terça-feira, janeiro 29, 2008

 

Em Nome da Clareza


Uma percepção da realidade


Como perceber o que é real e o que é fruto da imaginação quando nos chegam informações e notícias sobre civilizações intraterrenas e extraterrestres e suas manifestações externas?

O contato com seres dessas civilizações avançadas era normal em épocas passadas, como no auge da cultura egípcia, da indiana, da maia e de outras que atingiram elevado nível de desenvolvimento. Naqueles tempos pretéritos, a visão que se tinha do universo era menos materialista, e isso facilitava o relacionamento com os seres que vinham de outros sistemas para auxiliar a evolução da Terra e do homem.

Tanto no passado como hoje, a clareza sobre esse assunto vem da visão espiritual. É que a mente, as emoções e os sentidos físicos captam apenas as dimensões materiais e concretas da vida, e não penetram realidades profundas, de outras dimensões do universo e de níveis de consciência mais sutis.

No universo há vários planos de vida e consciência, cada um regido por suas próprias leis. Assim, o que é real em um plano pode não ser em outro. Materializações de objetos ou de seres extraterrestres, por exemplo, são tidas como não-realidade nos planos mais densos. Se transcendermos esses planos, fenômenos dessa natureza deixam de acontecer ou se dissolvem na compreensão mais vasta que adquirimos.

Se um fenômeno ocorre, é preciso ver se é benéfico, isto é, se em contato com ele ampliamos a consciência e nos transformamos. Enquanto for um estímulo para o nosso desenvolvimento, pode estar inserido na realidade que vivemos, e vibramos no mesmo nível em que ele acontece.

Mas podemos transcender o nível de ocorrência dos fenômenos. Assim, o que era verdadeiro para nós deixa de ser, e novos aspectos da realidade que não percebíamos se revelam.

De modo geral, à medida que vamos evoluindo, perdemos progressivamente o interesse por manifestações fenomênicas e elas, assim, deixam de nos suscitar questões.

A vida além dos fenômenos

É comum que os extraterrestres e os intraterrenos presentes na órbita da Terra se manifestem por meio de luzes, e que algumas transitem no céu. Por ser o mecanismo de percepção humano mais desenvolvido no nível material, costumamos detectar esse tipo de manifestação e não outros, sutis e inacessíveis aos sentidos físicos.

Tais luzes, hoje bastante conhecidas, são apenas a forma externa com que esses seres evoluídos se apresentam, assim como o corpo físico é apenas um revestimento da nossa essência espiritual.

A função dos extraterrestres e intraterrenos entre nós não é gerar fenômenos, e para compreendê-los mais profundamente teríamos de transcender a necessidade de assistir a suas aparições, teríamos de deixar de encará-las como meras curiosidades ou objetos de pesquisa.

A busca de fenômenos é um obstáculo ao desenvolvimento de aspectos mais sutis da consciência, aspectos mais universais. Esse desenvolvimento é para aqueles que completam o desenvolvimento da mente concreta e dão início às incursões pelos níveis supramentais da vida. Para esses, que se aproximam das leis imateriais, a concentração em fenômenos bloqueia o caminho à existência sem formas que se desenvolve nos níveis divinos do cosmos.

É bom ter claro que a busca de fenômenos não se limita à visão de coisas extraordinárias. Há, por exemplo, pessoas que, à procura de segura orientação, apresentam indagações ao seu eu superior e depois esperam respostas sensíveis, como as que receberiam pelo telefone; por estarem começando a firmar o relacionamento com o próprio eu interno, querem diálogos, imagens, sonhos ou materializações bem concretas. Todavia, é preciso ir além e ingressar em outros estados de percepção e de consciência.

A resposta a uma indagação emitida aos nossos níveis mais profundos nunca vem como esperamos. Algumas vezes a falta de resposta sensível é uma prova à nossa fé, e a maneira como reagimos a esse silêncio pode ser uma indicação do que precisamos aperfeiçoar em nós: a confiança em algo impalpável, existente no âmbito de leis menos concretas. Ademais, se pretendemos determinado tipo de resposta, se temos expectativas, a que nos for dada pode passar despercebida.

Mas há uma forma de transcender o interesse por fenômenos, de abandonar a necessidade de impulsos sensíveis e de manter contato com a realidade imaterial. O caminho para isso é o desapego, do qual falaremos a seguir.

Desapego

O planeta encontra-se numa fase muito especial de sua evolução e passa por profunda mudança. O desapego é fundamental para os que a estão acompanhando, pois sem desprendimento pelo que já é conhecido não seria possível ingressar livremente no que está pra vir [vide postagens do Quiroga].

O desapego deve deixar de ser mero conceito para os que procuram vivê-lo. Não deve ser apenas uma palavra acolhida com boa vontade, mas a superação efetiva dos laços terrenos e do conhecimento atual.

O desapego é sempre necessário para ampliarmos a compreensão, para contatarmos o que ainda não foi desvelado. Assim, tudo o que captamos, descobrimos, compreendemos e vemos deveríamos soltar tão logo tenha cumprido o seu papel de nos ensinar alguma coisa. Mas deveríamos desapegar-nos com amor e gratidão, cientes de que o objeto de nossa renúncia pode ser útil para os que estão em outros pontos evolutivos, ou até voltar a ser útil para nós mesmos em uma etapa posterior da vida.

