sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Contemple a própria Alma
Os ensinamentos adquiridos pelo homem têm se tornado fonte de conhecimentos, mas é preciso que esse homem se veja como essência, como chispa divina que é, criada por força divina.
A alma humana, que habita este ser, não pertence às aquisições do mundo físico, ela não pertence propriamente ao homem; ela é criação divina, pertence à sua fonte, mas o homem não se lembra disso, e não cultiva os sentimentos que são inerentes à alma. Deixa-se, portanto, levar por seu raciocínio formado, adquirido, e quase sempre aviltado por sua cobiça, que também é um produto de seu meio físico.
A alma humana está acima do ser que a hospeda. Ela é dona absoluta de sua atuação, porém o homem não procura ouvi-la, e, levado por sua vaidade, coloca-se em posição de dono ("da bola"), mas acaba sempre sendo escravo de seus desejos mesquinhos, produtos exclusivos de seu corpo físico, de seus pensamentos, de seu cultivo.
As ocasiões que se apresentam em seu cotidiano fazem com que ele se torne áspero, quase desumano, em se tratando de seu irmão que o acompanha nesta mesma ocasião. Este homem, produto deste meio, está se distanciando de sua origem, tem-se tornado seu próprio destruidor. O homem que não sabe das belezas, da sensibilidade da alma, não vive, apenas se mantém, se locomove, mas é automático, robotizado como qualquer de suas invenções.
Quanto mais o homem se adianta, mais ele se atrasa. Quanto mais ele adquire conhecimentos, mais se torna absorvido por eles, e se esquece de seu próprio viver. Muitos estão vivendo vidas falsas, não querendo dizer isso que o adiantamento tecnológico, em sociedade, emfim em sua estrutura, não seja benfazejo, mas ele está se distanciando daquilo que é mais expressivo em sua vida, sua sensibilidade, seu amor, ser vivente com coração.
O homem atual necessita de olhar mais para dentro, deixar os chamamentos externos e contemplar sua própria alma, olhar no espelho do coração, para aí, em seus sentimentos, conhecer o caminho de volta às fontes eternas do viver na carne, que estão na Luz, na Paz e no Amor. Se você está nesse caminho, acorde enquanto é tempo, olhe para dentro e veja aí a verdadeira vida que o Pai lhe deu.
Abraço, Rui.
Fonte:
Ramatis, Jornada de Luz, Editora do Conhecimento, pp. 42-43, 2001.
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