quarta-feira, dezembro 28, 2022

 

Quiroga - 5336


 A DISTÂNCIA ENTRE O CÉU E A TERRA

Se nossa humanidade se interessasse tanto pela alegria quanto se importa com a severidade, pelo menos haveria equilíbrio em nossa civilização, mas a própria coluna vertebral do mundo é a severidade, a insistente percepção reduzida de que para conquistar a Graça Divina há de se mutilar a realidade, lhe extirpando, com quaisquer meios disponíveis, mas sempre rigorosos e punitivos, qualquer sinal de levitação graciosa, que é a própria manifestação do Divino. Vai entender nossa humanidade!

A severidade é um se preparar constantemente para se defender da própria Vida de nossas vidas, como se ela fosse um monstro, e não a fonte de todas as Graças, que a própria severidade renega para depois a desejar. Vai entender nossa humanidade!

Sim! A severidade é temer a vida e se preparar para o pior de forma constante, desconsiderando os sinais de beleza, graça, alegria, conexão, sempre disponíveis e acessíveis mediante a imparcialidade amorosa no julgamento.

Para se aproximar ao Divino a porta está aberta, mas não se pode obrigar ninguém a passar por ela (se obrigasse seria severo), porque o caminho de aproximação ao Divino não se pode forçar, há de ser empreendido por vocação, e é pela administração de nossos dilemas mais íntimos e verdadeiros que, em nosso coração, decidimos qual é a distância entre nossa insistente e severa desconexão, e a alegria gloriosa de se conectar ao Divino, a distância entre o céu e a terra.

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