quinta-feira, janeiro 21, 2010

 

A Preguiça Mortal

"Para fazer o bem é preciso movimentar-se"
"Se não fizer o bem, você é chamado de volta ao mundo espiritual (morre)"

As pessoas costumam sorrir quando eu falo que o mais mortal dos sete pecados capitais é a preguiça. Pessoas preguiçosas são, geralmente, obesas. Minha irmã, obesa, morreu de um AVC. A preguiça é caracterizada pela tentativa de minimizar a movimentação do corpo, cujas formas mais apreciadas pela população é: comer, ver televisão, ler jornais, livros e revistas, ir a cinemas e teatros, ficar em frente a um monitor de computador, passear de carro, etc.

Abaixo reproduzo um artigo [1] que reforça este perigo mortal da preguiça.

Inatividade prolongada eleva risco de morte
Tempo ocioso aumenta problemas cardiovasculares, mostram as pesquisas
Hábitos ativos devem ser incorporados na rotina diária, dizem especialistas; efeitos do ócio em excesso não são revertidos com exercícios

Passar boa parte do dia inativo aumenta o risco de morte e de problemas de saúde, ainda que o indivíduo pratique algum tipo de atividade física formal. O alerta vem de dois artigos publicados neste mês.

O primeiro deles, assinado por médicos do Instituto Karolinska (Suécia) e divulgado no "British Journal of Sports Medicine", sugere que ficar sentado por períodos prolongados é "verdadeiramente danoso ao organismo", independentemente da prática sistematizada de exercícios - na academia, por exemplo.

Eles afirmam que estudos recentes estabelecem que ficar sentado por longos períodos e a falta de atividade muscular são fatores de risco independentes para as doenças.

"É cada vez mais fundamentado pelos estudos que é preciso incorporar mais atividade física no dia a dia. O conforto da vida moderna é o grande vilão, porque trocamos muitas das atividades que poderíamos fazer pelo apertar de um botão", afirma o fisioterapeuta Gerseli Angeli, diretora-científica do Cemafe (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte) da Universidade Federal de São Paulo.

É o que também mostra a pesquisa australiana publicada no periódico "Circulation", que analisou risco de mortalidade e tempo inativo. Após avaliarem 8.800 pessoas com mais de 25 anos durante seis anos, os pesquisadores constataram que cada hora passada em frente à televisão aumenta em 11% o risco de morte por qualquer causa e em 18% o risco de morte por problemas cardiovasculares, mesmo após se excluirem fatores de risco já conhecidos, como colesterol, tabagismo, gordura abdominal e prática moderada de exercícios.

No artigo, afirmam que "ainda que a ênfase para a prática de exercícios moderados ou intensos deva permanecer, os achados do estudo sugerem que reduzir o tempo em frente à televisão ou de comportamento sedentário também ajuda a prevenir problemas cardiovasculares e morte prematura".

Os pesquisadores afirmam que é necessária uma investigação mais profunda para estabelecer quais os mecanismos que relacionam longos períodos de inatividade a uma saúde mais pobre. Uma das hipóteses é a ação de uma enzima que tem papel fundamental na regulação dos níveis de gordura no sangue - e que ficaria alterada nos longos períodos sedentários, podendo levar a mudanças metabólicas, como colesterol alto.

Por causa dessas respostas fisiológicas, dizem os cientistas, as mudanças no organismo após o excesso de ócio não são anuladas com o aumento de exercício físico. Por isso, é aconselhável não passar longos períodos inativo (longas viagens de avião costumam afetar negativamente a circulação de muitas pessoas!).

Segundo o cardiologista José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, o gasto energético semanal acima de 2.000 calorias em atividades também é associado, em trabalhos científicos, a uma menor mortalidade geral.

"Isso equivale a 32 km percorridos a pé. Na academia, há uma chance razoável de chegar a isso, mas incorporar hábitos ativos no dia a dia eleva a probabilidade de alcançar a meta".

Um outro trabalho, diz Lazzoli, já mostrou que subir mais de 55 lances de escada por semana reduz a mortalidade em 23%. "Alguns cânceres têm ligação com gasto energético, como o de mama", acrescenta.

Por esse motivo, é indicado tornar a rotina mais ativa, preferindo a escada ao elevador e fazendo caminhadas curtas.

Referência:
[1] Julliane Silveira, Jornal Folha de S. Paulo, Seção Saúde, pg. C11, 21 de janeiro de 2010.

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