segunda-feira, setembro 08, 2014
Oscar Quiroga - 2401
Lua Cheia de Peixes
Nosso profundo sofrimento existencial é resultado de não saber
praticar a ciência que torna auspiciosa a convivência do sagrado e do
profano. Nosso profundo desconforto existencial deriva de nos sentirmos
obrigados moralmente a escolher entre o sagrado e o profano como se
apenas o sagrado fosse a manifestação do Divino e o profano lhe fosse um
corpo estranho, como se o Divino sofresse de câncer cósmico, tivesse em
seu colossal corpo de manifestação células que tentam aniquilá-lo. O
sagrado e o profano são manifestações do Divino, que é sagrado e Divino
quando é sagrado, e que é profano Divino quando é profano. Em nós,
microcosmos feitos a imagem e semelhança do Divino, convivem as duas
manifestações a despeito de todo o esforço que fizermos para determinar,
sempre por decreto, que isso seja diferente.
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