quinta-feira, outubro 25, 2007
O Acesso ao Mundo Invisível - 2
Fonte: Omraam Mikhaël Aïvanhov, Acerca do Invisível, Edições Prosveta, Lisboa, 1988.
De dia, quando o sol brilha, nós vemos todos os objetos à nossa volta com precisão: as suas formas, as suas cores, as suas dimensões, a distância a que se encontram... O sol reina sobre aquilo que é claro, límpido, e desta claridade provém o conhecimento exato das coisas.
De noite, pelo contrário, mesmo que haja luar, os objetos estão mergulhados numa espécie de penumbra onde parecem diferentes daquilo que são: o que é feio pode parecer belo, o que é belo pode parecer ameaçador. Nesta indefinição, nesta imprecisão, é impossível ter uma visão clara da realidade. Por outro lado, tem todas as possibilidades a imaginação, que é também uma forma de visão, mas uma visão que se situa para além do plano físico.
O sol é, portanto, o domínio do conhecimento claro, da razão; a lua é o domínio da imaginação, da mediunidade. Na realidade, a lua tem vários aspectos, mas, para facilitar as coisas, mencionaremos dois: uma região brumosa, onde residem as ilusões, os fantasmas, as aberrações, a loucura, e uma região clara, que é a imaginação poética, a verdadeira inspiração. Muitos artistas apreciam a região crepuscular da lua, orgulham-se de transmitir nas suas criações um elemento de irrealidade: o sonho, o insólito, o fantástico. Mas este universo do vago e da imprecisão em que eles se refugiam é muito perigoso e muitos deles acabam por se tornar alcoólicos ou loucos, ou até por se suicidar, morrendo cedo.
Na medida em que vivem e trabalham num plano superior ao plano físico, o plano astral, pode dizer-se que os artistas são videntes e, claro, isto é um progresso, mas só na condição de eles não estagnarem nas suas regiões inferiores; essas regiões devem ser apenas lugares de passagem; é preciso atravessá-las para ir mais alto e receber a influência do sol. Infelizmente, muitos artistas não são capazes disso ou, se o são, não fazem nenhum esforço nesse sentido: os seus escritos, os seus quadros, as suas músicas, são expressões do plano astral inferior, a face obscura da luz. Apesar disso, eles imaginam que põem tesouros à disposição dos humanos. De forma nenhuma! Eles influenciam-nos muito mal, pois não são verdadeiramente esclarecidos. Possuem dons, talentos, é certo, mas interiormente não possuem os elementos do sol, os únicos susceptíveis de conduzir os seres através das regiões onde encontrarão a certeza, a paz, a luz.
Claro que, de certa forma, não se pode escapar a essas regiões do plano astral, pois elas existem também em nós. Existem fora de nós, mas existem igualmente em nós. Há o dia e há a noite, há o sol e há a lua. Não se pode suprimir nem a noite, nem a lua, mas é preferível não nos expormos em demasia à sua influência. Há que estudar a lua, mas é preferível desconfiar daquilo que ela representa em nós em termos de filosofia, de concepção e de percepção das coisas.
Procurai, pois, não vos prender às formas de arte que vos mantêm num mundo crepuscular, pois elas não vos ajudarão a ver claro, não vos tornarão melhores e impedir-vos-ão de evoluir. Claro, não se pode negar que esse mundo está cheio de seduções; mas aqueles que se deixam reter nele não podem ir mais longe, ficam impedidos de evoluir. É esse o sentido simbólico da passagem da Odisseia, em que Homero conta como Ulisses, quando navegava ao largo da Ilha das Sereias, mandou tapar com cera os ouvidos dos seus companheiros, para eles não se deixarem seduzir por aquelas mulheres de voz melodiosa que os afastavam do seu caminho para os devorar. As Sereias são um dos numerosos símbolos das entidades do plano astral. Quantos artistas se tornaram presas das Sereias!
