segunda-feira, novembro 02, 2020
Oscar Quiroga - 4557
A CRIAÇÃO DOS MUNDOS
O reino mineral expressa a ordem ritualística do crescimento cristalino; o reino vegetal expressa, pela devoção à luz, a diversidade de cores, aromas e sabores; o reino animal expressa a inteligência instintiva; e o reino humano expressa a criatividade que, na sua melhor hipótese, inventará a harmonia através do conflito, ou na pior delas, estagnará no conflito interminável, sem criatividade alguma.
Como chegar à melhor das hipóteses?
No processo criativo pelo qual nossa humanidade inventa mundos e se desenvolve dentro desses e por esses, sempre há de haver um fundamento central, um princípio, um totem ao redor do qual os seres humanos se organizem e concordem.
Desprovidos desse princípio sobre o qual a criatividade humana se articula, a realidade se torna homogênea, entediante, relativizada a tal ponto que não resta perspectiva de entendimento entre as pessoas, apenas a expressão individual de opiniões que não precisam ser fundamentadas, apenas manifestas, porque quem tem boca pode falar, e se não puder falar fará gestos expressivos.
Assim vai se perdendo a grandeza de nossa humanidade, diluída em pontos de vista, estagnando em conflitos, em vez de inventar a harmonia criativa para a qual existe.
A liberdade de expressão é sagrada, sempre deve ser respeitada, porém, desprovida de princípios alimenta a desarticulação que despoja dela a capacidade de criar mundos.
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