Informamos que não será mais permitida nenhuma tentativa de criar uma falsa invasão extraterrestre em ameaça à vida na Terra, usando de maneira negativa nossas imagens ou nomes. Aqueles que atuam nas trevas planejaram por décadas para que, quando chegasse o momento-chave das nossas apresentações em seus céus, vocês estivessem em pânico e inseguros acerca de nós. Tratamos de minguar as suas muitas tentativas de incutir medo acerca da vida fora do planeta, e hoje temos muito mais apoio como nunca.

É preciso informar que as raças extraterrestres não confederadas, – que ainda se escondem nas cavernas da Terra e em algumas bases debaixo dos oceanos, – estão sendo monitoradas por nós, e não há qualquer chance de escaparem das consequências dos milênios de atuação contra a espécie humana. Não temam uma guerra em seus céus entre nossas frotas e as deles, visto que temos tecnologia avançadíssima e podemos congelar suas ações, na hora que desejarmos. Nenhuma arma nuclear que venha a ferir nações e que venha a desencadear uma terceira guerra na Mãe Terra será detonada. Vocês ultrapassaram e iluminaram tal linha de tempo.

É importante também entenderem que ainda há saldos cármicos sendo iluminados em várias regiões da Terra e a colaboração de todos vocês – enquanto nossos representantes na superfície do planeta para auxiliar nessas “queimas cármicas” – é essencial. Não percam tempo fazendo juízo, mas apenas ajam como Âncoras de Luz e atuem nos campos de ação quando forem chamados pelas sincronicidades, que nada mais são do que linhas de uma teia a interligar as causas a seus efeitos, e vice-versa. Vocês são coordenadores desses eventos e têm capacidade de parar uma guerra com suas intenções e poderes mentais. Façam um teste e verão a enormidade do seu poder mental quando direcionado e potencializado pela força do amor inerente e em expansão, em cada um de vocês.

Apreciem seus dias como nunca antes e deem tempo ao tempo enquanto o Criador Supremo “organiza a casa” para a chegada dos “Convidados das Estrelas”. Nós estamos muito mais animados do que possam imaginar e, ao primeiro sinal do Criador adentraremos em seus céus com nossas milhares de naves e “todo olho o verá”. Haverá aqueles que, ainda que tenham ouvido falar de nós por várias gerações, ficarão aterrorizados com a perspectiva de perderem o controle no que diz respeito àquilo que se consideram donos e responsáveis. Mas haverá uma onda de alegria muito maior de tantos outros que nos receberão de braços abertos e nos apoiarão quando alguns dos nossos membros forem convidados a explanar acerca das nossas intenções. E estas serão transmitidas em todos os seus canais de TV, ao mesmo tempo.

Eu Sou SaLuSa de Sirius e, como Porta-Voz da Federação Galáctica, reforço o nosso apoio a todos vocês e alegramo-nos com a proximidade deste evento tão aguardado pelos últimos 26 mil anos. Vocês estão em um ciclo especial onde concluirão uma grande jornada e terão como recompensa o direito de viajarem pelas estrelas como antes, após uma longa jornada nas dimensões mais baixas. Sintam nosso abraço incondicional, nesse momento, enquanto falamos da nossa Nave-Mãe e observamos a linda Terra com seu brilho cósmico, além do próprio brilho do Sol sobre ela.

Nós, da Federação Galáctica, que compomos uma infinidade de almas de todo o Universo e além, encontramo-nos agora em vibrações positivas para a Terra e deixamos nosso Amor e Bênçãos a todos.

Selatherin A-al Arjaten! (Em siriano: Porque Sim. Todos Somos UM!)

Estejam em Paz,

Estejam na Luz!

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Neurose e Meditação

A neurose nunca foi tão epidêmica no passado quanto agora. Ela está praticamente tornando-se um estado normal da mente humana. Ela tem de ser entendida.

O passado foi mais saudável espiritualmente, e o motivo foi que a mente não era alimentada com tantas coisas ao mesmo tempo, a mente não ficava sobrecarregada. A mente moderna está sobrecarregada, e aquilo que deixa de ser assimilado gera neurose. É como se a pessoa continuasse a comer sempre e a entupir o estômago. Aquilo que não é digerido pelo corpo vai ser venenoso. E o que se come é menos importante do que aquilo que se ouve e que se vê. A partir dos olhos, dos ouvidos, de todos os sentidos, recebem-se muitas coisas, a cada momento. E não tempo extra para assimilação. É como se alguém estivesse constantemente sentado à mesa de jantar, comendo, comendo, 24 horas por dia.

