domingo, fevereiro 17, 2008
Sobre a Vida - 6
“Agora”, continuou, “vamos relembrar uma outra de vossas encarnações — uma que vivestes no Egito”.
Elevamo-nos do solo e rapidamente nos movemos para a frente. Tive perfeita consciência do Mediterrâneo, quando passamos por sobre suas belas águas. Fomos em direção a Karnak e Luxor, e então entramos novamente em contato com a Terra.
“Observai cuidadosamente”, disse Ele. “Este registro é de um templo muito antigo de Luxor — que não está entre aqueles cujas ruínas os arqueólogos estão explorando hoje em dia, mas é anterior a qualquer um dos que até agora foram descobertos. Se eles soubessem onde procurar, encontrariam templos magníficos em estado de quase perfeita conservação.
Tendo ele indicado um certo lugar cheio de ruínas, que é tudo o que os viajantes podem ver atualmente, foi o cenário ocupado por uma atividade no éter, tal como fora originalmente em toda sua beleza e esplendor, muito mais magnificiente do que qualquer coisa que a presente geração possa conceber.
Os jardins e os lagos eram cercados de grandes pilares de mármore branco e granito rosa. Todo o local se tornou vivo, real, vibrante — e tão tangível como qualquer cidade material de hoje, na Terra. Era tão perfeitamente natural e normal, que perguntei de que modo fazia tão vívidas estas experiências.
“O homem e suas criações”, respondeu, “do mesmo modo que a Natureza, têm uma contra-parte etérica — um modelo — que se imprime para todo o sempre na atmosfera que o rodeia, onde quer que vá. O modelo da atividade individual e experiência da vida está dentro de sua própria aura, todo o tempo. Um registro similar existe na aura de todo lugar. Um Mestre Ascensionado pode, se quiser, reavivar ou revestir de atividades anteriores o registro de um indivíduo, esteja este onde estiver, porque o modelo sobre o qual o Mestre aglutina a estrutura atômica, está sempre na aura desse indivíduo. Quando o Mestre reconstitui o registro de uma localidade, deve fazê-lo precisamente no próprio local, porque tal registro, ao ser reanimado, volta a ter a mesma forma vivente e estrutura que tinha, quando construido preliminarmente em substância física.
Desse modo, é possível aglutinar novamente a estrutura material de edifícios inteiros e suas adjacências, se o Mestre Ascensionado assim o deseja, para alcançar algum justo propósito. Quando alguém chega a atingir esse Domínio dado por Deus, pode reconstituir e reanimar qualquer Arquivo Etérico que deseje tornar visível, para instrução e benefício de estudantes e outros.
Uma vez levado a efeito — tudo se torna real como a própria realidade — e os objetos reconstituídos podem ser fotografados, tocados e tornados materialmente tangíveis pelos sentidos físicos de quem quer que os esteja observando.
“Notai”! lembrou-me, estais experimentando essas atividades em vosso corpo mais sutil; elas, porém, não são menos reais por causa disso, uma vez que vosso corpo físico é apenas uma roupagem que vós, o Eu-Consciente, indivíduo pensante e experimentador, usais.
“É o mesmo que se vestísseis um pesado abrigo, na atmosfera fria do inverno, e apenas uma roupa leve num dia muito quente de verão. As experiências que tivésseis com a roupa leve, certamente não seriam menos reais do que as que vivêsseis em vossas roupas pesadas. Chamo vossa atenção para isso, a fim de que possais compreender as mais elevadas e menos limitadas atividades da Vida”.
Examinamos o solo, os arredores, a arquitetura.
“Vamos, entremos”, disse e enquanto falava adiantou-se e atravessou a entrada principal, penetrando no próprio templo. Tornamo-nos, então, atores vivos e ao mesmo tempo, observadores da seguinte experiência: Entramos na parte principal do templo e prosseguimos em direção ao Santuário Interior. O Grão-
“Este sacerdote dos dias antigos”, explicou, “é agora vosso filho”. Um sacerdote de ordem inferior apareceu e imediatamente senti conhecê-lo. Saint Germain observou:
“O sacerdote assistente éreis vós”.
