domingo, julho 24, 2011
Oscar Quiroga - 1342
O MANTO DA NORMALIDADE
Definitivamente, a existência humana não deve ser reduzida a uma época de férias, com poucas tarefas. Que idéia pervertida seria essa, de um reino inteiro da natureza dedicado a fazer nada? E no entanto, a maior parte do tempo a mentalidade humana se dedica a livrar-se das tarefas, imaginando-as como castigos. Essa margem de manobra que chamamos de livre arbítrio inventou essa folga: nascer, explorar ao máximo os recursos do planeta e da civilização dando o mínimo em troca, estendendo ao máximo a apatia que faz com que esqueçamos quaisquer vestígios de obrigações e deveres. Desse jeito fica cada vez mais difícil responder às perguntas básicas da filosofia: De onde viemos? Para que somos? O manto da normalidade preserva e perpetua o projeto de existir com o mero intuito de descansar e consumir.
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