sexta-feira, abril 13, 2007

 

A Lei do Registro

Omraam Mikhael

Pode acontecer que se duvide da existência de Deus, que não se acredite nem nos anjos nem nos diabos, nem no céu nem no inferno, mas existe uma coisa de que não se pode duvidar: é que os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e os nossos atos se registram em nós e fora de nós e, portanto, deixam impressões.

O conhecimento desta lei está na base de toda a vida moral e espiritual: a partir do momento em que tudo se registra, não podemos permitir-nos fazer seja o que for, não podemos ter sentimentos, pensamentos e desejos de todo o tipo, porque haverá conseqüências.

Evidentemente, esta idéia é nova para muitos. Que os humanos, que são inteligentes, instruídos e tecnicamente avançados fazem registros, isso sim, é uma verdade corriqueira, basta ver todas as imagens, palavras e músicas que estão sendo gravadas.

Mas a Natureza, como pode ela fazer registro? Pois bem, é aqui que se vê como as pessoas são ignorantes. Na realidade, não se pode encontrar nada no mundo visível que não exista já no mundo invisível. A Inteligência Cósmica antecipou-se aos humanos e até os ultrapassou: os seus registros são de uma natureza muito mais sutil que aqueles que os humanos são capazes de fazer.

A Inteligência Cósmica, que queria possuir arquivos, decidiu que toda a História do Universo seria registrada; então, concebeu a Criação de tal modo que a terra, as montanhas e sobretudo as pedras, guardassem o registro dessa História.

Cada acontecimento reflete-se sobre todos os objetos em seu redor e deixa impressões, e podemos dizer que estas impressões são inextinguíveis, elas estão profundamente gravadas sob outras camadas que se acumulam sobre elas, mas existem e podemos ter acesso a elas. São estas impressões que representam os arquivos "Akáshicos". Mas como os humanos não desenvolveram as faculdades que lhes permitiriam decifrar esses registros, emitem hipóteses e constroem teorias que são rapidamente obrigados a abandonar, dado que se revelam inexatas.

Os grandes acontecimentos da História do Universo são registrados e os pequenos acontecimentos da nossa vida cotidiana o são igualmente. Tudo o que fazemos no local em que moramos deixa uma impressão, imagens, clichês, toda uma memória que lá está, gravada no plano etérico, nas paredes, nos móveis, nos objetos, de tal forma que se lá entrar um médium, uma pessoa sensível, poderá dizer-vos detalhadamente o que aconteceu nesses lugares.

Nós deixamos impressões em todos os objetos em que tocamos e, mesmo que não lhes toquemos, a nossa simples presença, as emanações do nosso corpo físico, do nosso corpo astral, etc., imprimem-se neles. E nos locais em que passamos, nas pessoas com quem nos relacionamos, deixamos impressões, boas ou más, luminosas ou sombrias. Por isso é tão importante trabalharmos sobre os nossos pensamentos e sentimentos, para os melhorar, para os purificar, sabendo que não é apenas pelos nossos atos, mas também através dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos, que podemos fazer o bem ou o mal.

Mas, antes de se registrarem e deixarem vestígios exteriores a nós, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos registram-se e deixam vestígios em nós. É por isso que quem alimentou durante muito tempo pensamentos e sentimentos de ciúme, de egoísmo, de maldade, acaba por ser paralisado e envenenado por todos os vestígios viscosos e sombrios que os seus pensamentos e sentimentos deixaram nele próprio.

E a prova de que tudo em nós se registra, está em que uma pessoa pode recordar-se bruscamente, passados dezenas de anos, de uma cena vivida na infância. Outros, vítimas de um acidente grave em que quase morreram, contaram como tinham visto toda a sua vida desenrolar-se ao contrário, numa velocidade vertiginosa, como uma bobina de filme. Como se explica que tal não se tenha apagado? Conhecendo essa Lei do Registro, sois obrigados a ser razoáveis, prudentes, a estar atentos, de modo a não cometerdes atos repreensíveis, porque, mais tarde ou mais cedo, eles não só voltarão à consciência e vós arrepender-vos-eis, como também produzirão fenômenos e acontecimentos aborrecidos. Sim, não só tudo se registra, como, em virtude da lei da afinidade (Lei da atração), aquilo que de mau registrastes produz efeitos nos mundos visíveis e invisíveis, perturbando a ordem dos átomos e dos elétrons e atraindo forças hostis que um dia virão comer-vos aos poucos.

É claro que muitos aceitam esta idéia de uma lei do registro, mas não basta aceitá-la, é necessário que a tenhais em conta na vossa vida cotidiana e que, por toda parte, o que quer que façais, vos esforceis por só deixar impressões luminosas. Seguis por um caminho, por exemplo: abençoai esse caminho pedindo que todos aqueles que por lá passarem recebam a paz e a luz e sejam conduzidos na direção certa. Por que viver sempre na inconsciência e só registrar as desordens e as sujidades? Por que não tentar trabalhar como o sol, que impregna incessantemente o Universo com a sua luz, o seu calor, a sua vida, a sua generosidade? Esforçai-vos por não embarcar em atividades caóticas, destrutivas, negativas, a fim de aprenderdes como agir em relação à Criação e às criaturas. E, por toda parte, em tudo que tocais, em todos os lugares por onde passais, pensai em deixar apenas impressões de luz e de amor, de modo a que os humanos vibrem cada vez mais em uníssono com o mundo divino.

Fonte: Omraam Mikhael, A Lei do Registro, Revista O Pensamento, Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, pp. 86-88, março/abril 2007.

Marcadores:


Comments: Postar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?