sábado, maio 26, 2007

 

Boca e Saúde - 3


Doenças Circulatórias-Cardíacas: Da Anemia ao Enfarte


O sistema circulatório, em seu aspecto fisiológico básico, está intimamente associado ao sistema respiratório. A função primordial, de carrear o oxigênio absorvido do ar pelos pulmões para a intimidade de todos os tecidos e células do corpo, constitui a base energética da nossa vida corporal.

Portanto, um sistema respiratório funcionando precariamente irá acarretar conseqüências imediatas no sistema circulatório. A mecânica envolvida aqui é simples: se o pulmão mantém seu fluxo natural, o pulsar da circulação sangüínea, sob o comando do coração, também será regular, sincopado, pleno e saudável. A partir do momento em que o sistema respiratório entra em disfunção, diminuindo o fluxo de oxigênio que, via pulmões, alcança a corrente sangüínea, o coração também será obrigado a se adaptar a esse novo ritmo.

A respiração em uma pessoa adulta normal e em estado de repouso, é de 10 a 12 vezes por minuto. Tem sido constatado que em indivíduos com a quarta dimensão bucal atrofiada, a respiração pode ir a 15, 20, 30 ou até mais vezes por minuto. Convém notar que o sistema circulatório e o respiratório andam sempre em paralelo: a cada 4 litros de ar que adentra aos pulmões, tem que entrar, no mesmo intervalo de tempo, 5 litros de sangue. Portanto, temos uma lei biológica: acelerando um, acelera o outro; desacelerando um deles, desacelera automaticamente o outro.

Assim, o fluxo respiratório excessivamente rápido (devido à obstrução pela língua) provoca um aceleramento da pulsação cardíaca. As conseqüências deste aceleramento são largamente conhecidas por toda a medicina e fisiologia clássicas, estando na origem das principais moléstias circulatórias. Afinal, o coração e todo o conjunto pulsante de veias e artérias é um sistema programado para funcionar segundo a cadência de um ritmo determinado e, fora deste ritmo, haverá o surgimento de desgaste, da disfunção e da moléstia.

As células hemácias do sangue, isoladamente, funcionam como verdadeiros pulmões ambulantes que circulam por todo o nosso organismo. Elas captam oxigênio nos pulmões e o levam para as demais células orgânicas, colaborando com o metabolismo celular e trazendo de volta aos pulmões as toxinas resultantes desta atividade, para que os pulmões possam eliminá-las através das vias respiratórias (pela expiração).

As hemácias sangüíneas, quando circulam pelos capilares pulmonares de um indivíduo adulto normal em repouso, têm um intervalo de tempo de aproximadamente um segundo para absorver o oxigênio que se encontra nos alvéolos pulmonares, como também para eliminar o gás carbônico e as demais toxinas vindas do metabolismo celular. O período de um segundo é tempo mais que suficiente para haver essa troca de oxigênio pelas toxinas, pois em apenas meio segundo as hemácias já se encontram completamente cheias de oxigênio e livres do gás carbônico e demais toxinas. Isso, quando do funcionamento normal de um indivíduo em repouso. Em exercício, ou em esforço maior, o indivíduo é forçado a respirar mais depressa para compensar o desgaste maior, e o coração é também forçado a aumentar o seu trabalho, passando a bater mais depressa, pois o fluxo de sangue no pulmão também vai aumentar. Conforme aumenta a freqüência das pulsações cardíacas, a velocidade de passagem do fluxo sangüíneo dentro dos alvéolos pulmonares também aumenta.

O indivíduo tem um limite máximo de 1 segundo e um limite mínimo de 0,3 segundo para fazer essa troca energética de oxigênio e expulsão do gás carbônico e demais toxinas via hemácias, durante a passagem delas pelos alvéolos pulmonares. Entretanto, se o indivíduo tiver uma aceleração exagerada do fluxo sangüíneo dentro dos alvéolos, ele não terá tempo para fazer aquela troca, advindo daí graves conseqüências para o organismo. Ao invés dele dispor do tempo de 1 segundo até 0,3 segundo, esse tempo de trânsito irá ser menor do que 0,3 segundo e, então, as hemácias sangüíneas nesse espaço-tempo não terão capacidade plena de oxigenação. Será diminuída a sua capacidade de absorção de oxigênio e, como conseqüência, será também diminuída a eliminação das toxinas (haverá maior acúmulo de toxinas no organismo).

Se isso ocorrer num indivíduo, esporadicamente e por pouco tempo, nada lhe vai alterar organicamente, pois irão atuar outros mecanismos de superação. Mas se essa condição for constante e por longos períodos de tempo, esse desequilíbrio entre fluxo respiratório e circulatório, então os resultados serão desastrosos, advindo, como conseqüências, estados de anemia e outras idiossincrasias sangüíneas, como dores de cabeça constantes, enxaquecas, intoxicações orgânicas, hipófises tissulares, problemas hepáticos, etc.

Todas essas patologias só desaparecerão se eliminarmos as suas causas; e essas causas, na maioria das vezes, estão no contexto bucal, pela perda de espaço funcional, seja de altura, seja na sua dimensão de lateralidade ou de profundidade. Esta perda de espaço irá provocar um desequilíbrio entre o sistema respiratório, circulatório, digestivo e excretório, alterando toda a bioquímica e todo o metabolismo orgânico.

Com a menor oxigenação (hipo-oxigenação) das hemácias, em razão da aceleração da fisiologia, as possibilidades de oxigenação do organismo também ficam diminuídas, e a conseqüência maior será refletida na micro-oxigenação, ou seja, na oxigenação apenas periférica.

Tão logo as hemácias saem dos pulmões, os primeiros tecidos por onde elas passam retiram os seus quinhões de oxigênio e empurram para elas os seus detritos (resultantes do metabolismo). Assim, na situação de hipo-oxigenação, os tecidos finais, na razão direta dos distanciamentos dos pulmões, vão sendo prejudicados, pois verão diminuídas as reservas de oxigênio que chegam via hemácias. Esta é a razão do aparecimento da hipófise tissular, que inicialmente surge muito lentamente e se agrava com o tempo. A pele vai ficando cada vez mais pálida e o indivíduo se torna anêmico. Aí, então, procura-se compensar esse desequilíbrio com remédios e mais alimentação. Mas o que está sendo preciso é de respiração adequada, de oxigênio e não de medicamento, e muito menos de alimentação. Comendo demais, sobrecarrega-se o organismo e complica-se ainda mais o quadro. Esta alimentação em excesso também pode ser a causa de muitos casos de obesidade.

Como vimos no caso da bronquite, uma das principais causas do aumento do ritmo respiratório é exatamente a diminuição do vazio da boca, ou seja, da quarta dimensão bucal. A simples reposturação do vazio da boca, portanto, através de aparatos endobucal, irá contribuir para o rápido reequilíbrio do pulso cardíaco e o conseqüente distensionamento de todo o sistema circulatório.

Mas não é só isso: a relação da boca com o conjunto do sistema circulatório é muito mais ampla. A medicina já conhece a influência do tônus muscular de um indivíduo no equilíbrio de sua pressão sangüínea. Como um dos resultados do tratamento pela biocibernética bucal prende-se à normalização postural do sistema muscular, aí também ela fará sentir rapidamente seus efeitos no sistema circulatório.

[continua]

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