Esta é uma situação da mente moderna: ela está sobrecarregada, são muitas coisas sobrecarregando-a. Não é nenhuma surpresa a mente entrar em colapso. Há um limite para cada mecanismo humano. E a mente é um dos mecanismos mais sutis e delicados.

A pessoa realmente saudável é aquela que leva 50% de seu tempo para assimilar suas experiências - 50% de ação, 50% de inércia, este é o equilíbrio certo; 50% de pensamento, 50% de meditação,esta é a cura.

A meditação não é nada além de um tempo em que a pessoa pode relaxar completamente dentro de si, em que ela fecha todas as suas portas, todos os seus sentidos, para o estímulo exterior. Ela desaparece do mundo. Esquece do mundo como se ele não existisse mais, sem jornais, sem rádio, sem televisão (sem internet), sem gente.

O indivíduo está sozinho em seu ser mais íntimo, relaxado, confortável.

Nesses momentos, tudo o que acumulou passa a ser assimilado. Aquilo que não tem valor é jogado fora. A meditação funciona como uma faca de dois gumes: de um lado, assimila tudo o que é nutritivo e, do outro, rejeita e joga fora tudo o que é lixo.

Mas a meditação desapareceu do mundo. Nos velhos tempos, as pessoas eram naturalmente meditativas. A vida não tinha complicações, e as pessoas tinham tempo suficiente para simplesmente sentar e não fazer nada, ou olhar para as estrelas, ou observar as árvores, ou ouvir os pássaros. As pessoas tinham intervalos de passividade profunda. Naqueles momentos, as pessoas se tornavam cada vez mais saudáveis e inteiras.

A neurose significa que a pessoa está carregando uma carga tão grande na mente que está provocando sua morte. Ela não consegue se mover. Não há dúvida quanto à fuga de sua consciência.

Algumas coisas para que fique entendido. A neurose é o rato que tenta indefinidamente sair pelo beco sem saída, e não aprende. Sim, o não aprender é a neurose,  esta é a primeira definição. A pessoa continua tentando sair pelo beco sem saída.

A pessoa está irritada. Quantas vezes as pessoas já ficaram irritadas? E quantas vezes já se arrependeram de ficar irritadas? Ainda assim, basta haver um pequeno estímulo para que a reação delas seja novamente a mesma. Não aprenderam nada. As pessoas são gananciosas, e a ganância cria cada vez mais infelicidade. Todo mundo sabe que a ganância nunca deu felicidade a ninguém, mas as pessoas ainda são gananciosas,continuam gananciosas. Ninguém aprendeu.

A não aprendizagem cria a neurose, ou seja, é a neurose.

Aprendizado significa assimilação. A pessoa experimenta algo e depois descobre que aquilo não funciona. Em seguida, descarta aquilo. Move-se em outra direção, tenta outra opção. Isso é sábio, é inteligente. Bater a cabeça contra a parede, onde sabe perfeitamente bem que não há nenhuma porta, é neurose.

As pessoas estão ficando cada vez mais neuróticas, porque continuam tentando o beco sem saída, continuam tentando aquilo que não funciona. O homem que é capaz de aprender nunca se torna neurótico, não consegue. Ele vê imediatamente quando há uma parede. Ele abandona a ideia toda. Começa a passar para outras dimensões. Há outras opções disponíveis. Ele aprendeu algo.

Dizem que Edison estava tentando uma experiência em que fracassara setecentas vezes. Seus colegas ficaram desesperados. Três anos foram perdidos e ele continuava tentando novas formas, repetidas vezes. E toda manhã ele retornava com grande entusiasmo, o mesmo entusiasmo do primeiro dia. E três anos foram desperdiçados.

Um dia, seus colegas se reuniram e disseram a ele:

- Não conseguimos entender. Falhamos setecentas vezes. Está na hora de abandonar a experiência.

Edison teria dito:

- O que querem dizer com "falhamos"? Aprendemos que as setecentas opções eram opções erradas. Foi uma grande experiência! Hoje não vou tentar o mesmo experimento, pois descobri um outro. Estamos chegando mais perto da verdade. Quantas maneiras falsas podem existir? Deve haver um limite. Se  houver mil maneiras falsas, então, setecentas já foram descartadas, restam apenas trezentas. E, depois, chegaremos ao ponto certo.

