sexta-feira, maio 31, 2013

 

Oscar Quiroga - 1969

Um berro, porque ninguém é de ferro


De vez em quando um berro, nem que seja abafado por um travesseiro, porque, afinal, ninguém é de ferro e a existência civilizada nos oprime com injustiças, agregando-se a essas o enlouquecimento dos que supostamente nos deveriam proteger, mas que nos julgam com severidade e se esquecem dos sacrifícios que foram feitos. Há necessidade de alívio, tente encontrar o seu, mas tendo o cuidado de que sua legítima necessidade de alívio não produza problemas, que seja apenas alívio, porque ninguém é de ferro e porque até o ferro enferruja e se desintegra. Enquanto isso, preservar a confiança de o Universo ser uma rede interestelar de conexões amorosas que distribuem vida da melhor qualidade.

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