quarta-feira, maio 30, 2012
Oscar Quiroga - 1622
As máscaras que caem
Grande parte de nossa humanidade já transformou o silencioso desespero, que normalmente seria seu estado mais íntimo de ânimo, numa ira incontida. Nossa humanidade percebe sua própria decepção com o mundo no qual depositou sua fé e esperança e tenta se convencer de que a ira destrutiva a salvaria, mas está com raiva dela mesma por ter confiado num mundo que nunca teve base sólida para se sustentar, foi sempre uma mentira muito bem elaborada. Não se poderia imaginar que um mundo no qual a prosperidade dependesse do endividamento teria como se sustentar para sempre, um dia a máscara cairia e revelaria por trás dessa uma mesquinharia tamanha que nem o mais genial dos escritores de contos de terror teria conseguido figurar. Por que deveríamos gastar ira com o que é melhor ver pelas costas?
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