O desapego ajuda-nos a ir além do nível dos fenômenos e coloca-nos em contato com o essencial, com o que não é efêmero e cujas raízes se encontram em planos mais profundos. Se presistirmos na intenção de nos desapegar, as provas do dia-a-dia mostram-nos quão desprendidos estamos da existência material e daquilo de que ainda devemos despojar-nos.

À medida que nos desapegamos, o que ocorre em nossa vida física não nos afeta tanto e já não aplicamos tempo nem energia na análise de fenômenos. Aproveitamos, isso sim, todas as provas que ela nos traz como oportunidades de nos transformarmos.

O desapego é o principal fator na busca de uma vida mais avançada. Mesmo que haja organização, dedicação, pontualidade, obediência e autocontrole, mesmo que muitas virtudes já se façam notar em nosso ser, sem o desapego tudo isso pouco vale para a compreensão da realidade nos planos internos.

Se não damos excessiva importância às coisas fenomênicas e externas, elas deixam de ser um obstáculo para penetrarmos os níveis profundos da consciência e podem até ajudar-nos a fazê-lo.

Libertação

Com a prática do desapego percebemos que a maior parte do nosso ser e do universo não está nos níveis em que normalmente somos conscientes. Só um pequeno reflexo da nossa essência se encontra no que pensamos, sentimos ou fazemos. O que há de mais significativo na existência vive em nosso interior, além das dimensões onde há fenômenos e efeitos visíveis.

Se com freqüência dirigimos a atenção aos níveis internos e superiores do nosso ser, podemos passar pelas provas mais dolorosas do físico, do emocional e do mental sem nos envolver com o sofrimento. E cada ser humano que consiga agir, sentir e pensar com amor e desapego ajuda a libertar os semelhantes ainda condicionados às impressões próprias dos planos materiais, que são secundários perante as verdadeiras causas dos acontecimentos, perante o que nos move e o que dá vida ao nosso ser externo.

Embora tenhamos tarefas no mundo concreto, devemos sempre saber que de um ponto de vista superior não pertencemos a ele.

Essa consciência de que a raiz da existência está no interior do ser, na essência imaterial, permite-nos atualizar e aprofundar a perspectiva acerca de um dos fenômenos mais atraentes de hoje, que são as aparições de luzes e objetos desconhecidos no céu. Se estivermos presos a fenômenos, reduziremos a oportunidade de vê-las a uma pesquisa ou a um divertimento, enquanto poderíamos estar usufruindo sua irradiação interna, evolutiva e transcendente.

O relacionamento harmonioso e seguro com a realidade suprafísica que está por trás desse fenômeno é possível por meio da intuição. A telepatia mental também pode ser usada para isso, mas é recurso dos que ainda não estabeleceram contato mais profundo, de alma, com a essência espiritual ou divina dessas luzes e objetos.

Contatos evolutivos

Quando o contato com extraterrestres e intraterrenos se realiza isento de ilusões, a consciência humana pode receber auxílio para sua ascensão. A segurança nesses contatos está na ausência de envolvimentos com os planos psíquicos da Terra, especialmente o astral-emocional.

Pessoas desencarnadas que habitam o plano astral podem produzir fenômenos que não nos ajudam a elevar a consciência. Em geral, esses fenômenos de origem astral alimentam as ligações com o mundo físico, o apego às coisas materiais, a pessoas ou a situações concretas. Diferente é o estímulo promovido pelo contato puro e autêntico com seres avançados de outras dimensões. A irradiação de sua energia conduz ao despertar ou ao fortalecimento do aspecto espiritual da vida, leva-nos a um estado mais fraterno e universal.

Procuremos ver qualquer fenômeno com imparcialidade, cientes de que em certos casos eles podem acrescentar algo à nossa compreensão acerca da vida e da união com o cosmos, e de que em outros casos podem distanciar-nos e prender-nos mais à Terra e aos nossos aspectos humanos que poderiam ser superados.

Embora as aparições no céu sejam um fenômeno, vê-las pode constituir um caminho para perceber a sua essência em planos imateriais, se estivermos livres de curiosidade. Quase sempre nesses planos sutis estão as lições de que precisamos, e o desapego do que é conhecido constitui o primeiro passo para chegarmos a elas.

Pela falta de percepção intuitiva, principalmente entre estudiosos e pesquisadores de fenômenos, a literatura e as informações a esse respeito são heterogêneas, e a incompreensão por esses seres de outros mundos, que estão a serviço da evolução da Terra, é quase geral.

O contato com a essência que anima esses fenômenos ainda se mantém restrito. Mas quando o caos se generalizar sobre a Terra, quando a natureza der início a maiores reações e a sobrevivência se fizer impossível em várias áreas do planeta, o contato com realidades suprafísicas se ampliará. As naves extraterrestres e as intraterrenas se apresentarão abertamente para cumprir suas tarefas, e muitos já terão percebido o que está além dos fenômenos que hoje tanto intrigam.

Aberto à intuição, o ser humano ficará diante de fatos insólitos com naturalidade e saberá conviver com eles sem se confundir.

Em um livro espiritual sobre Yoga está escrito que unicamente pela possibilidade de contato interplanetário podemos ter certeza da evolução da humanidade. Aspirar a esse contato não é um sentimento material, mas um estado que brota quando algo em nosso mundo interior se põe em movimento e nos liga com a vida única, cósmica, em que fronteiras e formas não prevalecem.

Fonte: Síntese de palestra de Trigueirinho.

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