sexta-feira, janeiro 21, 2011

 

Os Exercícios Físicos


Fomos feitos com braços e pernas para serem movimentados regularmente, constituindo o que podemos denominar de exercícios físicos. Se executarmos movimentos corporais com regularidade - sem exagero - iremos colaborar positivamente com a saúde e preservação de nosso corpo. Os dois artigos abaixo [1],[2] confirmam isso.

Exercício beneficia homem que tem tumor de próstata [1]
Estudo sugere que atividades vigorosas reduzem mortalidade por esse câncer

Atividades físicas melhoram sistema imune e reduzem fadiga e perda de massa muscular e óssea geradas por tratamentos de tumor

Homens com câncer de próstata devem praticar exercícios, sugere um estudo feito com 2.686 pacientes e apresentado no encontro da Frontiers in Cancer Prevention Research, que termina amanhã, nos EUA.

Feita pela Universidade Harvard, a pesquisa mostra que tanto exercícios vigorosos (como natação, corrida e ciclismo) quanto os não vigorosos (como caminhada) diminuem os indices de mortalidade geral - não necessariamente apenas pelo câncer de próstata - nesses pacientes.

Aqueles que caminhavam quatro ou mais horas semanais, por exemplo, tinham um índice 23% menor de mortalidade geral. No caso das atividades vigorosas, houve diminuição inclusive da mortalidade por câncer de próstata: foi de 56% naqueles que praticavam cinco ou mais horas semanais.

Segundo a autora, Stacey Kenfield, trata-se do primeiro estudo populacional amplo a avaliar o impacto da atividade física na mortalidade de pacientes com câncer de próstata. Ela diz que ainda não estão claros quais mecanismos moleculares estão envolvidos nesssa associação. "O exercício influencia uma série de hormônios que podem estimular o câncer de próstata, melhora as funções imunes e pode reduzir inflamações. Mas como essas ações moleculares afetam a biologia do câncer é algo que está em estudo", disse à Folha.

Segundo Alexandre Crippa, urologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, diversos estudos vêm mostrando os benefícios do exercício físico para vários tipos de câncer.

Há pesquisas que apontam, inclusive, um efeito preventivo, como uma que foi feita com mais de 45 mil homens e publicada em outubro (de 2009) no British Journal of Cancer. Os resultados mostraram que apenas 30 minutos diários de caminhada ou ciclismo já preveniam a incidência de câncer de próstata. Outro trabalho deste ano, feito com camundongos, mostrou que a prática de exercícios reduz a progressão do câncer naqueles que já tinham a doença.

Para ele, pacientes com câncer devem ser encorajados a praticar exercícios. "Atividades como a musculação podem ajudar a repor a massa muscular perdida com o tratamento hormonal", exemplifica.

O ganho de massa muscular é apenas um dos benefícios citados pelo educador físico Rodrigo Ferraz, pesquisador do laboratório de metabolismo e nutrição da USP (Universidade de São Paulo), que treina pacientes com câncer.

Segundo ele, há evidências de que o exercício reduza significativamente a fadiga, muito comum em quem faz quimioterapia. "O paciente passa a ter uma vida mais funcional", diz. Outro efeito da químio que pode ser minorado com o exercício é a perda de massa óssea.

Ferraz diz que muitos pacientes têm receio de que o exercício piore sua condição. "Antigamente, acreditava-se que a atividade física pudesse debilitar o paciente de câncer e atrapalhar o tratamento. Hoje, se sabe que é o contrário", diz.

O fisiologista Turíbio Leite de Barros, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), acrescenta um benefício: o de potencializar as células do sistema de defesa. "Em linhas gerais, o câncer não é impedimento para nenhuma atividade física".

O médico deve ser consultado e o melhor é fazer os exercícios de forma supervisionada e respeitando os limites de cada paciente.

OS EXERCÍCIOS E O CÂNCER

1. QUE EXERCÍCIOS REDUZEM A MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA?
Segundo o estudo, só os vigorosos, como tênis, natação e corrida. Exercícios mais leves reduzem apenas a mortalidade geral, mas não a por câncer de próstata.

2. COM QUAL FREQUÊNCIA ELES DEVEM SER PRATICADOS?
O estudo mostrou benefícios quando se praticam cinco ou mais horas por semana.