Penetramos no Santuário Interior e vimos a virgem vestal guardando o Fogo Sagrado. Ela, para quem eu olhava agora, era Lótus, meu amado Raio Gêmeo, que encontrei e com quem me casei há alguns anos, e que é agora a mãe de nosso filho.
Mudou a cena e vimos um príncipe visitante, de uma província afastada, planejar raptar a virgem vestal. Tudo parecia correr-lhe bem, até que ao Grão-
Mantendo guarda enquanto entravam os escravos do príncipe, vigiou-os quando se aproximavam do Santuário. Tendo eles chegado mais perto, o sacerdote adiantou-se e pronunciou apenas uma palavra que significava:
“Parai”!
Um dos escravos, mais audacioso que os outros, avançou. O Grão-
Um jato de Chama projetou-se como um raio e o escravo caiu sem vida. O príncipe, que observava, avançou preso de raiva insana.
“Pare”! ordenou de novo o sacerdote com voz trovejante. O príncipe hesitou por um momento, aturdido pelo próprio poder da palavra, e o sacerdote continuou:
“Ouvi-me! Não profanareis a maior das Dádivas de Deus ao Templo da Vida. Retirai-vos antes que tenhais o mesmo fim de vosso muito imprudente e mal dirigido escravo”!
O Grão-
A vontade do príncipe era, também, poderosa. Como, porém, não tinha domínio sobre si mesmo, uma outra onda de cega raiva o açoitou; colocando-se de novo como antagonista e dando completa expansão à luxúria, investiu.
O sacerdote, rápido como um raio, levantou a mão. A Chama rutilou uma segunda vez e o príncipe seguiu o destino do seu primeiro escravo.
Saint Germain voltou-se para mim e explicou a ocorrência mais detalhadamente.
“Estais vendo”, começou, “este é o modo pelo qual a boa ou má qualidade, que existe no interior de toda força, reage sobre quem a emite. O príncipe e seu escravo vieram com as propriedades de ódio, egoísmo e depravação impregnando seus sentimentos e, quando o sacerdote projetou sobre eles a força de que era senhor, ela empregou esses atributos no momento em que tocou suas auras. Ele devolveu-lhes tão somente seus próprios sentimentos, e o egoísmo voltou-se sobre eles mesmos. O sacerdote, no esforço altruístico de proteger a outrem, foi também protegido”.
Encerrado este incidente, a cena de esplendor desvaneceu-se e nós nos encontramos de novo entre as ruínas do templo. Saint Germain fez-me outras revelações, que não podem ser aqui relatadas.
“Há um único meio”, prosseguiu, “de evitar a roda cósmica de causa e efeito — a necessidade da reencarnação — e isto é obtido através do esforço consciente para compreender a Lei da Vida. Deve-se procurar ardentemente o Deus Interno, estabelecer contato permanente e consciente com esse ”Eu Interior” e mantê-lo firmemente, sejam quais forem as condições que se apresentem na vida exterior. Terei o prazer e o privilégio de vos mostrar algo mais, mas só pela instrução que vos trará e a outrem. Vinde! Devemos voltar agora”.
Ao nos aproximarmos do meu corpo, ele instruiu novamente:
“Observai desaparecer o Círculo de Chama Branca”! Olhei.
O Círculo desapareceu. Um momento depois, eu estava de volta, em meu corpo. O Sol declinava, e eu sabia que seria quase meia-noite quando chegássemos em casa.
“Ponde o braço em meu ombro”, disse Saint Germain, “e fechai os olhos”. Senti meu corpo levantar-se do solo, mas não tive consciência de me mover para a frente. Imediatamente meus pés tocaram o chão e abrindo os olhos encontrei-me no chalé. Saint Germain divertiu-se bastante quando lhe perguntei como nos fora possível voltar de tal maneira, sem atrair a atenção das pessoas que nos rodeavam. Respondeu:
Muitas vezes, nos rodeamos de um manto de invisibilidade, quando nos movemos entre as pessoas que atuam no plano físico “. E desapareceu.
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