segunda-feira, março 09, 2020

 

Oscar Quiroga - 4320

 
A INTUIÇÃO


Nem tudo que chamas de intuição merece esse nome, e tu provarás a ti esta afirmação ao ver, na prática, que nem sempre o que pensas ser intuição te conduz a um resultado proveitoso.

A intuição é uma função nobre de tua mente e, por isso, merece que a trates com devido respeito, não a confundindo com tuas fantasias.


A intuição é um método refinado e sofisticado de percepção, acessível a todos os seres humanos, desde que, também, os humanos se refinem e aceitem a complexidade da experiência de vida, em vez de lutar contra ela ansiando por descanso e divertimento (é legítimo descansar, mas é viciado tornar isso o principal objetivo).


Quero te dizer com isso que a intuição, apesar de disponível, há de ser desenvolvida, porque não é suficiente nascer para que a intuição se conecte com tuas percepções normais.


É muito comum, por isso, que confundas intuição com a vontade de confirmar tuas suspeitas racionais e te convenceres de ter recebido uma iluminação que esclarece e confirma as suspeitas. Porém, como isso não seria intuição nenhuma, diminuirias o valor da intuição. 


Chamar de intuição tuas suspeitas racionais seria como chamar de meditação um mero exercício de concentração mental ou de relaxamento. Isso é algo comum no mundo atual, porém, as palavras são exatas e uma das questões essenciais para chegar à intuição é começar a chamar as experiências pelo seu verdadeiro nome, porque é para isso que as palavras existem.


Não chames de intuição tua vontade de confirmar suspeitas, porque enquanto a intuição te conecta à mente universal e te oferece conhecimento que não adquiririas pela trilha racional, ao mesmo tempo tua vontade de confirmar suspeitas, ou de teres a razão, não tem nada de intuitiva, é só teimosia racional mesmo.

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