segunda-feira, dezembro 29, 2008

 

O Sentido da Vida


O sentido da vida


A vida acompanha padrões ordenados, de acordo com um plano? Há um plano inteligente e intencionalmente posto em marcha que se expressa como o cosmos? Há uma ordem imanente por trás da aparente desordem? Ou será que tudo acontece ao acaso, e nós somos produto da lei matemática das probabilidades?

A mente humana não sabe responder a estas questões com plena certeza do que fala, e se pergunta a respeito do sentido da vida há milênios, busca essa que resultou em inúmeros avanços filosóficos assim como também em depressões profundas e cinismos cruéis.

Contudo, quando se olha o céu e, mesmo quando não se sabe nada de astrologia, se sente uma emoção sublime ao contemplar a beleza de sua coreografia, e intimamente o coração reconhece participar dessa grandeza, essa é uma experiência que atualiza a marca da ordem, da existência de um plano inefável que permeia toda a criação.

Nós não sabemos qual é esse plano, nossa mente não comporta tal grandeza, mas é capaz de participar dela. O objetivo deste artigo não é desvendar o grande plano cósmico, mas sim a forma com que nós decidimos o sentido de nossas pequenas vidas perante essa vida grandiosa, colossal, que é o cosmos.

Você percebeu a sutileza da afirmação anterior? Eu afirmei: DECIDIR a forma com que damos sentido a nossas pequenas existências perante a vida colossal, que é o cosmos.

Pois é, nessa sutileza se entremeiam todos nossos problemas, e também as soluções. Aprendemos a dar sentido a nossas vidas de acordo com as experiências passadas, e isso é divulgado amplamente nos meios de comunicação como uma ideologia. Damos por sabido que o tempo é um rio que nos empurra do passado ao futuro, e que o futuro só poderia resultar do que nos aconteceu no passado. É só prestar atenção aos filmes produzidos em Hollywood, quando o rapaz e a mocinha começam a contar um ao outro as experiências da infância, pode confirmar que a cena seguinte será o namoro. Isso, que poderia ser banal, denuncia uma ideologia que estrutura os relacionamentos sociais, e que define o sentido da vida, já que ela, a vida, só faz sentido, culturalmente, de acordo com as experiências passadas, como se tudo que fôssemos, ou tudo que conseguíssemos realizar, fosse meramente produto do que nos aconteceu no passado.

Contudo, essa não é a única maneira de dar um sentido à vida e, me perdoem, tampouco é a melhor, pois essa visão nos amarra a um passado que, de fato, é apenas uma construção da memória, e não uma realidade consumada. Abominamos o determinismo, mas trabalhamos mentalmente com essa hipótese o tempo inteiro, a de que o passado não pode ser mudado, e a de que as experiências passadas moldam, irrevogavelmente, tudo que nos acontecerá depois.

Porém, contrapondo-se a essa ideologia, e negando-a, se pode tranquilamente experimentar a ruptura com os vínculos do passado, e outorgar sentido à vida guiando-se pelas esperanças. Nesse sentido, e por isso ser absolutamente possível, não apenas as mesmas experiências da infância resultam em destinos diversos, de assassinos e santos, como também as pessoas que se encontram, em vez de ter como única possibilidade a união pelo reconhecimento de semelhanças nas experiências passadas, têm também a oportunidade de criar laços em torno das esperanças e ideais que pretendem realizar no futuro. Isso outorga sentido à vida através do futuro, e não do passado.

Pode parecer banal esta afirmação, mas ao mesmo tempo, dar sentido à vida apoiando-se no passado, faz com que as pessoas não mudem com a velocidade necessária, e, também, se vejam em crise de relacionamento constantemente, já que a vida lhes exige mudanças, mas como elas observam seus relacionamentos sempre do ponto de vista passado, sofrem por não cortar os vínculos com esse na velocidade com que oportunidades futuras surgem.

A afirmação misteriosa deste artigo é: Há coisas que acontecem por causa do que virá a ocorrer depois, no futuro. Memórias do futuro produzindo acontecimentos atuais. Encontros que só farão sentido quando, no futuro, outras coisas ocorrerem.

O tempo não é apenas um rio que nos empurra do passado em direção ao futuro, esse mesmo tempo também é o mesmo rio, só que seu fluxo provém do futuro e se dirige ao passado, reinventando-o.

Você decide a maneira com que se relacionará com ele, e a sua decisão resultará no sentido de sua vida. Tudo é uma decisão. Dar sentido à vida pelo passado é uma decisão, e dá-lo pelo futuro ainda irrealizado também é uma decisão.

O que você vai decidir hoje?

Fonte: Oscar Quiroga http://www.astrologiareal.com.br/(ovictgnqwrsyqb55irsyr345)/artigos/index.aspx?id=22&Dia=3&Mes=5&Ano=2005

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