sábado, julho 20, 2024

 

Quiroga - 5881

 A HUMANIZAÇÃO

O egoísmo é o anverso de nossa humanidade, é a desumanização brutal que, no verso promove a civilização, só que no caso de nosso reino essa virada de moeda não ocorre de forma automática, ou seja, não é porque nascemos humanos que nos humanizamos de forma natural e espontânea, ao contrário, se abandonados à inércia nos entregamos a todo tipo de abominações brutais, em pensamento, palavra e obra.

A humanização de nossa humanidade, que estabelece vínculos fraternos de respeito, cordialidade, honestidade, dignidade e solidariedade mútua, depende em grande parte de nos fartarmos do encanto que o egoísmo tem, o qual nos atrai a um regozijo que de forma inexorável se converte em sofrimento, e que, na melhor das hipóteses, mas sem garantia de isso acontecer, de tanto sofrer percebemos a vulnerabilidade que é desumanizar-se.

A humanização familiar, social e institucional só não acontece porque, apesar de sofrer horrores, nossa humanidade ainda se apega ao egoísmo como se fosse um salva-vidas, sem perceber que é uma âncora. 

O egoísmo é uma doença socialmente transmissível através do moralismo severo, da intolerância, da falta de respeito, da falta de cuidado entre nós e da pouca dignidade de nossos relacionamentos familiares.

A humanização é a promoção do cuidado que desenvolvemos em relação aos nossos semelhantes e diferentes, os protegendo dentro de nosso alcance.

A humanização é o princípio do respeito a sermos diferentes, sem que nossas diferenças sejam irreconciliáveis.

A humanização é a construção e preservação da dignidade de todas as pessoas.

Sua alma não será lembrada pelo que tiver sonhado, mas pelo que tiver se atrevido a fazer, sem importar que tenha falhado, mas pelo menos tentado. Fazer é o destino ineludível de todo ser humano nascido. Só isso.



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