quarta-feira, julho 18, 2007

 

O Acidente da TAM

"É nos momentos de crise que surgem as maiores oportunidades de progresso"
"O espírito não nasce nem morre, apenas entra e sai de corpos perecíveis. O fogo não o queima"

Nas ocasiões de grandes tragédias coletivas, uma enorme onda psíquica negativa costuma invadir as conversas, os sites e todos os principais meios de comunicação, podendo levar a muitas outras tragédias, internas e externas. É importante, nessas ocasiões, ter uma visão mais ampla dos acontecimentos, para não ser contaminado pela onda pessimista que se propaga na sociedade.


Abaixo segue um trecho do livro hindu Baghavad Gita para ser meditado.




Krishna à Arjuna:

11 Andas triste por algo que tristeza não merece – e tuas palavras carecem de sabedoria. O sábio, porém, não se entristece com nada, nem por causa dos mortos nem por causa dos vivos.

12 Nunca houve tempo em que eu não existisse, nem tu, nem algum desses príncipes – nem jamais haverá tempo em que algum de nós deixe de existir em seu Ser real.

13 O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo – sabem os iluminados e não se entristecem.

14 Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento –estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência!

15 Mas quem permanece sereno e imperturbável no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge imortalidade.

16 O que é irreal não existe, e o que é real nunca deixa de existir. Os videntes da Verdade compreendem a íntima natureza tanto disto como daquilo, a diferença entre o Ser e o parecer.

17 Compreende como certo, ó Arjuna, que indestrutível é aquilo que permeia o Universo todo; ninguém pode destruir o que é imperecível, a Realidade.

18 Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito – eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles habita. Por isto, ó Arjuna, luta!

19 Quem pensa que é a alma, o Eu, que mata, ou o Eu que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer.

20 O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E, uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno – sempre ele mesmo é o Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo (material).

21 Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam.

22 Assim como o homem se despoja de uma roupa gasta e veste roupa nova, assim também a alma incorporada se despoja de corpos gastos e veste corpos novos.

23 Armas não ferem o Eu, fogo não queima, águas não molham, ventos não o ressecam.

24 O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode se molhado nem ressecado – ele é imortal; não se move nem é movido, e permeia todas as coisas – o Eu é eterno.

25 Para além dos sentidos, para além da mente, para além dos efeitos da dualidade habita o Eu. Pelo que, sabendo que tal é o Eu, por que te entregas à tristeza, ó Arjuna?

26 Se o ego está sujeito às vicissitudes de nascer e morrer, nem por isto deves entristecer-te, ó Arjuna.

27 Inevitável é a morte para os que nascem; todo o morrer é um nascer – pelo que, não deves entristecer-te por causa do inevitável.

28 Imanifesto é o princípio dos seres; manifesto o seu estado intermediário; e imanifesto é também o seu estado final. Por isto, ó Arjuna, que motivo há para tristeza?

29 Alguns conhecem o Eu como glorioso; alguns falam dele como glorioso; outros ouvem falar dele como glorioso; e outros, embora ouçam, nada compreendem.

30 Eterno e indestrutível é o Eu, que está sempre presente em cada ser. Por isto, ó Arjuna, não te entristeças com coisa alguma.


(Baghavad Gita)

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Comments:
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa. Tu és responsável pela tua flor." O pequeno príncipe , Saint-Exupéry

Obrigado, RFS
 
Olá José Aurélio,

Não devemos impor nossas verdades a ninguém. Porém, temos a obrigação de expor nossas verdades aos outros, e deixar que essas pessoas aceitem ou não nossas verdades. Se nossas verdades forem impostas, cria-se uma responsabilidade kármica com a pessoa que aceitou nossa verdade de forma não-voluntária. Porém, o "eternamente", da frase de Saint Exupéry, é excessivo, já que todo karma pode ser eliminado com o tempo.

Os familiares e conhecidos das pessoas mortas no avião da TAM (os mais abatidos com a tragédia) deveriam ter uma visão mais ampla da vida, que não se finda com o corpo físico,mas continua no mundo astral. Somos todos imortais!

No entanto, as tragédias podem ser usadas para o bem e para o mal. Aquelas de 11 de setembro de 2001 foram usadas para o mal (retirada de direitos do povo norte-americano). No caracter chinez de 'crise' está embutido a 'oportunidade': é nessa hora que se deve tomar uma decisão inteligente, correta, para melhorar sua vida. Somente com doença muito graves, as pessoas costumam alterar os hábitos errados (patológicos) de vida, que levaram ao surgimento da doença.

Um grande abraço, Rui.
 
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