quarta-feira, junho 26, 2013

 

Oscar Quiroga - 1993

Contenção


Nenhum outro ser visível dos reinos da natureza é capaz de conter seus impulsos, a não ser o humano. É uma opção muito dura, mas possível. Muito mais dura ainda neste momento, em que a insurgência da alma contra a opressão adquiriu seu momentum, porém, não é pela simples liberação da energia contida que o humano molda seu destino, mas também pelos momentos em que reconhece a necessidade de se conter, de fazer concessões e de protelar sua revolta, dando a chance de algo acontecer além da mera destruição do que pareceriam ser os obstáculos. A partir de agora, e por um tempo, a contenção é mais propícia do que a manifestação irrestrita dos impulsos, a despeito desses parecerem indômitos. Não seríamos humanos se construíssemos nossos destinos só na base dos impulsos.

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