segunda-feira, abril 22, 2013
Oscar Quiroga - 1932
O humano sem qualidades
Apesar de toda nossa humanidade acalentar o desejo de ser única,
original, brilhante, bela e inteligente, objetivos para os quais
precisaria de qualificações, no dia a dia se envolve com trivialidades
para as quais não precisa de nenhuma qualidade que se sobressaia.
Surpreendentemente, nossa época moderna, que fornece a cada ser humano
meios de divulgar a si mesmo, a "des-qualidade" se transformou na
estrela do momento, a qual, amparada pela força numérica parece ter
destruído a orientação básica de que para se atingir a originalidade, o
brilho, a beleza e a inteligência é imprescindível cultivar qualidades
que se sobressaiam. Deve haver uma razão muito profunda para isso, uma
que paradoxalmente outorgue à trivialidade uma qualidade que a mais
elevada inteligência ainda não consegue decifrar.
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