terça-feira, fevereiro 13, 2024

 

Brasil - Alemanha

Brasil e Alemanha têm relações bilaterais há quase 200 anos. A Alemanha é o país mais industrializado e a maior economia da Europa. A Alemanha é o principal parceiro brasileiro na Europa. Em 2022, a corrente comercial teuto-brasileira foi de US$ 19 bilhões. O Brasil é tradicionalmente deficitário no comércio com a Alemanha, e, em 2022, o déficit foi de US$ 6,5 bilhões. As exportações brasileiras à Alemanha, no mesmo ano, totalizaram US$ 6,26 bilhões. A pauta de exportações do Brasil para a Alemanha, no entanto, é relativamente concentrada, com os 3 maiores grupos de produtos exportados (café verde, farelos de soja e minério de cobre) somando 54% do total. Ademais, o Brasil é origem de apenas 0,6% dos produtos comprados por esse país europeu.

As importações do Brasil com origem na Alemanha são fortemente diversificadas, com participação significativa de grupos de produtos de maior valor agregado, destacando-se químicos, medicamentos e autopeças. Em 2022, elas foram de US$ 12,8 bilhões. Dentre os produtos comprados pelo Brasil da Alemanha, destaca-se o avanço nas compras de fertilizantes. Esse crescimento, deve-se aos impactos da eclosão do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Investimentos alemães no Brasil:  A Alemanha é fonte tradicional de investimentos para o Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), desde as primeiras décadas do século XX, capitais alemães ajudaram a alavancar o desenvolvimento industrial brasileiro. Nas décadas de 1960 e 1970, a criação do moderno parque industrial do Brasil coincidiu com o início do processo de internacionalização das empresas alemãs. Ainda segundo o MRE, as cerca de 1600 empresas alemãs hoje instaladas no Brasil respondem por 8-10% do PIB industrial brasileiro, sendo São Paulo uma das maiores concentrações industriais alemã fora da Alemanha.  

O estoque de IED (Investimento Estrangeiro Direto) da Alemanha no Brasil cresceu US$ 5,1 bilhões em 2021, o que representa um aumento de 24% em relação ao ano de 2020, o que reflete a recuperação econômica do Brasil pós-pandemia. Em termos comparativos, a Alemanha ocupa a 10ª posição no ranking de investidores no Brasil e foi a 4º economia europeia que mais aumentou o estoque de IED no Brasil em 2021, atrás apenas de Reino Unido, Noruega e França.  

Na perspectiva dos projetos recentemente anunciados, destacam-se o projeto da Stadler na construção da maior planta de triagem mecânica de reciclagem do Brasil no valor de US$ 105 milhões, estima-se que gere 150 novos empregos formais em Jaboatão dos Guararapes – PE; e o projeto da NETZSCH da nova fábrica de bombas helicoidais no valor de US$ 101 milhões em Ribeirão Souto – SC, estima-se que o investimento gere 300 novos empregos.

Investimentos brasileiros na Alemanha: O estoque de IED brasileiro na Alemanha cresceu US$ 408 milhões em 2021, o que representa um aumento de 61% em relação a 2020. Em termos comparativos, a Alemanha subiu para a 27ª posição no ranking de destino de estoque brasileiro no exterior, considerando a ótica do Investidor Imediato. 

Na perspectiva dos projetos brasileiros anunciados na Alemanha, destacam-se as aberturas de centros de P&D pela WEG, J&F Investimentos, Zdrax e Iochpe-Maxion, as quais somaram US$ 243 milhões em investimentos, e o novo centro de dados do Nubank em Berlim com valor estimado de US$ 161 milhões em 2018. Nas fusões e aquisições, a WEG, do setor de fabricação de transformadores, adquiriu a Antriebe em 2014 

Algumas empresas alemãs no Brasil:

1. Volkswagen, construção de veículos automotores.

2. Bayer, indústria farmacêutica e de produtos agrícolas.

3. ThyssenKrupp, maior empresa de elevadores do Brasil.

4. Mannesmann, atuante nas áreas de mineração e siderurgia em Minas Gerais, Atualmente, pertence à empresa francesa Vallourec.

5. Condor Syndikat, primeira empresa aérea do Brasil, em 1927.

O ano de 1927 é o marco da aviação comercial brasileira. A primeira empresa no Brasil a transportar passageiros foi a Condor Syndikat, no hidroavião "Atlântico", ainda com a matrícula alemã D-1012 que, em 1º de janeiro de 1927 transportou, do Rio de Janeiro para Florianópolis, o então Ministro da Viação e Obras PúblicasVítor Konder. A 22 de fevereiro, iniciava-se a primeira linha regular, a chamada "Linha da Lagoa", entre Porto AlegrePelotas e Rio Grande. Em junho de 1927, era fundada a Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), sendo transferido para a nova empresa o avião "Atlântico", que recebeu o prefixo nacional P-BAAA. A 1º de dezembro do mesmo ano, a Condor Syndikat, que acabara de inaugurar sua linha Rio - Porto Alegre, foi nacionalizada, com o nome de Sindicato Condor Limitada, sendo rebatizada, durante a II Guerra Mundial, com o nome de Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (absorvida nos anos 80 pela Varig).


Imigração: A chegada dos primeiros imigrantes alemães aconteceu no reinado de Dom Pedro I, em um programa organizado para desenvolver a agricultura e ocupar o Sul do país. Em 1824 foi fundada a primeira colônia alemã, a São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ao longo de 100 anos, cerca de 250 mil imigrantes entraram no Brasil - número menor que o de italianos e japoneses. Nos anos 30, o fluxo de alemães aumentou em razão do nazismo. Em São Paulo, os alemães (judeus em sua maioria) se fixaram em bairros como Bom Retiro e Santo Amaro, e se concentraram em atividades comerciais e industriais.



Marcadores: ,


Comments: Postar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?