Essa configuração estelar é bastante impertinente para as celebrações, a não ser que tenhas certa simpatia pelas fantásticas festas do inferno, mas se assim não for, é aconselhável que prefiras o silêncio, e não programes nem tampouco estrutures nada de importância vital durante a Lua Vazia, e que depois dela mantenhas sintonia fina com tua intuição a respeito das circunstâncias em que estejas agora, sustentando irradiação serena e atenta.
Põe tua vida nas mãos do Divino, porque mesmo que tua alma prefira se autointitular agnóstica, assim mesmo reconhece que faz parte de algo maior do que ela mesma, e é a isso que te sugiro entregar tua vida, porque a realidade é mais ampla do que nosso entendimento, e reduzir o Universo ao alcance do que entendemos é a marca da ignorância.
Tu tens muito para celebrar, e muita coisa, também, para te condoer, mas tua consciência continua sendo a porta que se abre entre essas duas condições, portanto, não escolhas, abraça tudo que te diga respeito, tua beleza e feiura, tua verdade e tua hipocrisia, tuas boas e más disposições a respeito de tudo e de todos, e mesmo que o final de ano seja apenas uma convenção fiscal, sem qualquer tipo de referência estelar, ainda assim te entrega à Vida de tua vida com confiança e alegria, para levitar no Universo, porque é essa, e não qualquer outra, a real realidade.
O pessimismo e o otimismo são figuras românticas, na melhor das hipóteses, ou fruto da ignorância, na pior delas. Vincula teu intelecto ao realismo, enxerga as coisas como elas são, belas e feias ao mesmo tempo, e considera que é essa a imagem que melhor transmite a sacralidade da Vida, que a tudo e todos compreende, a tudo e a todos sustenta.
Sê como a Vida de tua vida, aceita tudo como é para, sobre esse realismo, conduzir tuas pretensões da melhor maneira possível, isto é, a que promova auspícios para ti e para todas as pessoas com que te relacionas.
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# posted by Rui F. Souza @ 5:49 AM
