domingo, outubro 14, 2012

 

Oscar Quiroga - 1753

A lei


A aversão que nossa humanidade sente em relação à Lei tem conotações muito mais amplas e profundas do que se poderia pensar. Não afirmo isso para declarar que nossa humanidade inteira seja marginal e criminosa, mas no sentido de que a Lei pesa sobre sua consciência a fazendo imaginar constantemente que essa seja mera limitação de sua liberdade. Contudo, a Lei pressupõe uma Ordem Maior que protege e incentiva a liberdade, promovendo-a para o maior número possível de pessoas, em detrimento dos caprichos particulares que ameaçariam o bem comum. A revolta de nossa humanidade contra a Lei é puramente egoísta, sendo a medida desse egoísmo a que distingue os criminosos dos de postura adolescente, sendo todos, porém, egoístas. Só quando a ideia do bem comum cria raízes, o humano passa a brandir a Lei com dignidade.

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