terça-feira, abril 09, 2013
Oscar Quiroga - 1919
O único crime
O afã de sermos brilhantes, belos, inteligentes e radiantes de
charme é a ponta do iceberg de uma certeza intuitiva que reconhece
sermos maiores do que normalmente somos. Porém, como esse afã se mistura
com a equivocada ideia de que o brilho próprio deveria ofuscar o
alheio, logo um anseio virtuoso se transforma no viciado desejo de
supremacia e o sinistro comportamento de sentir-nos ameaçados por tudo
que for diferente de nós. Até o dia em que nossa humanidade aprender a
conviver com as diferenças num esquema de absoluta tolerância
continuaremos todos a amargar insegurança, ódio e toda uma série de
maldades nas quais nos refestelamos, mas que inevitavelmente se voltam
contra nós mesmos. Todos os crimes poderiam ser sintetizados num só, o
ato de ofender alguém com plena intenção, esse comportamento precisa ser
erradicado.
Marcadores: Quiroga