quinta-feira, novembro 23, 2023

 

Quiroga - 5641

A MORTE DAS TRADIÇÕES

Quaisquer tradições, independentemente de serem promulgadas em livros sagrados ou apresentadas como dignas por serem antigas, que ao serem reproduzidas em comportamentos e decisões te constrangerem e produzirem mal-estar íntimo, tu hás de saber (sem pudor nem temor) que não merecem ser respeitadas, porque não nasceste neste planeta belo, porém assustado, para sofrer, mas para evoluir compreendendo a interdependência de tudo e todos, e fazer florescer em ti a consciência grupal e o consequente estabelecimento de laços de cooperação.

Quaisquer tradições que não servirem a esse propósito merecem ser transgredidas, principalmente as que, munidas de argumentos ancestrais, promovam o separatismo e o confronto entre os diversos grupos humanos.

Vale a pena transgredir essas tradições decadentes mesmo que isso te custe atrair olhares severos e críticos, e todas as pedradas que receberás por nadar contra a corrente, por ser a alma que semeia, aqui e agora, as potencialidades de como a civilização funcionará no futuro.

É tolice continuar reproduzindo cegamente o que deu certo outrora, se agora só produz mal-estar, mas é o tipo de tolice que nossa humanidade repete sem cessar fingindo que está certa, de que está do lado vitorioso da história, e de que seu Deus particular é maior que os outros.

Você pode continuar repetindo o que deu certo outrora, mas provavelmente não colherá os mesmos frutos, porque o mundo mudou demais e você tampouco é a mesma pessoa que era no passado. Melhor mudar de estratégia. 

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