sábado, abril 20, 2013
Oscar Quiroga - 1930
Uma teoria antipática
De vez em quando nossas mentes nos atordoam com teorias
antipáticas, mas que nos chamam a atenção. Dentre essas há uma
reincidente, a de que o aspecto imutável e inexorável do destino seria
tão implacável e avassalador que nada poderíamos fazer para mudar as
coisas. Diante disso se extingue a doutrina que nos é simpática, a de
que mediante o livre-arbítrio poderíamos mudar o que desejássemos, tanto
quanto conquistar o que nossos anseios determinassem. Nos regozijamos
com essa perspectiva, porém, de novo, de vez em quando nossas mentes são
tomadas por formulações antipáticas e raciocinamos que não haveria
necessidade de lutar, já que tudo estaria escrito. Aí mora a ponta do
iceberg da complexidade, pois, que escrita seria essa que nos permite
duvidar?
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