domingo, maio 05, 2013
Oscar Quiroga - 1944
Eternidade, por que não?
Quando o medo de perder corpo e alma para a morte inunda a mente
humana, quando se atinge o instante em que saber que tudo termina
destrói a alegria, nesse momento a alma humana recua, cheia de tristeza e
desgosto. Assim, consciente de sua solitude e dor, violentamente
apequenada diante da própria miséria, desolada pela miséria que também
constata em seus semelhantes, nesse momento começa a buscar o Eterno, a
razão mais elevada do propósito, da origem e do fim. Estupefata pelas
constatações, sem perceber a alma ingressa num frenesi investigativo e
desenvolve a reflexão, o discernimento entre o transitório e o
permanente, fazendo isso em nome de se libertar desse imenso matadouro
que parece ser a existência. Ingressar na eternidade, por que não? Afinal, se somos capazes de pensá-la, é porque ela deseja ser pensada.
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