segunda-feira, setembro 25, 2023
Quiroga - 5582
BERÇO DE NOVAS TRADIÇÕES
Por mais que te apegues, consciente e inconscientemente, a certas tradições, pela mera razão de que se sempre as coisas foram assim, a antiguidade lhes brindaria com dignidade, devo te informar que as tradições não são eternas, elas começaram em algum momento, e porque começaram devem encontrar seu fim, porque o destino de tudo que começa é ter seu fim.
Mas, o importante não é a melancolia que deixam as tradições que terminam, porque mesmo que tenham nos parecido eternas e denominadas pela mão divina, o que importa de verdade é que as tradições também começam. Tudo isso para te dizer que todos nós existimos, aqui e agora, no tempo que um dia será conhecido como o berço de novas tradições.
É por isso mesmo que, aqui e agora também, suportamos o peso das tradições que foram estruturas fundamentais da civilização, e que por muito tempo promoveram ordem e os necessários contratos sociais para felicidade da humanidade, mas que, não sendo eternas, se degradaram e não cumprem mais essa função, se tornaram decadentes, não servem mais à humanidade. A humanidade serve a essas tradições decadentes como escrava voluntária daquilo que a vampiriza.
E paralelamente à opressão que nos autoimpomos por nos orientarmos por tradições degradantes, também nos comportamos em busca dos melhores conceitos que promovam a convivência de todas as diferenças de nossa humanidade, para que os necessários contratos sociais respondam às demandas físicas, emocionais, mentais e espirituais de nossa humanidade, e que esse movimento se arraigue em nós e nas gerações futuras até se transformar numa tradição indiscutível, que age e se manifesta através do bom senso, não precisando ser ensinada, acontecendo espontaneamente.
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