terça-feira, dezembro 27, 2022

 

Quiroga - 5335


 A ALEGRIA É O ÚNICO ANTÍDOTO


Julgar, disciplinar, castigar, aplicar rigor a tudo e a todos, eis a prática da severidade humana para consigo mesma, a coluna vertebral de todas as distorções de nossa civilização, a verdadeira mãe do inconsciente, que tantas abominações tenta ocultar, para falhar sempre nessa intenção, porque a severidade é o equívoco básico de apreciação da realidade, o pecado original, a decisão de se desconectar da Vida e inventar um mundo aparte, um calabouço que não tem porta, nem para entrar nem para sair, mas que, mesmo assim, quem vive nele, vive porque se convence de que não há outra coisa, a não ser isso.

Ninguém está livre da severidade, infelizmente somos todos marcados a fogo por ela, porque a recebemos pela mão rigorosa daqueles que nos são familiares, e porque a transmitimos com a responsabilidade de quem pretende educar as novas gerações.

Mas é ela, a severidade, a crueldade injustificada de se posicionar diante da Vida para se defender dela, em vez de a navegar pelas suas correntes plenas de significado, intelectualmente lúcidos, emocionalmente vibrantes e corporalmente colossais.

O veneno que é letal para a severidade, é a alegria, porque ao Divino nos aproximamos flutuando em serena alegria.

O antídoto é a alegria serena da consciência, a entrega confiante aos mistérios da Vida, porque ela é a fonte de nós mesmos, e não um monstro que devamos temer.

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