quinta-feira, fevereiro 21, 2013

 

Oscar Quiroga - 1874

Os simuladores do talento


De tanto simular talentos nossa humanidade chegou a ponto de se convencer de que a simulação seria equivalente ao desempenho do talento, de que a feiura produzida pela indolência poderia ser equiparada à beleza de um resultado produzido com empenho. Não pense você que o talento seja inato e por isso as pessoas não tenham o que fazer se não nascem providas. Esse é um equívoco que, pelas vias tortuosas da mente, vai parar no estacionamento ideológico que ainda tenta nos convencer de que há raças superiores a outras, umas escolhidas pelos deuses e outras destinadas a servir. Os talentos estão disponíveis a todas as pessoas, mas cada uma precisa se empenhar para desenvolvê-los, nunca se dispondo a substituí-los com mera simulação, passando seus dias fingindo que faz e se convencendo de que o fingimento é tudo que a Vida é.

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