Como Ulisses, um verdadeiro instrutor que conhece a realidade das coisas procura precaver os seus discípulos contra as armadilhas do plano astral e arrastá-los para longe, para cima, para que descubram as únicas realidades que vale a pena serem descobertas: os esplendores do mundo divino, Tiphéret, a região do sol, onde tudo se torna límpido e luminoso.
De noite, pelo contrário, mesmo que haja luar, os objetos estão mergulhados numa espécie de penumbra onde parecem diferentes daquilo que são: o que é feio pode parecer belo, o que é belo pode parecer ameaçador. Nesta indefinição, nesta imprecisão, é impossível ter uma visão clara da realidade. Por outro lado, tem todas as possibilidades a imaginação, que é também uma forma de visão, mas uma visão que se situa para além do plano físico.
O sol é, portanto, o domínio do conhecimento claro, da razão; a lua é o domínio da imaginação, da mediunidade. Na realidade, a lua tem vários aspectos, mas, para facilitar as coisas, mencionaremos dois: uma região brumosa, onde residem as ilusões, os fantasmas, as aberrações, a loucura, e uma região clara, que é a imaginação poética, a verdadeira inspiração. Muitos artistas apreciam a região crepuscular da lua, orgulham-se de transmitir nas suas criações um elemento de irrealidade: o sonho, o insólito, o fantástico. Mas este universo do vago e da imprecisão em que eles se refugiam é muito perigoso e muitos deles acabam por se tornar alcoólicos ou loucos, ou até por se suicidar, morrendo cedo.
Na medida em que vivem e trabalham num plano superior ao plano físico, o plano astral, pode dizer-se que os artistas são videntes e, claro, isto é um progresso, mas só na condição de eles não estagnarem nas suas regiões inferiores; essas regiões devem ser apenas lugares de passagem; é preciso atravessá-las para ir mais alto e receber a influência do sol. Infelizmente, muitos artistas não são capazes disso ou, se o são, não fazem nenhum esforço nesse sentido: os seus escritos, os seus quadros, as suas músicas, são expressões do plano astral inferior, a face obscura da luz. Apesar disso, eles imaginam que põem tesouros à disposição dos humanos. De forma nenhuma! Eles influenciam-nos muito mal, pois não são verdadeiramente esclarecidos. Possuem dons, talentos, é certo, mas interiormente não possuem os elementos do sol, os únicos susceptíveis de conduzir os seres através das regiões onde encontrarão a certeza, a paz, a luz.
Claro que, de certa forma, não se pode escapar a essas regiões do plano astral, pois elas existem também em nós. Existem fora de nós, mas existem igualmente em nós. Há o dia e há a noite, há o sol e há a lua. Não se pode suprimir nem a noite, nem a lua, mas é preferível não nos expormos em demasia à sua influência. Há que estudar a lua, mas é preferível desconfiar daquilo que ela representa em nós em termos de filosofia, de concepção e de percepção das coisas.
Procurai, pois, não vos prender às formas de arte que vos mantêm num mundo crepuscular, pois elas não vos ajudarão a ver claro, não vos tornarão melhores e impedir-vos-ão de evoluir. Claro, não se pode negar que esse mundo está cheio de seduções; mas aqueles que se deixam reter nele não podem ir mais longe, ficam impedidos de evoluir. É esse o sentido simbólico da passagem da Odisseia, em que Homero conta como Ulisses, quando navegava ao largo da Ilha das Sereias, mandou tapar com cera os ouvidos dos seus companheiros, para eles não se deixarem seduzir por aquelas mulheres de voz melodiosa que os afastavam do seu caminho para os devorar. As Sereias são um dos numerosos símbolos das entidades do plano astral. Quantos artistas se tornaram presas das Sereias!
Como Ulisses, um verdadeiro instrutor que conhece a realidade das coisas procura precaver os seus discípulos contra as armadilhas do plano astral e arrastá-los para longe, para cima, para que descubram as únicas realidades que vale a pena serem descobertas: os esplendores do mundo divino, Tiphéret, a região do sol, onde tudo se torna límpido e luminoso.
Marcadores: astral