domingo, agosto 06, 2017

 

Se não amássemos tanto assim



Abaixo vão alguns trechos deste livro [1] de Américo Simões.

Não adianta tirar a própria vida por causa de uma paixão não correspondida. O que o afligia continuará o afligindo do mesmo modo, porque a morte apenas liberta o espírito do corpo físico, suas emoções, sentimentos, pensamentos, a consciência, enfim tudo está preso ao espírito, que é eterno, e o peso na consciência é que o indivíduo realmente quer se livrar. Portanto, procurar ajuda para se desvencilhar de seus tormentos e limitações, para tornar-se melhor já aqui e agora, por meio de ajuda psicológica e espiritual, é a única e melhor solução para todos nós.

Por isso é que muitos espíritos que atentam contra a própria vida, chegam a enlouquecer e se revoltar no plano espiritual, porque seu ato insano não os libertou daquilo que tanto queriam se libertar e que está na sua consciência, que jamais se desmembra do espírito. Do físico, sim, do espírito, jamais.

Um equívoco que muitos espíritas, declarados ou não, cometem, é pensar que se fulano está passando por algo desagradável em sua vida é porque ele merece passar por ter feito algo de ruim em vidas passadas e por isso não lhe estende a mão. Ainda que este indivíduo tenha feito algo de ruim (provavelmente por ignorância), estender a mão ao próximo até onde podemos alcançar, é cumprir o maior mandamento: não há evolução sem solidariedade (cooperação).

Muita gente pede ajuda, mas não deixa ser ajudado. É preciso se permitir receber ajuda. Quem não aceita que os sentimentos do outro não sejam recíprocos, fica birrento, chato e desagradável, não só para os que o cercam, mas especialmente para consigo próprio. Lembre-se: os outros não ficam com você 24 horas por dia, você sim.

Não é só na área afetiva que a paixão nos afeta e nos faz cometer loucuras contra nós mesmos e o próximo. Nas demais áreas da vida corremos os mesmos riscos. Área profissional ou econômica, por exemplo: paixão por dinheiro, paixão por status social, paixão por ter um "físico sarado" (aparência física), etc.

A paixão, seja pelo que for, enquanto nos é saudável é ótima, maravilhosa, mas paixão, quando começa a nos tirar fora do eixo, torna-se doentia. "Tudo aquilo de que nos tornamos dependentes na vida não nos faz bem. É altamente perigoso". É verdade. É tal e qual um vício. Toda dependência não nos é saudável. Saber conviver com tudo no limite certo é uma bênção. Um sinal de evolução.

Referência:
[1] Américo Simões Garrido Filho, Se não amássemos tanto assim, Barbara Editora, São Paulo, 2014.




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