Isso é aprendizagem. Tentar uma experiência e, ao ver que ela não dá certo, tentar uma outra opção e, ao ver que esta não funcona, o homem sábio a abandona. O tolo se apega a ela. O tolo chama a isso de consistência. O tolo diz: "Fiz isso ontem e vou fazer isso hoje também. E farei amanhã". Ele é teimoso, cabeça-dura. Ele diz: "Como é que posso deixá-la? Investi tanto nisso! Não posso mudar isso!" Então, ele prossegue insistindo naquilo, e sua vida inteira é desperdiçada. E, à medida que a morte se aproxima, ele fica desesperado, sem esperança. No fundo ele sabe perfeitamente que vai fracassar. Fracassou tantas vezes! E ainda está tentando a mesma coisa, sem ter aprendido nada. Isso gera a neurose.

O homem que é capaz de aprender nunca vai se tornar neurótico.

Um discípulo nunca vai se tornar neurótico. Um "discípulo" significa aquele que é capaz de aprender. Nunca se torna suficientemente bem-informado, está sempre em processo de aprendizagem.

A necessidade de ter muito conhecimento  deixa as pessoas neuróticas. Não é por acaso que professores, filósofos, psiquiatras, estudiosos enlouquecem com facilidade. Eles aprenderam e chegaram à conclusão de que não há mais o que aprender. No momento em que decide que não há mais o que aprender a pessoa para de crescer.

Parar de crescer é neurose - esta é a segunda definição.

O mundo era muito diferente no passado, é óbvio. O equivalente a cerca de seis semanas de estímulos sensoriais, há seicentos anos atrás, é o que hoje obtemos em um dia*. O equivalente a seis semanas de estímulos, informações, hoje se adquire em um único dia, ou seja, cerca de quarenta vezes a pressão para aprender e se adaptar. O homem moderno tem de ser capaz de aprender mais do que o homem jamais aprendeu antes, porque há mais o que aprender agora.

O homem moderno tornou-se capaz de se adaptar a novas situações todos os dias, porque o mundo está mudando muito rapidamente. É um grande desafio.

Um grande desafio, se aceito, vai ajudar bastante na expansão da consciência. Ou o homem moderno vai ser totalmente neurótico ou o homem moderno vai ser transformado pela própria pressão. Depende de como ele lida com isso. Uma coisa é certa: nãõ tem como voltar atrás. Os estímulos sensoriais vão continuar a crescer cada vez mais (ele acertou: hoje todo mundo está permanentemente na internet, com o telefone celular na mão). O homem obterá cada vez mais informações, e a vida mudará em um ritmo cada vez mais rápido. E ele terá de ser capaz de aprender coisas novas, de se adaptar a coisas novas.

No passado, o homem vivia em um mundo praticamente estático. Tudo era estático. O homem deixava o mundo exatamente como seu pai deixava para ele. Não teria mudado nada absolutamente. Nada havia mudado. Não havia motivo para aprender muito. Um pouco de aprendizado já era o suficiente. E, com isso, o ser humano tinha espaços em sua mente, espaços vazios que ajudavam as pessoas a permanecerem sãs. Agora não há mais espaço vazio, a menos que alguém o crie intencionalmente.

A meditação é necessária mais do que nunca nos dias de hoje.

A meditação é tão necessária que é quase uma questão de vida ou morte.

No passado, a meditação era um luxo, tanto que poucas pessoas, como um Buda, um Mahavira, um Krishna, se interessavam por isso. Outros mantinham-se naturalmente em silêncio, eram naturalmente felizes e sãos. Não havia a necessidade de se pensar em meditação, pois, de forma inconsciente, eles estavam meditando. A vida se movia de forma tão silenciosa, tão devagar, que até as pessoas mais estúpidas eram capazes de se adaptar a ela. Agora, a mudança é extremamente rápida, com uma velocidade tal que até os mais inteligentes sentem dificuldade de se adaptar. A cada dia a vida é diferente, e as pessoas têm que aprender de novo, têm de aprender repetidas vezes.

Nunca podem parar de aprender agora, e tem que ser um processo para toda a vida.

Como não sucumbir a essa pressão? A pessoa precisará ter momentos meditativos, de modo intencional. Se uma pessoa não meditar pelo menos uma hora por dia, então a neurose não ocorrerá por acaso, será criada pela própria pessoa.

Durante uma hora a pessoa deve desaparecer do mundo em seu próprio ser. Durante uma hora ela deve ficar tão sozinha que nada penetre nela, nenhuma memória,nenhum pensamento, nenhuma imaginação, uma hora sem nenhum conteúdo em sua consciência, e isso vai rejuvenescê-la e recarregá-la. Isso vai liberar novas fontes de energia nela, de modo que ela venha a estar de volta no mundo mais jovem, mais revigorada, com maior capacidade de aprender, com mais admiração em seus olhos, com mais reverência em seu coração - como uma criança novamente.

