quarta-feira, maio 30, 2007

 

Boca e Saúde - 7


Mongolismo/Síndrome de Down: Uma Nova Abordagem


Conhecida desde a mais remota antiguidade, essa anomalia cromossômica chamada popularmente de mongolismo - em decorrência da semelhança que as pessoas com essa disfunção genética mostram aos olhos ocidentais com indivíduos da raça mongol do oriente - tem uma porcentagem de incidência de um para cada 700 a 800 nascituros. Isso a transforma, estatisticamente, em uma das grandes problemáticas da humanidade. Descrita em 1866 pelo médico inglês John Laugdon H. Down, o mongolismo ficou sendo conhecido desde então por Síndrome de Down, nome preferivelmente aceito pela comunidade médica mundial, pois afasta conotações raciais.

Embora até hoje a Síndrome de Down seja rotulada como um problema insanável, pesquisas recentes da Biocibernética Bucal parecem estar abrindo uma nova estrada, com resultados ainda não dimensionados em todo o seu alcance, para a terapia da referida anomalia.

Esta afirmação pode parecer espantosa. Afinal, desde 1959, quando cientistas franceses mostraram que os portadores da Síndrome de Down apresentam uma trissomia do cromossomo 21, esta anomalia recebeu a partir daí um novo nome "Trissomia 21" e vem sendo tratada como um problema exclusivamente genético.

Em cada célula humana, o indivíduo normal apresenta 46 cromossomos, sendo 23 do pai e 23 da mãe. O mongol, no momento da sua concepção ou nos instantes seguintes, recebe um cromossomo a mais de um dos pais por erro na distribuição do material genético. Esse cromossomo adicional pode ser adquirido por uma não disjunção (o que dá a trissomia simples), por translocação (quando é do tipo herdado) ou, ainda, por erro nas primeiras divisões celulares (que origina geralmente o mosaicismo).

Diante disso, a conclusão natural que se tem tirado é a de que a recuperação do portador de Síndrome de Down só seria possível com a intervenção direta no seu material genético, algo além das condições da medicina atual.

No livro fonte citado, o autor relata o caso grave de um menino com um quadro clínico bucal dramático: aos nove anos de idade, a sua boca tinha a dimensão de um garoto de dois anos. Hoje sabemos que este é um sintoma típico de todos os portadores de Síndrome de Down, sem exceção. Em outros casos, pode ocorrer situações de falhas dentárias, como alguns dentes permanecendo inclusos dentro da parte óssea dos maxilares, não podendo romper por falta absoluta de espaço.

A Biocibernética Bucal procura restabelecer o espaço bucal adequado, o que melhora o estado geral do paciente. Com isso melhora-se a sua capacidade respiratória, aliviando seus problemas de saúde e lhes dando mais vida e mais dinâmica. Mas foi observado também uma melhoria no quadro geral do retardamento mental característico destes pacientes, que apresentam dificuldades na alfabetização, na aprendizagem geral, na comunicação e capacidade de concentração.

A atrofia bucal costuma se agravar por causa do hábito do paciente portador dessa síndrome de empurrar a língua para dentro da boca. Os pais dessas crianças portadoras da Síndrome de Down, preocupados com a estética de seus filhos, costumam forçá-los a manter a boca fechada - querendo tirar deles o hábito "feio" de manter a língua de fora. Mas o que os pais não sabem é que isso agrava ainda mais a redução do exíguo vazio da boca.

No garoto citado acima, tão logo foi aumantada a dimensão bucal vertical, as dores de cabeça desapareceram. Depois de uma semana de tratamento ortopédico funcional, o seu quadro já era outro: sua vitalidade aumentou, acabou a coriza constante e a dor de barriga crônica. Em 45 dias o quadro de nervosismo crônico desapareceu, não rangia mais os dentes e acabaram-se os seus problemas brônquicos. Nos meses seguintes ocorreram mudanças rápidas em seu quadro mental. Não melhorava apenas a capacidade de concentração e comunicação, mas também a sua coordenação motora e sua capacidade geral de aprendizado e alfabetização. Os métodos clássicos de tratamento não apresentam estes resultados.

A sua boca é um espelho do seu soma, do seu corpo, da sua vida, da sua cultura. Observações têm mostrado que o portador de Síndrome de Down, na maioria dos casos, ao nascer não é débil mental na sua totalidade ou na expressão exata da palavra. Apresenta, apenas, algumas pequenas debilidades físicas e mentais, que vão se agravando com o seu crescimento. Classicamente se admite hoje que uma criança com Síndrome de Down tem tendência espontânea para a melhoria, porque o seu sistema nervoso central continua a amadurecer com o tempo; o problema é que este amadurecimento é mais lento que o observado nas crianças normais.

No caso específico da boca do paciente com mongolismo, o que ocorre é uma atraso no seu desenvolvimento. Enquanto todo o seu corpo cresce e se desenvolve, a boca - e dentro da boca, em particular, o seu maxilar superior - não se desenvolve. Cresce o corpo e a língua, menos seus maxilares. A grave perda de espaço bucal, que se agrava com a idade, provoca distúrbios respiratórios, gerando uma oxigenação deficiente também para o cérebro. Isso acarreta uma corrente contínua, pequena mas constante, de lesões cerebrais. Como muitas dessas lesões são irreversíveis, é óbvia a conclusão de que um paciente mongol tratado desde a tenra idade tem muito mais condições de atingir uma vida normal na idade adulta do que aqueles que iniciaram o tratamento já em idade mais avançada.

[continua]

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