terça-feira, junho 25, 2013
Oscar Quiroga - 1992
A familiaridade
Paradoxalmente, a dimensão que nos é familiar e na qual todos
poderíamos nos confortar é aquela que através da educação familiar e
institucional aprendemos a tratar como estranha, perigosa e desafiadora.
Sim, aprendemos a tratar de forma familiar o que nos é próximo e
individual, as relações de parentesco, o espaço privado de nossos lares,
as nossas gavetas e armários, onde guardamos nossas coisas e,
finalmente, nossos corpos. Enquanto isso, observamos com estranheza o
espaço público, que é o que nossa humanidade tem em comum, superando em
extensão o individual. É um paradoxo, pois é nessa dimensão que temos em
comum que deveríamos nos confortar, tratando-a com todo o carinho
necessário para proteger e cuidar dos espaços públicos, que é onde,
afinal, passamos a maior parte do tempo.
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