Essa pressão de aprender e o velho hábito de não aprendizagem estão levando as pessoas à loucura. A mente moderna é realmente sobrecarregada, e não há tempo para digeri-la, para assimilá-la dentro do próprio ser. É aí que a meditação entra e se torna mais significativa do que nunca.

Sem dar tempo par que a mente descanse em meditação, as pessoas reprimem todas as mensagens que vão sendo despejadas nela constantemente. Elas se recusam a aprender, dizem que não têm tempo. Então, as mensagens começam a acumular (muito comum na minha caixa de entrada de emails). Se elas não têm tempo suficiente para ouvir as mensagens que a mente recebe de forma contínua, elas começam a se acumular, assim como arquivos que se acumulam em cima da mesa (no computador), pilhas de cartas (emails) que se acumulam na mesa, porque não houve tempo suficiente para lê-las e respondê-las. É exatamente assim que a mente se torna atravancada: são tantos arquivos (sites) à espera de serem analisados, tantas cartas (emails) a serem lidas, a serem respondidas, tantos desafios a serem adotados, a serem enfrentados!

Ouvi dizer que certa vez Mulla Nasruddin disse o seguinte: "Se acontecer algo de errado hoje, eu não terei tempo, durante pelo menos três meses, de analisar isso. Tantas coisas erradas já aconteceram e que estão à espera! Se acontecer algo de errado hoje, não terei tempo de analisar durante três meses, pelo menos."

Uma fila. É possível ver essa fila dentro de cada um, e ela vai crescendo. E quanto maior a fila, menor é o espaço que se tem; quanto maior a fila, maior é o barulho no interior, porque tudo o que a pessoa tiver acumulado exige a sua atenção.

Isso geralmente começa por volta dos 5 anos de idade, quando o verdadeiro aprendizado praticamente para, e dura até a morte. Antigamente, isso não era problema. Cinco ou sete anos eram suficientes para se aprender tudo o que era necessário na vida, era o que bastava. O aprendizado de sete anos fazia setenta anos de vida. No entanto, agora isso não é possível.

As pessoas não podem parar de aprender porque sempre acontecem coisas novas, e não se pode enfrentar coisas novas com velhas ideias. Não se pode depender dos pais e de seu conhecimento, não se pode nem mesmo depender dos professores na escola ou na universidade, porque o que eles estão falando já está desatualizado. Já aconteceram muito mais coisas.

Agora, os alunos não podem depender dos professores, e as crianças não podem depender de seus pais, e, consequentemente, uma grande rebelião está a caminho em todo o mundo. Os alunos não podem mais respeitar seus professores, a não ser que esses professores aprendam de forma continuada. Eles não podem ser respeitados. Respeitados pelo que? Não há nenhuma razão. E as crianças não podem respeitar seus pais, porque a abordagem dos pais parece muito primitiva. Crianças pequenas estão ficando conscientes de que o que os pais dizem está desatualizado. Os pais vão ter que aprender continuamente, se quiserem ajudar seus filhos a crescer, e os professores também vão ter que aprender constantemente. Agora, ninguém pode parar de aprender. E essa velocidade vai aumentar de forma constante.

Assim, em primeiro lugar, a aprendizagem não deve ser interrompida, pois, do contrário, a pessoa fica neurótica, uma vez que deixar de aprender significa que  se está acumulando informações que não foram assimiladas, digeridas, e que não se tornaram seu sangue, seus ossos, sua essência. Vão ficar em volta da pessoa com grande insistência para serem assimiladas.

Em segundo lugar, a pessoa vai precisar de tempo para relaxar. Essa pressão é grande demais. Será necessário se afastar por algum tempo dela. O sono não pode mais ajudar a pessoa, porque o sono, em si, está ficando sobrecarregado. O dia é tão sobrecarregado que, quando a pessoa vai dormir, apenas o corpo cai mole na cama, mas a mente continua a resolver coisas. Isso é o que se chama de sonhar: não é nada além de um esforço desesperado da mente para resolver coisas, porque a pessoa não vai ter tempo disponível para tal.

É preciso relaxar conscientemente em meditação. Poucos minutos de meditação profunda vão mantê-las distante da neurose.

Na meditação, a mente desatravanca, as experiências são digeridas e a sobrecarga desaparece, e a mente fica revigorada e jovem, clara e limpa.

No passado, o volume de entrada era um décimo do tempo de alguém, e o tempo de meditação era de nove décimos. Agora, é o inverso: o volume de entrada é de nove décimos e o tempo de meditação é de um décimo.