3. QUE CUIDADOS DEVEM SER TOMADOS POR QUEM TEM CÂNCER AO SE EXERCITAR?
. Evite fazer exercícios nos primeiros dias após a sessão de quimioterapia.
. Quando estiver em tratamento, faça a contagem do nível de hemoglobina para ver se está suficiente para permitir treinar.
. Respeite seus limites e comece aos poucos.
. Consulte seu médico e faça exercícios supervisionados por um profissional.


Exercícios físicos previnem envelhecimento das células [2]
Estudo mostra efeito sobre os telômeros, estruturas relacionadas à reprodução celular

Novos dados explicam o funcionamento molecular dos efeitos protetores da atividade física sobre várias doenças, como o câncer

A prática regular de exercícios previne o encurtamento dos telômeros, estrutura da célula envolvida na reprodução celular. O achado é de um estudo alemão, publicado no periódico científico Circulation.

Quanto mais longo o telômero, mais eficaz ele é. Quanto menor, há menos capacidade de divisão da célula, até que ela, por fim, morre. Os telômeros representam a parte terminal dos cromossomos. Seu papel é preservar com a maior fidelidade possível o código genético.

"Com o passar do tempo e a divisão das células, os telômeros tendem a reduzir de tamanho, perdendo o efeito protetor do código genético", diz Antonio Herbert Lancha Jr., fisiologista do laboratório de nutrição e metabolismo da Escola de Educação Física da USP.

Segundo ele, o encurtamento dos telômeros faz com que a célula perca suas características e uma das consequências é o envelhecimento dessa estrutura.

"Os telômeros mostra o grau de saúde da célula, quanto mais saudável, mais longe da morte. Essas células provavelmente vão envelhecer mais tarde", diz o fisiologista Paulo Zogaib, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

O estudo alemão mostrou que o exercício físico em atletas profissionais leva à ativação da enzima telomerase, responsável por estabilizar o telômero.

"A importância desse achado é que, ao preservar a integridade dos telômeros, é como se estivéssemos preservando a nossa informação genética. Assim impediríamos que mudanças estruturais ocorressem, prevenindo algumas doenças como o câncer", diz Lancha Jr.

Para chegarem ao resultado, os pesquisadores compararam leucócitos (células do sangue) de quatro grupos de voluntários. Um era composto por 32 corredores profissionais jovens, com idade média de 20 anos. Outro era formado por atletas profissionais mais velhos, com idade média de 51 anos, com um histórico de atividade física regular.

Ambos foram avaliados e comparados com um grupo de pessoas saudáveis, não-fumantes, porém sedentárias, de várias idades. Não houve grande diferença no tamanho dos telômeros entre os atletas jovens e os sedentários jovens. Porém, eles eram significativamente mais longos nos mais velhos (que se exercitavam regularmente).

A análise das amostras revelou uma ativação da enzima telomerase nos atletas - nos jovens e nos mais velhos - em comparação aos sedentários.

Segundo os pesquisadores, a ativação da enzima telomerase, a longo prazo, diminui o encurtamento dos telômeros.

Para os autores, os dados melhoram o entendimento molecular dos efeitos protetores do exercício sobre doenças relacionadas ao envelhecimento.

"As células têm apoptose, a morte programada, e o estudo reforça que outros fatores podem alterar essa programação, como hábitos de alimentação e atividade física", diz Zogaib.

EXERCÍCIO ANTI-IDADE
A atividade física preserva estruturas relacionadas à morte celular

Multiplicação
Os telômeros são estruturas envolvidas na multiplicação das células que ficam nas extremidades dos cromossomos. Quanto mais longo o telômero, maior a capacidade de divisão da célula.

Morte celular
Quando o telômero se encurta, é sinal de envelhecimento celular. A célula morre quando ele está muito curto.

Dimensão
A enzima telomerase regula a manutenção do tamanho do telômero.

Prolongamento
Uma hipótese do estudo é que o exercício físico ative a telomerase e estabilize o telômero.

Referências:
[1] Flávia Mantovani, Jornal Folha de S. Paulo, Seção Saúde, pg. C7, 8 de dezembro de 2009.
[2] Gabriela Cupani, Jornal Folha de S. Paulo, Seção Saúde, pg. C7, 28 de dezembro de 2009.

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