terça-feira, agosto 13, 2024

 

Quiroga - 5895

 O JOGO DA CONSCIÊNCIA

A consciência é uma réplica do funcionamento completo do Cosmo, por isso mesmo é para nós ainda um mistério, porque queremos entender o que ela é como se a pudéssemos observar como se observa a um objeto separado de nós, quando só a podemos entender por dentro, e de uma maneira mediante a qual saiamos de nós mesmos, de nosso limitado entendimento para, de repente, compreender tudo ao mesmo tempo, ver tudo que acontece no infinito e infinitesimal ao mesmo tempo sem que nenhuma percepção atropele a outra.

A consciência é isso, o poder supremo de compreender todas as conexões que vinculam o infinito e o infinitesimal, e porque as compreendemos também adquirirmos a destreza de navegar por onde quisermos, na hora que quisermos, sob o efeito da vontade.

A nossa desgraça é o medo de perdermos de vista a ilha isolada de individualidade à qual nos agarramos como se fosse um salva-vidas enquanto nos amarra à ignorância.

Graças à consciência, todos os seres humanos somos, potencialmente, uma experiência cósmica completa, mas o jogo consiste em se aproximar à consciência pelo lado de dentro dela, e por própria e livre vontade, seja porque nos cansamos da ignorância e de sofrer limitações, seja porque respondemos a essa aspiração de conhecer o “algo maior” que pressentimos, sem saber definir esse pressentimento.

Acessar a consciência não é uma experiência que se desenvolve por si só, pelo mero efeito de nascermos humanos, nada disso, a consciência precisa ser aproximada porque assim o queremos e para isso nos esforçamos.

Pelo lado de dentro, encarnando a própria consciência.

O que seja necessário fazer, encare você com a maior das boas vontades possível, porque a necessidade é a verdadeira mãe do destino, enquanto os desejos pretendem sempre usurpar esse lugar de mãe do destino.



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