sábado, abril 29, 2023

 

O remédio gratuito chamado SOL


Um estudo recente na Suécia, publicado na revista científica Journal of Internal Medicine, chegou à conclusão que uma deficiência de luz solar pode ser tão prejudicial à saúde humana quanto o vício de fumar cigarros. O estudo envolveu 30.000 mulheres durante 20 anos. No início do estudo, as mulheres tinham entre 25 e 64 anos.

Um outro estudo, mais antigo, descobriu que a incidência de câncer nos Estados Unidos aumentava com o aumento da latitude do local de residência das pessoas. Portanto, menos sol leva a mais câncer.

Para confirmar essa relação entre luz solar e saúde, eu fiz uma pesquisa aqui no Brasil usando o Portal da Transparência [2], que disponibiliza o número de óbitos registrados no país a cada mês, em cada estado e em cada ano. Para isso, selecionei os estados do Rio Grande do Sul (RGS, latitude próxima de 30º Sul) e do Rio Grande do Norte (RGN, latitude próxima de 6º Sul). A Tabela que levantei envolve os anos de 2015 até 2022 e encontra-se abaixo [3]. As conclusões que podem ser tiradas são as seguintes:

1. No RGS há um pico de óbitos registrados nos meses de junho e julho de cada ano (frio máximo devido ao inverno, pela falta de sol nessa região), enquanto no RGN o máximo de óbitos não ocorre em meses específicos, devido à presença de sol regular em todos os meses do ano.

2. Há um padrão bem definido (tanto no RGS como no RGN) de aumento de óbitos ao se passar de dezembro de um ano para janeiro do ano seguinte, devido à comilança exagerada no período das festas de final de ano (final de dezembro), facilitado pelo recebimento do 13º salário.

3. Tanto no RGS como no RGN, há um crescimento monotônico dos óbitos desde 2015 até 2021, havendo uma diminuição nesse número total de óbitos em 2022. Para comparar os óbitos do RGS com os dos RGN, vamos igualar as populaçoes desses dois estados: o RGS tem uma população de 11.466.630 habitantes (estimativa de 2021) e o RGN tem população de 3.560.903 habitantes (estimativa de 2021). Dividindo esses valores tem-se um valor de 3,22. Multiplicando este valor pelos óbitos anuais do RGN, podemos comparar esses óbitos projetados com os óbitos anuais reais do RGS. Fazendo essas comparações, verificamos que, em todos os anos, os óbitos no RGS são maiores do que no RGN: 62% maior em 2022, 66% em 2021, 44% em 2020, 54% em 2019, 69% em 2018, 111% em 2017, 126% em 2016 e 222% em 2015. Conclusão: devido ao remédio chamado Sol, mais presente no RGN do que no RGS, há menos óbitos no RGN do que no RGS.

4. Tanto no RGS como no RGN, há um aumento atípico de mortes nos meses de março, abril, maio e junho de 2021: mortes entre 10.735 e 16.024 no RGS e mortes entre 2.225 e 2.590 no RGN. Aqui a explicação é bastante simples: a vacinação nacional de covid no Brasil começou no final de fevereiro de 2021 ! Detalhe: o pico de mortes no RGS (16.024) e o pico de mortes no RGN (2.590) ocorreram no mesmo mês: março 2021.

5. Taxa de óbitos em 2021: RGS = 10,37 óbitos/1.000 habitantes, RGN = 6,26 ob/1.000 hab

Referências:

[1] Por que a deficiência de luz solar é tão mortal quanto fumar: https://eraoflight.com/2023/04/25/why-sunlight-deficiency-is-as-deadly-as-smoking/

[2]https://transparencia.registrocivil.org.br/registros

[3]  


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