quarta-feira, março 25, 2015
Oscar Quiroga - 2590
Nossa importância
Não há a mínima perspectiva de as pessoas se entenderem e
entrarem em acordo, pois quando se apaixonam pela discórdia ficam cegas à
realidade em que todas estão em comunhão. É insuficiente dizer-lhes que
habitamos todos no mesmo planeta e respiramos o mesmo ar ou que o ardor
com que uns arvoram razões discordantes dos outros é absolutamente o
mesmo. É no discurso que todas desintegram a unidade e se apegam ao
diverso, pois cada uma delas sente com plena autoridade ser o centro do
Universo e que antes e depois delas nada existiu nem tampouco nada será.
Enquanto isso, o tempo, impassível, observa tudo sem preferir ninguém;
transformou em pó a Júlio César e aos desconhecidos anônimos que
conviveram com ele, ninguém se salva de, um dia, ter de aceitar que não
somos assim tão importantes quanto pensamos.
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