quinta-feira, maio 24, 2007

 

Boca e Saúde - 1

Fonte: Newton Nogueira de Sá, A Cura pelos Dentes. Biocibernética Bucal: uma revolução na saúde, 3a Edição, Editora Ícone, 1990.

A boca humana possui quatro dimensões geométricas: altura, largura (lateralidade), profundidade e uma quarta dimensão que é o vazio (ôco), que é o espaço onde a língua trabalha. Se este espaço ôco for muito pequeno (devido à má formação genética), insuficiente para acomodar confortavelmente a língua, está será obrigada a deslocar-se parcialmente em direção à garganta. Isto irá acarretar uma certa obstrução na orofaringe (parte posterior da língua), perturbando a passagem desimpedida do ar das narinas para os pulmões. Esta perturbação no sistema respiratório irá também ter reflexo prejudicial no sistema circulatório do sangue (portanto, cardíaco) e no sistema digestivo. Todos os problemas fisiológicos (doenças, enfermidades, distúrbios e desconfortos orgânicos) estão relacionados com esses três sistemas do nosso corpo: respiratório, circulatório e digestivo. O conjunto de técnicas odontológicas que procuram ampliar o espaço bucal para minimizar ou, mesmo, curar todos esses problemas fisiológicos humanos é chamado de Biocibernética Bucal, área da ciência iniciada por dentistas-pesquisadores brasileiros.

A língua na boca funciona como uma verdadeira válvula de oxigenação, representando para o nosso sistema respiratório papel semelhante ao do coração no sistema circulatório. Portanto, o problema causado pelo espaço insuficiente para a língua na boca pode acarretar sérias conseqüências para todo o equilíbrio fisiológico do corpo humano, já que o ar é o elemento mais importante em termos de aporte energético para a manutenção da vida no nosso corpo (não podemos passar muitos minutos sem ele, caso contrário morremos). Portanto, uma quarta dimensão bucal atrofiada gera inevitavelmente uma quebra no equilíbrio biológico, com os seus efeitos atingindo os vários sistemas fisiológicos que lhe são associados. A compreensão correta deste conceito permite gerar uma nova abordagem para a bronquite asmática, a epilepsia, bem como entender a causa básica de toda sorte de moléstias de origem respiratória, circulatória e digestiva.

Bronquites: A Causa e a Cura está no Espaço Vazio da Boca

A bronquite crônica ou asmática não foi ainda debelada pelos tratamentos clássicos ortodoxos porque ela vem sendo tratada em seus efeitos colaterais e finais, e não em seus efeitos causais. Um dado fundamental: todo o paciente brônquico, sem exceção, sofre de uma perda muito grande de espaço bucal, isto é, todos eles têm sua quarta dimensão profundamente reduzida. Desta forma, nesses indivíduos a língua se vê gravemente comprimida em seu espaço funcional. Sem espaço fisiológico suficiente para se alojar, a língua é projetada para trás, tombando a epiglote sobre a laringe e comprimindo a glote. Assim, o canal de entrada e de saída do ar dos pulmões fica sempre muito bloqueado, como uma mangueira semi-obstruída por um poderoso garrote.

É aí que reside a origem, a causa e o tratamento correto de todas as formas de bronquites. Os brônquios pulmonares são como árvores que se iniciam na traquéia, vão até os pequenos bronquíolos que terminam nos alvéolos. É ali que se processa a troca de oxigênio com gás carbônico da corrente sangüínea, via células do sangue chamadas de hemácias.

A bronquite - que pode ser aguda ou crônica - é uma irritação ou inflamação dos bronquíolos. As bronquites agudas são geralmente benignas e de curta duração, não apresentando maiores complicações. Já as bronquites crônicas apresentam maiores perigos e são, pelos conceitos clássicos, de difícil solução.

A árvore brônquica produz, em condições normais, uma média de 100 centímetros cúbicos de muco por dia. Esse muco é uma substância viscosa constituída por uma combinação de proteínas e hidratos de carbono, sendo uma de suas funções o aquecimento do ar inalado e, também, funcionar como filtro para as bactérias e demais partículas nocivas ao bom funcionamento pulmonar. Com a atrofia da quarta dimensão bucal, com a redução do vazio da boca e o tensionamento da língua sobre a epiglote e glote, todo o sistema entra em desarmonia.

Como todo ser humano necessita de uma certa e definida quantidade de ar - num determinado espaço de tempo - para sua sobrevivência, o organismo do indivíduo aciona um mecanismo de compensação quando sente diminuído o fluxo de ar que entra em seus pulmões: faz isso acelerando a velocidade do fluxo respiratório, alterando sua freqüência. Em um indivíduo brônquico, a freqüência respiratória completa (inspiração+expiração) atinge 15, 20, 25, 30 ou até mais vezes por minuto, enquanto que num indivíduo adulto normal, em estado de repouso, esta freqüência fica na faixa de 10 a 12 vezes por minuto.

Aqui começa o problema: a passagem excessivamente rápida do ar pelas mucosas que revestem a orofaringe e os brônquios provoca uma evaporação mais rápida do muco ali existente e o organismo assim desequilibrado adota medidas compensatória: o organismo passa a produzir mais muco para evitar lesões (devido ao maior ressecamento e resfriamento nas mucosas) e manter a integridade das mucosas.

O muco formado na orofaringe é facilmente eliminado através da deglutição e dos escarros; já o muco formado nos brônquios não tem como ser removido facilmente e, sob efeito da gravidade, esse muco tende a descer e se alojar nas partes mais interiores dos pulmões. Isso diminui a passagem do ar, principalmente a nível dos alvéolos. Com essa diminuição da passagem do ar, o fluxo respiratório torna-se ainda mais acelerado e o organismo tende novamente a aumentar a produção do muco protetor, criando um ciclo vicioso de desequilíbrio.

Em casos extremos, o organismo não consegue produzir muco protetor suficiente e a árvore brônquica passa a sofrer ressecamento intenso, que provoca fissuras e rachaduras que podem extravasar o plasma sangüíneo e criar um meio de cultura ideal para a formação de colônias de germes.

O tratamento biocibernético consiste na introdução de aparelhos endobucais para obter a postura correta dos maxilares, língua e dentes que levem a uma conformação postural benéfica de toda a estrutura corporal. Raramente o tratamento da bronquite ultrapassa 60 ou 90 dias.

[continua]

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