terça-feira, junho 25, 2024

 

Quiroga - 5856

 AMAR É...

Na melhor das hipóteses, a boa educação que nos é oferecida dentro de nossas famílias ou nas escolas, nos prepara para sermos cordiais, gentis e honestos no trato com as pessoas, mas apesar de essas formalidades serem positivas e contribuírem para a preservação da paz na sociedade, no âmago da boa educação serpenteia a construção e consolidação do egoísmo como uma atitude normal (há cientistas tontos que afirmam haver um gene do egoísmo) para que, ao longo da existência, nos apropriemos de tudo aquilo que considerarmos do nosso merecimento, ou ainda, que pela inveja que sintamos, queiramos também nos apropriar do que não seja de nosso merecimento.

E assim vamos pela vida afora e dentro navegando no egoísmo, somos os Egonautas, mas apesar da normalização do que, do ponto de vista do funcionamento universal é uma aberração, experimentamos também os momentos em que nosso egoísmo raiz é posto à prova, e isso acontece quando decidimos construir um relacionamento íntimo com alguém, porque, ou essa construção é feita entre pessoas egoístas que fazem uma espécie de pacto geopolítico para conviverem territorialmente, ou o egoísmo é descoberto como um grande obstáculo para a construção do relacionamento, que promove o impulso de crescermos além de nós mesmos, nos adentrando no terreno desconhecido do amor, que nos provoca todos os tipos de medo, porque ameaça a santidade de nosso autocentramento.

É possível conceituar o amor de diversas maneiras, porém, sempre haverá algo em comum em todas as formas de amar, e esse algo é, definitivamente, o impulso de transcender o egoísmo raiz, além de suportar com presença de espírito a balançada que isso provoca temporariamente.

Está certo, diante de tudo acontecendo de repente e ao mesmo tempo, a alma fica estarrecida e reage querendo dar conta de tudo. Porém, essa não é a melhor atitude, o melhor é dar pequenos passos. Pouca e boa ação.



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