sábado, janeiro 29, 2011

 

A Alegria


Normalmente, o que consideramos como alegria não é alegria; no máximo se trata de entretenimento, e é apenas uma maneira de evitar a si mesmo, de intoxicar a si mesmo, de mergulhar em algo para que você possa se esquecer da sua infelicidade, de sua preocupação, de sua angústia, de sua ansiedade.

Todos os tipos de entretenimento são considerados como sendo alegria, mas eles não são! Tudo o que vem de fora não é alegria, não pode ser; tudo o que depende de algo externo não é alegria, não pode ser. A alegria surge de sua própria essência; ela é absolutamente independente de qualquer circunstância externa. E ela não é uma fuga de si mesmo, mas é realmente encontrar a si mesmo. A alegria surge apenas quando você chega em casa.

Assim, tudo o que é conhecido como alegria é apenas o contrário, o diamentralmente oposto, e não é alegria. Na verdade, por não ter alegria, você procura os entretenimentos.

Aconteceu de um dos maiores romancistas russos, Maxim Gorki, visitar os Estados Unidos. Foi-lhe mostrado todos os tipos de divertimentos que os americanos criaram para se entreterem, para se perderem. O seu guia esperava que ele ficasse muito feliz, porém, quanto mais Maxim Gorki via o que o guia lhe mostrava, mais infeliz e triste ele parecia.

O guia lhe perguntou: "O que há? Você não pode entender?"

Maxim Gorki respondeu: "Posso entender, e é por isso que estou me sentindo triste. Este país não deve ter qualquer alegria; senão, não haveria necessidade de tantos entretenimentos".

Somente uma pessoa sem alegria precisa de entretenimento. Quanto mais o mundo fica sem alegria, mais precisaremos de televisão, de cinemas, de jogos de futebol, de cidades enfeitadas e mil e uma coisas. Precisamos cada vez mais de bebidas alcoólicas, cada vez mais de novos tipos de drogas, apenas para evitar a infelicidade na qual estamos, apenas para não encarar a angústia na qual estamos, apenas para, de alguma maneira, nos esquecermos de tudo. Mas, ao esquecer, nada é alcançado.

Alegria é entrar em seu próprio ser. No começo é difícil, árduo; no começo você terá de encarar a aflição. O caminho é enorme, porém, quanto mais você penetrar nele, maior será o pagamento, maior será a recompensa.

Quando você aprender a encarar a sua infelicidade, você começará a ser alegre, pois, nesse próprio encarar, a infelicidade começa a desaparecer e você começa a ficar cada vez mais integrado.

Um dia a infelicidade estará presente, e você a encarará - e, de repente, a quebra: você pode perceber a infelicidade separada de você e você separado dela. Você sempre esteve separado; ela era apenas uma ilusão, uma identificação que você teve. Agora você sabe que você não é isso; então há um acesso de alegria, uma explosão de alegria.

Fonte: Osho, Alegria - A Felicidade que Vem de Dentro, Editora Cultrix, 2006. ISBN 978-85-316-0887-2.

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