terça-feira, abril 19, 2011
O Desconhecido
Lembre-se sempre, confie no desconhecido. O conhecido é a mente. O desconhecido não pode ser a mente. Pode ser outra coisa, mas não a mente. O que é certo sobre a mente é que ela é conhecimento acumulado. Portanto, se você chegar numa bifurcação, por exemplo, e a mente disser, "Siga por aqui, você já conhece este caminho" -, essa é a sua mente. Se ouvir o seu ser, você preferirá seguir o caminho desconhecido. O ser é sempre aventureiro. A mente é muito ortodoxa, muito conservadora. Ela quer andar nos trilhos, no caminho já tantas vezes percorrido - o caminho que oferece a menor resistência.
Então ouça sempre o desconhecido. E reúna coragem para enfrentá-lo.
Para cumprir seu destino, é preciso ter grande coragem, é preciso destemor. As pessoas que estão cheias de medo não conseguem ir além do conhecido. O conhecido dá uma espécie de conforto, de segurança, porque é conhecido. Você pode estar quase dormindo e mesmo assim continuar a lidar com ele - não é preciso que você esteja acordada; essa é a conveniência do conhecido.
No momento em que você cruza a fronteira do conhecido, o medo desponta, porque agora você será um ignorante, agora você não saberá o que fazer, o que não fazer. Agora você não estará tão seguro de si; erros podem ser cometidos; você poderá se perder. Esse é o medo que faz com que as pessoas se prendam ao conhecido e, uma vez que ela esteja presa ao conhecido, ela está morta.
A vida só pode ser vivida perigosamente - não existe outro jeito de vivê-la. É só por meio do perigo que a vida atinge a maturidade, que ela cresce. A pessoa precisa ser aventureira, estar sempre pronta para pôr em risco o conhecido em favor do desconhecido. E, uma vez que ela prove os prazeres da liberdade e do destemor, nunca se arrependerá, pois então saberá o que significa viver intensamente. Então ela saberá o que significa viver desregradamente. E um único instante dessa intensidade já é mais grafificante do que toda uma eternidade vivendo uma vida medíocre.
Fonte: Osho, Coragem - O Prazer de Viver Perigosamente, Editora Cultrix, 1999.
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