quarta-feira, agosto 22, 2012

 

Oscar Quiroga - 1703

O ser que somos


Nossa humanidade encontra sentido na doutrina da reencarnação, mas acaba se decepcionando com essa ideação, pois não consegue atualizar a memória de seus outros personagens; quando foi poderosa, miserável, homem, mulher, do bem, do mal e tantos outros roteiros disponíveis no incrível supermercado existencial. Não há nada mais misericordioso do que o esquecimento, pois se tivéssemos de nos lembrar de existências anteriores não nos sobraria tempo para existir na atual. Além do quê, do ponto de vista cósmico, produzimos muito pouca coisa que mereça ser lembrada, a maior parte do tempo existimos numa periferia da consciência e não fazemos nada definido, participando de um limbo que limita o atrevimento para desvendar o mistério do ser que somos e que aguarda para iluminar-nos de dentro para fora.

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