terça-feira, março 18, 2008

 

Nossos 2 Tipos de Sonhos


Gurdjieff nos informa que temos dois tipos de sonhos. O primeiro tipo é aquele que temos quando vamos dormir; este tipo não tem maiores conseqüências, pois seus problemas (pesadelos, por exemplo) terminam quando acordamos do nosso período normal de sono. O segundo tipo de sonho é aquele que temos após acordarmos de nosso período normal de sono; este "sonhar acordado" é um sonho hipnótico que nos molda todos os atos que temos, no chamado "período de vigília"; esta situação hipnótica nos foi impingida desde o nosso nascimento pela sociedade que nos cerca, começando pelos pais e, posteriormente, se estendendo para os amigos, professores, parentes, conhecidos, grande mídia, etc.

Você pode pensar que estou exagerando neste aspecto, e que você possui um total livre arbítrio para enfrentar o seu meio livremente. Mas não é bem assim. Tome, por exemplo, o nosso sentido da visão. Nós não enxergamos com os olhos: a informação visual passa a existir para nós apenas após sua decodificação por um lugar do cérebro (local totalmente escuro! Uma câmara escura...) chamado de córtex visual. Porém, durante o trajeto dos olhos até o córtex visual, a informação luminosa sofre uma edição (uma auto-censura) de acordo com os conceitos que aceitamos como verdadeiros desde o nosso nascimento (nossos pré-conceitos). Essa edição das imagens visuais pode ser bastante severa. Quem assistiu o filme "Quem somos nós?", por exemplo, irá lembrar-se do fato ocorrido com os índios, quando da chegada de Cristóvão Colombo na América: os índios não conseguiam ver, inicialmente, as enormes caravelas de Colombo, estacionadas próximas da praia! Os índios nunca tinham visto uma caravela e, porisso, não conseguiam enxergá-las, apesar de estarem em frente às suas vistas; a edição visual era total no trajeto entre os olhos e o córtex cerebral desses índios. Esse tipo de acontecimento continua ocorrendo rotineiramente hoje em dia conosco; alguém que não acredita, piamente, em discos voadores, pode ter dificuldade em os enxergar, apesar de estarem na sua presença. Certos objetos conhecidos, que tenham um buraco ocasional, podem ser enxergados sem esse buraco, devido a essa nossa edição visual; um editor/revisor pode detectar facilmente erros ortográficos que um escritor tinha certeza que não existiam na sua redação (pois o escritor realmente as palavras erradas, escritas por ele, da forma certa); etc etc.

Quando conseguimos acordar de nossos sonhos hipnóticos (e de nossos sonhos normais do período normal de sono) podemos passar a ter o que é conhecido como sonhos lúcidos, em que a realidade que nos cerca passa a ser percebida de uma forma mais real, consciente e verdadeira. Algo parecido com a vivência de um desdobramento astral consciente.

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