quarta-feira, abril 09, 2014
Oscar Quiroga - 2256
Eu
Essa entidade sempre inflamada e cheia de si que te autoriza a falar
de ti em primeira pessoa, o Eu, existe para que te integres
conscientemente ao Universo em que te movimentas e experimentas ser.
Essa palavra Eu te autoriza a que faças essa integração como uma viagem
individual, original e única. Todos os Eus, porém, têm a mesma
autorização, e aqui começa a complexidade. Se todos os Eus têm o mesmo
direito, então não há tanta originalidade em fazer essa viagem
individualmente, nem tampouco razão de cada Eu ser tão inflamado e cheio
de si, afinal, todos os Eus participam da mesma presunção, tornando-a
ordinária. De onde resulta que a verdadeira originalidade não consiste
em cada Eu se sentir o máximo, mas no momento em que individualmente
consegue se integrar ao Universo do qual retira essa sensação.
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