É muito raro o homem realmente relaxar. É muito raro sentar-se em silêncio, sem fazer nada. Mesmo aquele tempo de um décimo de meditação inconsciente está desaparecendo. Quando isso acontecer, o homem vai ficar completamente louco. E isso já está acontecendo.

O que quero dizer com tempo de meditação inconsciente? É simplesmente ir até o jardim, brincar com os filhos, esse é o tempo de meditação inconsciente. Ou nadar na piscina, esse é o tempo de meditação inconsciente. Ou aparar a grama, ouvir os pássaros, esse é o tempo de meditação inconsciente. Isso também está desaparecendo, porque, sempre que as pessoas têm algum tempo, elas estão sentadas em frente à TV (hoje, consultando seus telefones celulares), grudadas em seus assentos.

E informações perigosíssimas são colocadas na mente da pessoa através da TV (hoje, através da internet), informações que ela não vai serr capaz de digerir. Ou a pessoa lê jornais,e absorve todo o tipo de absurdo. Sempre que tem tempo, liga o rádio ou a TV. Ou, um dia sente-se muito bem e quer relaxar, então vai ao cinema. Que tipo de relaxamento é esse? O cinema não permitirá que ela relaxe, porque as informações lhe são lançadas constantemente.

O relaxamento ocorre quando não é lançada nenhuma informação para a pessoa.

Ouvir um cuco vai dar certo, porque nenhuma informação é absorvida pela pessoa. Ouvir música vai dar certo, porque não lhe é lançada nenhuma informação. A música não tem linguagem, é puro som. Não oferece nenhuma mensagem, simplesmente dá prazer à pessoa. Dança vai ser bom, música vai ser bom, trabalhar no jardim vai ser bom, brincar com as crianças vai ser bom. Ou simplesmente sentar-se, sem fazer nada, vai ser bom. Esta é a cura. E, se for feito de modo consciente, o impacto será maior.

É preciso criar um equilíbrio.

A neurose é um estado da mente em desequilíbrio: atividade demais e falta de inatividade, masculino demais e ausência de feminino, yang demais e muito pouco yin. E o indivíduo tem que ser meio a meio. Tem que manter um equilíbrio profundo. É preciso uma simetria dentro de si. Tem que ser metade homem, metade mulher, para nunca ficar neurótico.

A individualidade não é nem masculina, nem feminina, é a simples união. Esforce-se para alcançá-la entre o tempo despendido fazendo algo versus o tempo despendido sem fazer nada. Essa é a totalidade. Isso é o que Buda chamou de seu Caminho do Meio. Basta estar exatamente no meio. E é preciso lembrar que a pessoa pode ficar desequilibrada no outro extremo também, ou seja, pode se tornar inativa demais. Isso também será perigoso. Ela tem suas próprias armadilhas e seus perigos. Se a pessoa se torna inativa demais, sua vida perde a dança, sua vida perde a alegria, e ela começa a morrer.

Portanto, não estou dizendo para a pessoa se tornar inativa, estou dizendo que deixe haver um equilíbrio entre a ação e a inércia. É preciso permitir que elas se equilibrem entre si e que a pessoa fique exatamente no meio. A pessoa deve deixar que elas sejam duas asas de seu ser. Nenhuma asa deve ser maior do que a outra.

No Ocidente, a ação tornou-se grande demais, e a inércia desapareceu. No Oriente, a inércia tornou-se muito grande, e a ação desapareceu. O Ocidente conhece a abundância, a riqueza, do lado de fora, e a pobreza do lado de dentro, enquanto o Oriente conhece a riqueza, a abundância do lado de dentro, e a pobreza do lado de fora. Ambos estão no sofrimento porque ambos escolheram os extremos.

A minha abordagem não é nem oriental, nem ocidental, a minha abordagem não é nem masculina, nem feminina, a minha abordagem não é nem de ação, nem de inércia, a minha abordagem é de total equilíbrio, simetria, no ser. Por isso, eu digo: não deixem o mundo. Estejam no mundo,no entanto, não pertençam a ele. Isso é o que os taoístas chamam de wei-wu-wei, ação através da inação, é o encontro do yin com o yang, da anima com o animus, e que traz a iluminação. O desequilíbrio é a neurose, o equilíbrio é a iluminação.

*Osho faleceu em 1990, aos 59 anos. Relatou essas ideias nos anos 1980. Hoje a situação está muito mais crítica, com o advento da internet.

Fonte: Osho, O livro do ego: Liberte-s da ilusão, Editora BestSeller, Rio de Janeiro, 2022. ISBN: 978-85-7684-710-6.

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