segunda-feira, outubro 23, 2023

 

Quiroga - 5610

 CIVILIZAÇÃO & BARBÁRIE

Agora pensa bem, inicia esta semana de trabalho fazendo um esforço para pensar bem, porque o estado de discórdia e desconfiança não ajuda ninguém, nem sequer a quem pensa estar com a razão e furiosamente quer enfiar goela abaixo do mundo um “pacifismo” raso e hipócrita.

As diferenças e discórdias só acontecem porque há entre nós todos muito em comum, porque se nada houvesse em comum, nos restaria a apatia e a indiferença.

Apesar das diferenças de credo, ambientais, socioeconômicas e psicológicas entre as pessoas, o que de mais importante temos todos em comum é a luta interior entre as forças que propugnam a civilização e as que se entregam por inércia à barbárie.

E essa luta é selvagem, mitologicamente violenta, não há a remota possibilidade de ser pacífica, porque uma vertente faz de nós seres egoístas, autocentrados e hipócritas mentirosos, e a outra nos transforma em presenças irradiadoras de facilidades e benefícios a todas as pessoas, e na fronteira desse contraste corre o sangue de nossa humanidade.

Enquanto servimos aos nossos semelhantes e diferentes, pela simples razão de percebermos que nossas existências particulares são interdependentes, e enquanto desenvolvemos a consciência grupal, e dia a dia nos esforçamos para que ela substitua a consciência autocentrada na individualidade, e ainda mais, enquanto praticamos todos os dias o sacramento da comunhão com o ser vivo e único, a Terra, em que vivemos e experimentamos ser, propugnamos assim a civilização.

Todo o resto que praticamos e que não seja pautado por essas vertentes, mas que, ao contrário, é egoísta e brutal em variadas intensidades, contribui a aumentar, dia a dia, a inércia da barbárie.

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