terça-feira, janeiro 31, 2012
Epicteto - 27
O caráter é mais importante que a reputação
A preocupação e o temor são uma perda de tempo e não dão um bom exemplo para os outros. Isso é especialmente verdadeiro no que diz respeito à sua reputação e à influência que você exerce sobre os outros. Por que viver temendo coisas do tipo: "Será que conseguirei obter reconhecimento em minha profissão e da comunidade?" Ou então: "Será que terei as oportunidades e prerrogativas que os outros têm?"
Não se incomode com inquietações como: "As pessoas não pensam bem de mim, não sou ninguém". Ainda que sua reputação merecesse preocupação, você não é responsável pelo que os outros pensam de você. Que diferença faz para seu caráter ou bem-estar se você ocupa uma posição de poder ou é convidado para festas elegantes? Nenhuma. Então, qual seria a desonra de não ser um mediador de poder ou uma celebridade? E por que se preocupar com o fato de não ser ninguém, quando o que interessa é ser alguém nas áreas da vida sobre as quais você tem conrtrole e nas quais pode provocar uma diferença real?
"Mas sem poder e reputação não serei capaz de ajudar meus amigos", seria um possível argumento seu. É verdade que você não lhes dará acesso ao dinheiro ou ao poder. Mas quem realmente espera que tal ajuda deva vir de você e não de outras pessoas? Como se pode esperar que alguém dê uma coisa da qual não dispõe? "Ainda assim, seria fantástico ter dinheiro e poder e ser capaz de partilhá-lo com meus amigos". Se posso me tornar rico e poderoso preservando minha própria honra, a fidelidade à família e aos amigos, meus princípios e o auto-respeito, mostre-me como e o farei. Mas se tenho de sacrificar minha integridade pessoal, é estúpido e tolo me instigar a fazê-lo. Além disso, se você tiver de escolher entre ter uma certa quantia em dinheiro e ter um amigo digno e leal, o que você escolheria? É melhor você me ajudar a ser uma boa pessoa do que me estimular a fazer coisas que ameaçam meu bom caráter.
"Bem, e quanto às obrigações para com meus pais?" Se você estiver falando de grandes doações de caridade ou da construção de prédios suntuosos, será que essa é realmente a questão? Um metalúrgico não faz sapatos e um sapateiro não faz armas. Já é suficiente quando cada um faz bem aquilo que deve fazer. "E se outra pessoa fizesse a mesma coisa que eu?" Está bem. Isso não diminui nem um pouco o valor de sua contribuição. "Mas e minha posição na sociedade?", você pergunta. Qualquer posição que você ocupar preservando a honra e a fidelidade para com suas obrigações é boa. Mas se você permitiu que o desejo de contribuir com a sociedade comprometesse sua responsabilidade moral, como poderá servir as pessoas de sua comunidade tendo se tornado irresponsável e desavergonhado?
É melhor ser uma boa pessoa e cumprir com o dever do que ter renome e poder.
Não se incomode com inquietações como: "As pessoas não pensam bem de mim, não sou ninguém". Ainda que sua reputação merecesse preocupação, você não é responsável pelo que os outros pensam de você. Que diferença faz para seu caráter ou bem-estar se você ocupa uma posição de poder ou é convidado para festas elegantes? Nenhuma. Então, qual seria a desonra de não ser um mediador de poder ou uma celebridade? E por que se preocupar com o fato de não ser ninguém, quando o que interessa é ser alguém nas áreas da vida sobre as quais você tem conrtrole e nas quais pode provocar uma diferença real?
"Mas sem poder e reputação não serei capaz de ajudar meus amigos", seria um possível argumento seu. É verdade que você não lhes dará acesso ao dinheiro ou ao poder. Mas quem realmente espera que tal ajuda deva vir de você e não de outras pessoas? Como se pode esperar que alguém dê uma coisa da qual não dispõe? "Ainda assim, seria fantástico ter dinheiro e poder e ser capaz de partilhá-lo com meus amigos". Se posso me tornar rico e poderoso preservando minha própria honra, a fidelidade à família e aos amigos, meus princípios e o auto-respeito, mostre-me como e o farei. Mas se tenho de sacrificar minha integridade pessoal, é estúpido e tolo me instigar a fazê-lo. Além disso, se você tiver de escolher entre ter uma certa quantia em dinheiro e ter um amigo digno e leal, o que você escolheria? É melhor você me ajudar a ser uma boa pessoa do que me estimular a fazer coisas que ameaçam meu bom caráter.
"Bem, e quanto às obrigações para com meus pais?" Se você estiver falando de grandes doações de caridade ou da construção de prédios suntuosos, será que essa é realmente a questão? Um metalúrgico não faz sapatos e um sapateiro não faz armas. Já é suficiente quando cada um faz bem aquilo que deve fazer. "E se outra pessoa fizesse a mesma coisa que eu?" Está bem. Isso não diminui nem um pouco o valor de sua contribuição. "Mas e minha posição na sociedade?", você pergunta. Qualquer posição que você ocupar preservando a honra e a fidelidade para com suas obrigações é boa. Mas se você permitiu que o desejo de contribuir com a sociedade comprometesse sua responsabilidade moral, como poderá servir as pessoas de sua comunidade tendo se tornado irresponsável e desavergonhado?
É melhor ser uma boa pessoa e cumprir com o dever do que ter renome e poder.
Fonte: Sharon Lebell, O Pequeno Livro da Vida, Editora Best Seller, 1994 (do original em inglês). ISBN 85-7123-482-5.
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