terça-feira, novembro 29, 2016
Oscar Quiroga - 3188
A dinâmica da mediocridade
Alguém se senta à mesa numa roda de gente conhecida e,
eventualmente, nem tão conhecida assim e, a seguir, destila um discurso
para descrever suas contrariedades que, com certeza, provêm de certas
pessoas em particular. O fervor do discurso estimula os acompanhantes do
evento a também declararem suas contrariedades, o que resulta em falar
mal de outras pessoas e não das contrariedades em si, pois, todas elas,
imaginando ser donas de si, nesse evento são tomadas por algo que é
maior do que elas, algo que elas não dominam, algo que as domina, a
busca por entidades que assumam o lugar da culpa. Alguém tem de ter a
culpa! Só assim a alma humana, que se acostumou à mediocridade como meio
de vida, alivia o peso de contrariedades que, no fim, são de sua
exclusiva responsabilidade.
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