segunda-feira, dezembro 07, 2015

 

Oscar Quiroga - 2843

Ardor, veneno e antídoto

Em algum momento sentiste o ardor do teu coração brotando puro e indómito, irradiando-se ao mundo do centro do teu peito, preenchendo cada interstício das moléculas de todos teus corpos. Nesse momento sentiste a Vida de tua vida e pressentiste que tua presença no mundo estava destinada a ser maior do que aquilo que até então te ensinavam. Foste dormir e o ardor não brotou novamente no dia seguinte, se transformou em memória, o tempo foi passando e a rotina avassaladora enterrou até a memória. Sentes agora uma espécie de veneno que te corrói a existência, pois, o que outrora era ardor, por não ter se transformado na bússola que orienta teus passos é, agora, um veneno, um desprezo pela existência. Ainda é tempo de voltar ao ardor, o antídoto do veneno é a ressurreição dos teus sonhos.

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